A reta final de “O Tempo Não Para”: Parte 2

 

“LIBERDADE AOS CONGELADOS!”

Diferente de sua antecessora, “Deus Salve o Rei”, “O Tempo Não Para” não tem uma reta final cheia de grandes revelações, reviravoltas bombásticas e nem grandes ações, o que me decepcionou um pouco, porque uma trama que começou tão bem, e nos prometendo tanto, merecia um desfecho mais empolgante. A trama envolvendo a obsessão de Lúcio pela destruição da SamVita finalmente ganha um ponto final, quando Mariacarla tenta usar um último recurso, na justiça, para que o vilão continue em posse do império que Samuca construiu, e, assim, consiga destruí-lo de vez. Mas tudo acaba dando errado para Lúcio, porque o depoimento do bom Eliseu, sobre o quanto Samuca e a SamVita já contribuíram para o bem da Freguesia do Ó, acaba contando muito na decisão do juiz, e então a empresa retorna para as mãos de seu verdadeiro criador sem maiores desgraças.

Sinceramente, eu dei graças a Deus quando essa trama acabou. Foi um plot que enrolou demais, sem falar que não tinha potencial para fazer parte de uma reta final de novela… era algo monótono ao extremo.

Sendo assim, as coisas só melhoram um pouco nos capítulos finais da novela, quando a trama do retorno da Operação On The Rocks” ganha mais intensidade e é escolhida como o plot que encerra a história dos congelados. E eu até que me empolguei um pouquinho mais por esta trama. Dra. Petra está de volta, e com ela vem a descoberta de que um dos Sabino Machado, ou um de seus agregados, pode estar hospedando uma “variação mutante do vírus da varíola”, algo letal e que pode causar uma pandemia. Confesso que, diante do cenário atual em relação a Covid-19, e assistindo a reta final da novela em meio a pandemia que ainda estamos vivendo, eu achei essa trama um tanto quanto bizarra, porque parecia até que Mário Teixeira estava prevendo o que viria no ano seguinte ao término de sua novela – muito louco uma trama que fala sobre uma possível pandemia justamente num momento em que estávamos prestes a vivenciar uma. Bem bizarro.

Com a descoberta do vírus, Dra. Petra quer reunir os congelados na Criotec uma outra vez, sem o consentimento deles e usando métodos nada éticos que vão contra os direitos humanos, ou seja, ela quer tomar posse dos Sabino Machado e de seus agregados sem maiores esclarecimentos sobre o que está acontecendo e submetê-los a exames como se fossem cobaias… e tudo isso com o apoio do Governo, da Marinha, do Estado e o escambau. Então, depois que os Sabino Machado e os ex-escravos começam a ser impedidos de estar em sociedade, privados de suas liberdades e sofrendo uma hostilidade que eles nem imaginam o porquê, Marocas vai à Criotec para tirar satisfações com Petra e tem um embate com a cientista, e ela acaba encurralada. Sem saída, Marocas se vê obrigada a ceder ao que Petra quer, pelo menos por enquanto.

E é com a ajuda da Helen que Marocas acaba descobrindo o risco que ela e os seus estão correndo por conta do vírus, e os motivos pelos quais Dra. Petra quer a todos na Criotec. Obviamente, Samuca faz de tudo para livrar seu grande amor das artimanhas da cientista, enfrentando a segurança, a própria Petra e tudo o mais pela liberdade de Marocas… e ele consegue, ao mesmo tempo que os novos rumores envolvendo os congelados começam a ganhar força na mídia. Logo, a “Operação On The Rocks”, a força-tarefa da Marinha que monitorava os congelados, ganha força total. E já com a tutela dos Sabino Machado e dos agregados sob o comando do Estado Maior, Petra consegue levar adiante seus planos de isolar a todos para tentar erradicar os perigos que o vírus pode trazer. Então, ela, juntamente com uma força-tarefa, consegue enganar os congelados e fazer com que eles caiam numa armadilha e fiquem presos dentro da mansão, em quarentena e sem nenhum tipo de contato externo. E tudo caminha para o grande ápice da situação.

Recusando-se a deixar Marocas para trás, Samuca resiste à ordem de se retirar da mansão para não atrapalhar a operação. E ele enfrenta a força-tarefa para permanecer junto a ela e aos demais, a fim de ajudar Dom Sabino, Menelau e Cecílio a proteger a todos dos planos da Dra. Petra. Mas ele acaba perdendo a luta contra o grupo liderado por Mateus e sendo obrigado a deixar o lugar, à força. Por outro lado, não foi só a tensão que dominou os capítulos finais de “O Tempo Não Para”, porque também tivemos alguns momentos fofos, emocionantes e hilários no meio de toda essa trama do “vírus letal”. Como sempre, Marocas permanece firme e corajosa diante de toda a situação que exige enfrentar Petra e seu bando, porque ela é um dos pilares dos Sabino Machado e também aquela que transmite confiança e otimismo a todos, o tempo todo – eu sei que isso é muito piegas, mas eu adoro essas características bem clichês de mocinha de novela que ela tem.

Para dar leveza à reta final da novela, tínhamos Dom Sabino querendo resolver algumas coisas no muque, em cenas bem divertidas e descontraídas – Dom Sabino, um dos melhores papéis de Edson Celulari na televisão! Inesquecível! Logo, os Sabino Machado e seus agregados criam um plano de fuga para escaparem do isolamento, que consiste num pancadão no volume máximo para distrair toda a “Operação On The Rocks” enquanto tentam fugir. Eu achei esse plano um sensacional! “O bagulho fica doido” (kkkkkkkkk). Do lado de fora da mansão, também como parte do plano, uma manifestação pela liberdade dos congelados, a fim de causar tumulto e desviar ainda mais a atenção da força-tarefa, também é colocada em prática – “Liberdade aos congelados”… e parecia o plano perfeito. Mas as coisas não saem como o esperado, e infelizmente eles são descobertos e novamente isolados sob um esquema redobrado de vigilância, enquanto Menelau é o único que consegue escapar.

Gente, tudo bem que os métodos da Dra. Petra para o isolamento de todos não foram nada éticos, até porque todos os direitos de liberdade dos congelados foram tirados sem maiores explicações, mas, por outro lado, depois de explicada a gravidade do vírus, e a necessidade de estarem em quarentena por conta disso, qual é a parte que Marocas e Cia não entenderam que um deles está infectado e que todos precisam contribuir com as pesquisas para evitar algo ainda pior, hein? Só eu entendi a necessidade dessa quarentena? Então, depois daquela série de exames, Petra descobre quem realmente está hospedando o vírus em seu organismo: Maroquitas! O que não era nenhuma surpresa, né? E após liberar os outros, a cientista, então, resolve coagir Marocas para levá-la para a Criotec, do contrário, sua família e amigos voltarão para a quarentena. Que velha mais FDP.

Então, Marocas se sacrifica pela liberdade de todos e não resiste mais ao que Petra quer: seu isolamento total para estudar o vírus. E dessa vez, Samuca e os Sabino Machado não puderam fazer nada quanto a isso. Agora, todo o cuidado é pouco, porque Marocas está correndo um sério risco de vida.

Para mais postagens de O Tempo Não Para, clique aqui

 

Comentários