Último Capítulo de “Deus Salve o Rei” (30 de Julho de 2018)
“QUE
A LIBERDADE SEJA A NOSSA ÚNICA GUIA, HOJE E SEMPRE”
Com
aquela saudade que sempre bate a cada final de novela, o “Hoje é dia de NOVELA” se despede carinhosamente de “Deus Salve o Rei”, a trama medieval de
Daniel Adjafre que esteve presente por aqui durante um bom tempo. Infelizmente,
não podemos dizer que a novela foi um grande sucesso de crítica e audiência…
afinal de contas, “Deus Salve o Rei”
enfrentou muitos problemas ao longo de seus vários meses de exibição – e me
atrevo a dizer que nem tudo foi culpa da Catarina (rs). O primeiro grande
problema da novela veio com a interpretação equivocada de Bruna Marquezine para
sua primeira vilã, Catarina. E, sim, a atuação robótica incomodou bastante. E
mesmo que ela tenha melhorado, ao tentar se ajustar ao tom de sua personagem,
as críticas negativas estavam avançadas demais para que a atriz pudesse
reerguer sua vilã… e era tarde demais. No fim, Catarina acabou tornando-se,
segundo a crítica especializada, uma
péssima vilã.
A
meu ver, eu chego à conclusão de que Bruna Marquezine não teve um desempenho
tão ruim assim, porque também existe um dedo
de culpa da direção da novela no que diz respeito a composição de sua
personagem. E houve alguns momentos onde Catarina se destacou… poucos, mas
houve. Outros problemas também se somaram para que a novela não se tornasse
memorável, e um deles foi a insistência da mídia em querer compará-la ao
fenômeno “Game of Thrones”. Isso
pesou na audiência da trama com um público que esperava um enredo semelhante ao
que a série já havia entregado… algo que claramente nunca teríamos pelo simples
motivo de essa nunca ter sido a proposta de Daniel Adjafre. Então, “Deus Salve o Rei” acabou decepcionando
aqueles que queriam coisas no estilo da série da HBO. E convenhamos, isso não caberia numa novela do horário das 7
da Globo. Calma, gente, era só mais
uma novela. E não uma superprodução estadunidense.
Mas
eu concordo que a trama teve suas pretensões ao estrear num momento onde a
série norte-americana ainda estava em
alta.
Por
outro lado, uma certa letargia no roteiro – lá no início da novela – e
personagens que não acrescentavam em nada, com tramas paralelas que não
cativaram, acabaram prejudicando ainda mais o folhetim, que, felizmente, com
várias mudanças, conseguiu recuperar seu fôlego e nos presenteou com uma reta
final interessante e maravilhosa. A quem sempre irá dizer que “Deus Salve o Rei” foi um fracasso
total. Mas cá entre nós, qual novela nunca teve seus problemas? Particularmente
falando, eu gostei bastante dessa trama medieval. E mesmo com todos os seus
problemas, eu ainda pretendo revê-la uma outra vez para matar a saudade desse
conto de fadas que me cativou. E é bom saber que a trama soube se manter firme
em meio à tantas críticas a fim de nos entregar bons momentos ao longo de seus
174 capítulos.
E
entre as coisas boas que “Deus Salve o
Rei” nos deixou, temos um maravilhoso alívio cômico, lindos figurinos e um
impecável visual de encher os olhos. A produção investiu pesado na tecnologia
para nos deliciar com os melhores cenários medievais possíveis – disso nós não
podemos reclamar, não é mesmo? Sem falar nas boas discussões sobre temas como preconceito
de classes/social e intolerância religiosa, respectivamente discutidos através dos
protagonistas e das personagens bruxas. Também preciso falar que eu me
apaixonei pelos personagens de Romulo Estrela e Marina Ruy Barbosa como casal
protagonista. É bem verdade que Afonsália
nos entregou algo bem água com açúcar e com nada de inovador para a história,
mas ainda assim eu amei esses dois – talvez por ser um grande fã da Marina
(rs). Mas não importa, diante de tudo e de todos, defenderei eternamente Afonsália… forever.
Provavelmente,
nunca teremos uma reprise da novela em um “Vale
a Pena Ver de Novo” e nem mesmo daqui uma década no canal Viva. Mas, para quem virou fã dessa
história medieval, temos um escape chamado Globoplay.
