O Outro Lado do Paraíso – Tônia e Nádia conseguem separar Bruno e Raquel

“TÔ GRÁVIDA!”

Eu já comentei por aqui o quanto Bruno e Raquel são o meu casal favorito dessa novela? Pois é, os dois formam um lindo par romântico… e eu os adoro por isso. Eu estava com saudade de vê-los juntos na trama, o que se deu apenas depois daquele salto de tempo de dez anos, onde fomos parar numa nova fase do folhetim. A Raquel, como todo mundo sabe, havia se tornado juíza de Palmas, e muita gente a teve que engolir como uma mulher de sucesso profissional – Nádia, Gustavo e Tônia, por exemplo. Quando ela retorna, o coração de Bruno volta a ficar mexido, e consequentemente o dela também. Mas, agora, ele estava casado com a insuportável da Tônia, e isso era um empecilho para que eles pudessem retomar o romance. Porém, Bruno não estava disposto a desistir de Raquel por isso, e ele insistiu algumas vezes em uma nova relação com ela – que havia acabado há uma década por conta das artimanhas de Nádia e Tônia –, como daquela vez em que ele foi atrás dela, lhe roubou um beijo e teve a certeza de que Raquel ainda o amava. S2!

Mas Nádia aconselha Tônia a ser uma mulher mais ardente para Bruno, a fim de que ela engravide para não correr o risco de seu filho querer uma separação depois da volta de Raquel. Então, a reaproximação de Bruno e Raquel sofre um pequeno abalo, quando ela expõe suas desconfianças quanto à integridade de Gustavo, e Bruno pensa que ela está buscando se vingar de sua família pelas humilhações do passado – bem, vingança nunca foi o perfil da Raquel. Isso sempre foi coisa da Clara (rs). Porém, isso logo passa, coisa de uma cena. E ele inventa aquela mentira de “plantão na delegacia” durante o natal só para ir atrás dela no Quilombo, e eles acabam passando a comemoração juntos. E não demora muito para que Tônia descubra que ele não estava de plantão coisa nenhuma, quando vai levar uns doces para ele na delegacia e descobre que Bruno não está ali. Então, ela entende tudo, ele mentiu para ir ficar com Raquel… e se sente humilhada, enquanto Nádia a aconselha a fingir que não foi à delegacia atrás dele, para não complicar as coisas.

Por outro lado, sabemos que Raquel não é qualquer uma, e que ela tem integridade. E quando ela questiona Bruno sobre como fica a situação deles no meio de tudo aquilo, ele promete que vai resolver sua questão com Tônia. E Raquel passa a cobrar isso dele. E essa é uma das coisas que eu amo na personagem, sua postura íntegra e seu pulso firme em não aceitar brincar de amar enquanto o homem que ama está casado. Porque Raquel não é o tipo de mulher que nasceu para ser a outra, e tampouco merece isso. Assim, Bruno quer ter uma conversa com Tônia quando volta do Quilombo, mas a vegana do mal resolve inventar desculpas esfarrapadas para fugir do inevitável: escutar de Bruno que ele quer a separação. Mas ela é obrigada a aceitar, porque a conversa sobre o assunto é inevitável. Então, Bruno diz verdades para Tônia que acabaria com qualquer mulher apaixonada, mas, sinceramente, eu não tive pena, porque Tônia sempre soube que ele não a amava, e seu casamento com Bruno deu-se através de planos sujos dela com Nádia.

Assim, depois de ouvir dele que “estava apaixonado por outra; que havia ido até o Quilombo atrás de Raquel; que havia se casado com ela porque era muito jovem e estava carente”, ela ainda teve que escutá-lo dizer que “ela foi sua melhor amiga durante todos esses anos” de casados. Mas aceitar aquela separação era uma situação que Tônia estava encarando como momentânea, já que ela foi embora de casa dizendo que “não ia desistir do casamento”. Logo, o roteiro deu a Bruno e Raquel alguns capítulos de felicidade, até demais, já que nada de relevante para separar o casal destaque da trama acontecia. E foram semanas de felicidade, tirando apenas o fato de que Nádia insistia em humilhar Raquel por sua origem humilde e ser negra, para deixar bem claro o quanto ela não era bem-vinda na família. Mas Raquel já não era mais a empregada ingênua que um dia foi rebaixada, ela já estava bem grandinha e sabia se defender. Enquanto isso, para a felicidade dos dois ser completa, faltava algo: o divórcio dele e de Tônia. E ali começava um pesadelo.

Nádia finge ser amável com Raquel, sob o pretexto de aceitá-la como nora para não perder o filho, enquanto tem em mente um plano para separar Bruno de Raquel. E Tônia aceita armar um flagra dela com Bruno para que Raquel pense que ele não a deixou por completo. Aquele famoso plano clichê em que a vilã faz a mocinha pegar o homem que ama beijando a ex – e o engraçado é que a própria Tônia achou essa ideia de Nádia um “golpe velho”. Mas isso de fato acaba acontecendo (Aff!), e Raquel acredita que Bruno a estava enganando. Então, ele descobre que tudo não passou de uma armação de Nádia e Tônia, e vai falar com a ex sobre o divórcio… e eu fiquei meio sem paciência com essa enrolação toda de Tônia fugindo daquele maldito divórcio, a trama ficou enrolada demais, e já estava enchendo linguiça. Provando para Raquel que sempre a amou, ao mostrar os papéis do divórcio que levou para Tônia assinar, Bruno consegue se acertar com ela, e os dois voltam a ficar numa boa, por enquanto.

