Último Capítulo de “O Tempo Não Para” (28 de Janeiro de 2019)
“MEU
AMOR, EU NÃO TENHO MEDO DE NADA QUANDO ESTOU AO SEU LADO. MUITO OBRIGADA, VOCÊ
ME FEZ MUITO FELIZ!”
Apesar
de alguns deslizes, de alguns tropeços ao longo da trama e de uma reta final
fraca, “O Tempo Não Para” se saiu bem
em seu último capítulo, encerrando de forma agradável a história de amor de uma
jovem do século XIX por um belo, gostosão e maravilhoso jovem de bom caráter do
século XXI (rs) – E o que eu cheguei a pensar que seria um final melancólico
acabou caminhando para o clássico final feliz dos protagonistas. No fim das
contas, tudo acabou bem para Samurocas…
E não poderia ser diferente. Modéstia à parte, eu sou muito bom em não pegar spoilers na internet, porque depois de pouco mais de três anos do fim da
novela, cá estou eu escrevendo minha review
do último capítulo de “O Tempo Não
Para” para o blog, sem nem
imaginar qual foi o desfecho da trama até assistir ao último capítulo (rs).
Obviamente,
eu vi várias imagens daquele hilário efeito visual do envelhecimento da
Marocas circulando pela internet (kkkkkkkk),
porque a galera zoou muito esse momento bizarro. Mas eu consegui segurar a curiosidade a respeito do que se tratava a
cena até o fim da novela – como eu disse, sou bom em não pegar spoilers (hahahaha).
E
eu preciso concordar com a internet:
que efeito péssimo foi aquele? Socorro! (Kkkkkkkkkk). Mas superando minhas
expectativas, eu gostei desse final. Foi um último capítulo gostosinho, que me
fez ficar com aquela sensação de saudade desses protagonistas e de outros
personagens que eu considero bons nessa trama de Mário Teixeira, como Miss
Celine, Dona Agustina, o senhorito
Bento, o bom Eliseu e, claro, meu
querido Dom Sabino – é, acho que só esses mesmo, e talvez algum outro aqui e
ali, porque essa novela tem uma lista enorme de personagens descartáveis, e
esse é um dos erros que fizeram a trama não terminar com o mesmo carisma que
começou, infelizmente.
E
já que estou falando em erros, deixa eu citar alguns que me incomodaram um
pouco ao longo da novela: Mário Teixeira começou bem com uma questão relacionada
aos ex-escravos que despertaram na atualidade e que precisaram se adaptar aos
dias de hoje sem saber lidar com a liberdade que agora tinham, enquanto fazia
um paralelo sobre as várias coisas que ainda precisam mudar em relação aos
negros no Brasil, porque muita coisa continua como no século XIX – a triste
realidade do nosso país. Mas o autor e seus colaboradores pecaram em
praticamente abandonar esses personagens antes mesmo da metade da novela,
deixando o debate dessa ideia de lado e desperdiçando todo o talento de vários
atores e atrizes negros. A impressão que deu foi que todos esses personagens
foram esquecidos no churrasco e só estavam ali de enfeite.
E
um desses talentos desperdiçados, só para citar rapidamente, foi o da Cris
Vianna, que só aparecia em cena para fazer merchan
para uma certa marca de roupa que não vou citar aqui porque não fui pago para
isso (rs), mas que começa com Du e
termina com Lina. Brincadeiras à
parte, realmente a personagem só surgia com essa finalidade. Um desperdício de
talento. Pouco se aproveitou do elenco negro da novela. Outro ponto negativo
para o desandar da trama foi a chegada do personagem Lúcio, o outro vilão de
João Baldasserini. O personagem chegou prometendo muito com todo aquele plot de vingança contra Samuca e os
Sabino Machado por acreditar que eles eram os responsáveis pela morte do
Emílio. Só que o tiro saiu pela culatra, porque Lúcio foi um vilão que cansou
rápido demais, e, para completar, colocaram a personagem Betina para viver à
sombra dele, o que fez com que a vilã de Cleo caísse no limbo do esquecimento.
Ter
criado outros plots e ter reduzido a
existência de Lúcio teria sido mais interessante.