Ou seja, nunca ficaremos órfãos de “Deus
Salve o Rei” (rs).
Neste
último capítulo, vimos o destino de Catarina sendo traçado durante seu julgamento,
e com os depoimentos de Diana, Rodolfo e Afonso, as coisas se complicam ainda
mais para a vilã. Porque Diana a acusa de ter planejado a morte de Constantino,
assim como também a acusa de ter tentado matar Amália e Levi em um incêndio na
cabana onde Virgílio os manteve sob seu domínio. Então, Rodolfo a culpa por ser
a grande mente por trás da guerra entre Montemor e Artena – “Ter vivido ao seu
lado foi a pior desgraça da minha vida”. Nesse caso, ele também não participou
desse plano, não? E sendo assim, ele também deveria pagar por esse crime, não é
mesmo? Enfim! Antes de Amália depor, Afonso dá seu testemunho, e ele fala sobre
Catarina ser a responsável pela explosão da mina. E mesmo tentando reverter a
situação a seu favor, ela se vê cada ver mais sem saída.
Quando
Amália é chamada para depor, sua acusação contra Catarina é a artimanha que sua
inimiga criou para incriminá-la por bruxaria, quando a vilã trouxe para
Montemor um inquisidor que quase conseguiu condenar Amália à fogueira. Então,
Catarina revida, afirmando coisas como Amália nunca ter gostado dela, principalmente depois que se casou com Afonso…
assim, Catarina tenta humilhá-la por ser uma plebeia. Mas Amália não está
disposta a engolir essa ofensa, porque sua rival é tão plebeia quanto ela. E
ela acaba revelando a todos sobre Catarina ser a filha adotada do Rei Augusto,
enquanto a vilã consegue continuar se passando por uma nobre ao negar a
afirmação de Amália com a ajuda do silêncio de Augusto. Porém, Amália ainda tem
mais a revelar, e então vem à tona que Catarina é sua irmã!
Diante
do impacto, Catarina lembra da descrição que Brice lhe fez a respeito de seu
verdadeiro pai… e ela sabe que o que Amália acabou de revelar é a verdade.
Mas
a essa altura, nada disso lhe importa.
A
única alternativa de Catarina sair impune do julgamento é o plano de Brice dar
certo. E a bruxa possui o corpo de Lucíola, principal testemunha dos crimes da
vilã, para que ela negue todas as acusações que caíram sobre Catarina. Por um
momento, as coisas dão certo, e Lucíola/Brice assume a culpa dos crimes de sua
ama, e então Catarina entende qual era o plano secreto de Brice para ajudá-la a
se livrar da condenação. E ela faz toda aquela cena de ser humano capaz de perdoar
alguém que lhe fez mal. Naquele instante, Catarina parece ter conseguido sua
liberdade de volta. Mas, diante da possibilidade de vê-la impune de pagar por
seus crimes, Augusto decide intervir e revelar a todos que Catarina foi capaz
de arquitetar a guerra entre Montemor e Artena e que o manteve como
prisioneiro, além de confirmar que o que Amália disse sobre ela ser adotada é
verdade. E acusá-la é a coisa mais difícil que ele já teve que fazer na vida.
Então,
ele pede clemência para Catarina,
para que ela não seja levada para a forca. Porque mesmo não tendo seu sangue, ela continua sendo sua filha, a mãe do seu
neto. Enquanto isso, Agnes e Selena notam que o corpo de Lucíola está
envelhecendo, e percebem que, na verdade, era Brice quem estava comandando a
dama de companhia de Catarina. Sem forças, Brice deixa o corpo de Lucíola, pede
perdão à Catarina por não ter conseguido ajudá-la e se desintegra diante de
todos, numa cena com ótimos efeitos especiais e uma boa dose de drama e tensão.
Diante do sobrenatural, a farsa é descoberta, e o juiz da Cália anula o
testemunho de Lucíola e condena Catarina à forca… e a sentença será cumprida
assim que ela der à luz ao seu filho. Num dos momentos mais interessantes do
capítulo, temos Selena assumindo o trono da Lastrilha, e Ulisses estará ao seu
lado para sempre a apoiar (S2). E Selena faz um breve e lindo discurso:
“Esse
é o início de um novo tempo para a Lastrilha. Um tempo onde o medo e a opressão
darão lugar à tolerância e a esperança. Que a liberdade seja a nossa única guia,
hoje e sempre”.