Porém, Nádia estava preparando mais uma. Ela e Gustavo aconselham Tônia a sair de Palmas antes que receba legalmente uma intimação, e o processo de entrada no divórcio tenha início. E ela aceita imediatamente fazer parte daquele novo plano, e vai se esconder em Pedra Santa, porque ela acredita que pode estar grávida, e se isso se concretizar, ela e Nádia acreditam que Bruno desistirá de ficar com Raquel. Mas Tônia fica arrasada quando sua menstruação desce, e daí ela se envolve com o Zé Victor e acaba engravidando dele. Ai, já viram, né? Ela já podia voltar para Palmas e dar o golpe da barriga em Bruno, estando realmente grávida, só que de outro. Pior do que mais esse plano clichê, foi aquela enrolação toda de Bruno acreditando que Gustavo o ajudaria a arrumar um bom advogado para que ele se divorciasse de Tônia. Por favor, né? O Bruno sempre soube que os pais detestavam Raquel, e acreditar que Gustavo ia ajudá-lo com o divórcio foi uma burrice sem tamanho.

Então, tivemos que suportar o desaparecimento de Tônia por muitos capítulos, impossibilitando a justiça de conseguir a assinatura dela para dar início ao processo. E Bruno e Raquel estavam mais que cientes de que esse sumiço era uma fuga para ela não assinar os papéis. Depois, teve aquele acidente que Raquel sofreu armado por Sophia, para afastá-la de julgar o processo de guarda de Tomaz. Com Raquel entre a vida e a morte, o acidente virou o foco da trama… e quando Nádia liga para Tônia, ela fala para a nora voltar e consolar Bruno, porque com “esse evento” ela acredita que Raquel está fora do caminho. Mas não foi bem assim, o Walcyr não ia matar uma personagem tão querida do público. Raquel é operada por conta de uma lesão grave na coluna, e ainda teve aquele momento espiritual, em que Mercedes pressentiu algo de ruim com ela, e a alma de Raquel recebeu o alento da cura, da paz, através das orações da vidente, com direito ao espírito da personagem levitando e tudo.

Raquel estava livre dos riscos de saúde… e passado o susto, o que ela precisava era de fisioterapia para recuperar completamente os movimentos das pernas. Então, ela vai parar na casa de Nádia, e já que a megera estava fingindo toda aquela preocupação com ela, para fazer Bruno acreditar que não tinha mais nada contra Raquel, ela teve que continuar fingindo, quando recebeu Raquel em casa e ainda teve que cuidar dela como uma empregada. E embora Raquel estivesse debilitada, essa foi uma parte da trama que eu amei assistir. Adorei o Bruno exigindo que a mãe tratasse bem Raquel, assim como amei ver Nádia tendo que fazer tudo para ela – “As voltas que o mundo dá. Você era a minha faxineira, e agora sou eu quem estou servindo a negra do Quilombo”. BEM FEITO. É claro que Raquel não acreditou naquela solidariedade toda, e é gostoso sentir com ela o gostinho de poder dar uma rebaixada em Nádia, quando diz aquele “eu espero que a senhora cozinhe muito bem… vai me servir”. Amei!

E eu acho um máximo quando Nádia tem que levar lanchinho para Raquel e Bruno e depois diz cinicamente: “Eu adoro cuidar da Raquel! Meu sonho! Desde criança”. Nádia tendo que engolir Raquel foi maravilhoso, ela merecia esse estar do outro lado da moeda por todas as humilhações que a fez passar na vida. Mas algo muito desagradável estava por acontecer: a volta de Tônia. E Nádia fez mistério sobre quem era a convidada daquele jantar que ela estava preparando – “Você vai gostar dela, Raquel” –, enquanto Raquel desconfiava que ela estava armando alguma. Então, Tônia reaparece do inferno para atormentar, e revelar que estava grávida. E ela diz aquilo com satisfação, com ar de superioridade. E Raquel cai no plano da rival e de Nádia, que deixa sua máscara cair para dizer coisas horríveis para ela, como não negar que nunca a suportou; que jamais iria querer vê-la desfilando pela casa de Miss Quilombo, e que se pudesse colocaria veneno de rato em sua comida.

Assim, Raquel pensa que Bruno a enganou o tempo todo, fazendo “jogo duplo”… e ela termina tudo com ele, porque ele sabia que ela jamais ficaria com ele se houvesse um filho. E mesmo sentindo muita pena de Raquel, sendo humilhada por Tônia e Nádia naquela cadeira de rodas e com a saúde debilitada, eu a achei meio burra. Porque se ela tivesse sido um pouco mais inteligente, perceberia que era no mínimo muito estranho Tônia sair do buraco em que estava enfiada para dizer que estava grávida. Se eu fosse ela, não dava à Tônia esse gostinho de sair da vida de Bruno, eu ficaria com ele até que ela provasse que o filho era realmente dele, e mesmo que provasse, eles já não tinham mais nada. Mas não, Raquel preferiu acreditar que aquilo tudo foi um plano que Bruno também havia arquitetado para enganá-la, e, assim, ela pede para que ele a leve para seu flat. E ela não quer saber de escutá-lo, colocando um ponto final naquilo tudo, ao terminar com ele de vez, fazendo tudo voltar à estaca zero. Eles estavam novamente separados.

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