Sansão e Dalila – A protegida do príncipe de Gaza

 

“MINHA BELEZA LHE PENTENCE, MEU PRÍNCIPE!”

Abbas se tornou mais um obstáculo que Dalila precisava transpor. Obcecado pela mais bela cortesã do palácio de Gaza, o Comandante do exército filisteu estava passando dos limites com seu desejo incontrolável de tê-la somente para si. E as coisas ficariam tensas antes que Dalila pudesse de fato se livrar de mais um estorvo… e então sua astúcia precisaria ser usada para que ela conquistasse mais uma vitória. Ela já havia conseguido o status de preferida do príncipe Inárus, mas, para tirar Abbas de seu caminho, Dalila precisava ser mais que isso, ela precisava se tornar a “protegida” do soberano de Gaza. E ela estava disposta a usar mais uma vez de sua beleza, sedução e inteligência para atingir seu objetivo. Essa Dalila é realmente maravilhosa! E não demora para que seu plano seja posto em prática quando Abbas começa a dar indícios de que não a deixará em paz.

Então, ela seduz o príncipe Inárus a fim de induzi-lo a torná-la sua protegida, porque ter que lidar com Abbas estava ficando cada vez mais insuportável. Assim, quando ele é violento com ela, e tenta fazê-la ter relações à força com ele, Dalila conta com a ajuda de Cário para impedir que o Comandante cometa um desatino. O jardineiro do palácio surge para atrapalhar Abbas e, assim, consegue livrar Dalila de seu carrasco, mas acaba pagando caro por sua ousadia ao desafiá-lo. Com isso, Abbas se encarrega de mandá-lo para a prisão a fim de puni-lo covardemente o quanto quiser. E é impossível não se compadecer de Cário. Ele é o jardineiro com uma aparência meio monstruosa pela qual quase todos sentem uma repulsa ao vê-lo, porém, ele também é um ser humano lindo, que se encantou por Dalila e que ganhou sua amizade desde que cuidou dela quando Hanna, por vingança, a jogou como um nada em meio à vários homens asquerosos para satisfazer o desejo deles.

Aquela foi uma cena tensa. Mas depois veio aquele alento ao ver Cário cuidando de Dalila. E eu gosto dessa relação dos dois, porque Dalila enxerga nele o que ninguém mais vê: toda a beleza de seu ser. Tem algo meio conto de fadas entre eles, algo meio a bela que gosta da fera… como amiga, mas gosta. E quando ela vai vê-lo na prisão, ela promete que irá tirá-lo dali. Assim, ela cuida dele, da mesma forma como ele já cuidou dela. E é comovente vê-la agir dessa maneira, porque Dalila já sofreu o bastante na vida para entender as dores pelas quais Cário já passou e ainda passa. Em meio a tudo isso, e antes de conseguir livrar seu amigo da morte, temos uma trama que se desenvolve de maneira rápida e tem igualmente uma ágil conclusão. Um plot que eu gosto bastante, por sinal: o segredo de Jana, uma das cortesãs do palácio que tem muito a esconder.

Quando Dalila desconfia que Jana possa estar tramando algo para prejudicá-la, ela passa a querer vigiar as misteriosas saídas que a cortesã costuma fazer do palácio. E quando a primeira oportunidade surge, Dalila a segue e descobre que Jana também mora na cidade, que tem um pai doente e é uma hebreia. Então, Jana conta os motivos que a levaram a ir viver entre os filisteus quando conta à Dalila sobre sua tribo ter sido invadida por eles e, com isso, ter perdido sua mãe e irmãos e ter sido trazida como cortesã para Gaza… e então acabou indo parar no palácio. Porém, seu pai nunca desistiu dela e a encontrou. Logo, Jana diz que não pode permitir que façam mal a ele porque vivem um pelo outro, e ela pede para que Dalila não a entregue.

Então, Dalila compreende toda aquela situação, e enxerga na relação de Jana com seu pai o verdadeiro sentido de família, algo que ela nunca teve na vida.

Jana também revela à Dalila sobre nunca ter tido nada contra ela; que Tais sabia de seu segredo; que a chantageava e que por isso foi obrigada a ser sua cúmplice naquele episódio do atentado contra a vida de Dalila. Como eu disse, é uma trama que se desenvolve de maneira rápida e tem igualmente uma ágil conclusão, mas que nos pega na curiosidade para sabermos o que Jana tanto esconde. E é legal descobrirmos junto com Dalila qual é esse segredo, e vermos que ela é humana o suficiente para se compadecer de alguém que seu povo considera inimigo. Quando Jana pensa que ela a entregará para os filisteus, Dalila demonstra que essa jamais foi sua intenção, e, selando uma amizade, ela pede para que sua nova amiga a ajude a libertar Cário da prisão. Assim, Jana a leva até a feiticeira onde Tais a obrigou a ir junto quando a vilã buscava por algo que pudesse destruir Dalila.

Lá, Dalila consegue uma substância que fará com que Cário pareça morto, e então ela poderá salvar seu amigo quando os soldados obedecerem às ordens de Abbas para jogar o corpo do jardineiro no mar. Não vemos nada disso acontecer, apenas entendemos pela narrativa que Dalila foi feliz em seu plano… e temos aquela breve cena em que Cário desperta na praia e ela está ao seu lado. Depois, ele é levado para a casa de Jana para receber mais cuidados – eu gosto dessa Dalila humanizada. Em uma conversa com o pai de Jana sobre seus pais, ela recebe algo como sábios conselhos dele para não deixar que as mágoas que carrega afetem seu coração, além de conselhos para deixar que o tempo cure as feridas.

Talvez agora Dalila consiga se acertar com sua mãe, não que tenha sido dela a culpa dos problemas que tiveram, mas quem sabe não seja melhor para ela fazer mais uma tentativa de dissipar a raiva que a mãe carrega por acreditar que Dalila foi a responsável por destruir seu casamento com um homem que não prestava… um homem que quis abusar de sua própria filha e que ela decidiu defendê-lo mesmo sabendo que a culpa sempre foi dele – Dalila não tinha culpa por ser linda, e essa mãe não merece que ela faça tanto por ela. Por fim, o momento em que Abbas descobriu que Dalila se tornou a “protegida” do príncipe Inárus foi maravilhoso. E nós saboreamos essa derrota dele juntamente com ela, porque isso significa que o Comandante não poderá mais exercer nenhuma tirania sobre a mulher que ele mais deseja.

Dalila conquistou mais uma vitória! E sua influência em Gaza está cada vez mais sem limites.

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