E
ela se torna a primeira rainha bruxa da Cália.
Perto
do fim do capítulo, Amália faz uma visita à Catarina para se despedir dela, até
porque, apesar de todo o mal que lhe causou, ela é sua irmã. Mas a vilã não
quer nenhum laço com a plebeia. E, então, Amália percebe que não vale a pena se
compadecer de Catarina. Afinal de contas ela continua a mesma, uma pessoa sem
alma e sem coração. Depois, Augusto também se despede dela, e eles se
reconciliam em uma cena bem comovente entre os dois, com Augusto pensando que
não ganhará o perdão de Catarina pelo que fez no julgamento, mas deixa claro
que precisava ser justo diante da possibilidade de ela sair impune. Assim,
Catarina lhe dizendo que “não morrerá com raiva dele” e que “só tem a lhe
agradecer por tudo o que ele lhe deu” – “Pai, muito obrigada por tudo” “Eu te
amo, minha filha!”. Logo, ele pede que ela se despeça da filha antes de ir para
a forca, mas Catarina rejeita a criança.
Assim,
posteriormente, veríamos que seria Augusto a cuidar e criar, com todo amor e
carinho de um avô, a filha de Catarina. Além de também se entregar ao amor de
Larissa, a grande paixão que ele conheceu no teatro. Logo, chega o momento de
Catarina pagar com a vida por todos os crimes que cometeu, e ela não se
arrepende de nada do que fez – “Eu não me arrependo de nada. Faria tudo
exatamente igual”. Assim, depois de suas últimas palavras, ela é enforcada. Foi
um bom desfecho para a personagem, porque diante de tantas atrocidades
cometidas, Catarina não poderia ter redenção.
Assim,
partimos para o momento comédia desse último capítulo da novela: o hilário
parto de Lucrécia! E é claro que se tratando dela, nada poderia ser normal… a
não ser somente o parto propriamente dito (rs). E enquanto Rodolfo grita aos
quatro ventos que seu filho vai nascer,
Lucrécia está sofrendo para dar à luz –“Eu juro que se eu soubesse que era tão
difícil, jamais teria beijado na boca de Rodolfo” (kkkkkkkk). E é aquela coisa
louca até que ela consiga trazer seus bebês ao mundo – “Meu filho! A mamãe
desejou tanto você. Vem, meu filho! Tem um mundo maravilhoso te esperando lá
fora. Tem guerras, eu sei. E tem a inquisição e a peste. Pensando bem, ele não
vai querer sair… (kkkkkkkk). No fim das contas, ela acaba surpreendendo e, primeiramente,
dá à luz a três bebês, para a alegria de Rodolfo – “Misericórdia! Três Monferratinhos!
Eu sou um fenômeno! (kkkkkkk).
Por
fim, ela sente mais um chute, e lá
vem o quarto bebê – Socorro! Boa sorte, Lucrécia! (rs). E é emocionado ver a felicidade
dela e de Rodolfo com os seus Monferratinhos. Sentirei muitas saudades desses
dois.
Quanto
a outros personagens que a trama considerou relevante mostrar o desfecho, temos
Tiago assumindo a academia militar de Montemor, e agora mulheres inspiradas por
Selena fazem parte de sua primeira turma. Naná acaba ficando louca por conta de
sua mania de grandeza, e Diana aceita o pedido de casamento de Gregório. Nos
minutos finais, diante do conselho da Cália, Afonso não abre mão de seu
casamento com Amália, e ele tem o apoio de Selena e Augusto para isso. Então, o
presidente do conselho também o apoia, e esse conto de fadas finalmente pôde
ter um final feliz, com o casamento de Afonso e Amália e a coroação dela como
Rainha de Montemor. E eu adorei a cena final da novela, com parte do elenco e
figurantes dançando e celebrando a paz e a harmonia que agora reina em
Montemor. Amália e Afonso estão no centro da coreografia, e ele a gira no ar e
depois beija seu ventre… já sabemos, temos um herdeiro a caminho.
Ah,
uma novela que deixará saudades em mim (S2).
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