Citando
a Betina, a personagem funcionava melhor como uma espécie de antagonista de “Malhação” – com seus planos
“infalíveis” para separar o casal protagonista – do que como parceira de um
vilão-Mor. Juntando tudo isso, ainda tínhamos umas tramas e núcleos paralelos
que, convenhamos, não tinha nada de estimulante. Por favor, quem se importava
com aquele núcleo pensão da Coronela? Quem se importava com o insuportável do
Livaldo? E pra quê aquele retorno do Amadeu Baroni? Quem ligava para aquele
triângulo amoroso formado pelo Teófilo, Zelda e Monalisa? Era para ser
engraçado? Acredito que não, porque era uma coisinha bem sem graça. Sem falar
que em todas essas tramas quase todos os personagens eram descartáveis. Então,
era tudo meio que desnecessário.
Bem,
pelo menos eu não me importava com nada disso, mas talvez alguém gostasse. Vai
saber, né? Contudo, o carisma dos protagonistas conseguiu salvar a novela de um
marasmo ainda maior. E não podemos dizer que “O Tempo Não Para” não nos entregou bons momentos divertidos e
emocionantes. Estaria mentido se dissesse o contrário.
E
eu realmente lamento muito que a novela tenha perdido muito de seu carisma
inicial. A gente sabe que toda novela enfrenta seus problemas ao longo de seus
capítulos, mas é quase que inaceitável que uma trama que começou tão bem, com
tanto carisma e gerando tanta empolgação, tenha terminado com aquela sensação
de poxa, podia ter sido melhor. Bem,
talvez você discorde de tudo o que eu coloquei aqui, e eu respeito isso. Mas
que a novela foi caindo…ahhhhhh, isso foi. Vamos colocá-la como uma novela boa,
vai!? Nem tão ótima e nem tão péssima assim. E eu preciso confessar que, mesmo
com todos esses deslizes, eu ainda assistiria novamente, porque tem alguns
personagens e algumas tramas que valem a pena um Vale a Pena Ver de Novo. Eu continuo amando Marocas, Samuca e o Dom
Sabino! E alguns outros também (rs).
O
último capítulo da novela gira em torno da possível morte de Marocas por conta
de uma última vilania de Lúcio para vingar a morte de Emílio: injetar na
primogênita dos Sabino Machado o vírus mortal manipulado para que sua morte
fosse acelerada. E vimos que no penúltimo capítulo ele conseguiu ter êxito nesse
plano. Logo, Marocas estaria prestes a morrer a qualquer momento. Então, quando
Samuca descobre que a Dra. Petra deu a Marocas, numa tentativa final de
salvá-la do “vírus incurável”, um “protótipo de uma vacina”, sem nenhum tipo de
garantia em sua eficácia, ele se revolta e se desespera, porque a usaram como
“cobaia”. Então, nada o impede de entrar na bolha
onde ela está para tirá-la de lá, sem se importar com o risco de também ser
contaminado… afinal de contas, dessa vez Petra foi longe demais e a vacina pode matar Marocas.
Agora,
é Marocas quem se desespera pelo fato de Samuca está exposto ao vírus e
correndo risco de morte. E ele é impedido de sair com ela para que o vírus não se
alastre. Assim, os dois são trancados na bolha
para segurança geral. E temos momentos de tensão, romantismo, drama e coragem.
Tudo em nome do amor, até porque, se tratando de Samuca e Marocas, não poderia
ser diferente, não é mesmo? (S2). Eternos apaixonados! Ao descobrirem que as
amostras foram trocadas, e que ao invés do protótipo da vacina, Marocas teve um
vírus ainda mais letal injetado em seu organismo, só resta correr o risco de
usar a vacina elaborada pela Dra. Petra. E Marocas está decidida a correr esse
risco, porque enquanto todos são contra, ela sabe que essa “pode ser sua única
chance”. Logo, Samuca é quem aplica a vacina, e em pouco tempo eles saberiam
qual seria o resultado daquilo tudo.
Enquanto
Marocas começa a passar mal por conta dos efeitos da vacina, que não sabemos se
será algo positivo ou mortal para o seu organismo, somos levados, através de
uma espécie de delírio/imaginação dela, para o século XIX, onde ela e Samuca
dançam, apaixonados, uma valsa… aquela que poderíamos chamar de a última valsa
dos apaixonados. É uma cena linda, com um aspecto fantasioso e melancólico, mas
carregada de muito romantismo, que representa muito bem o que sempre foi esse
casal protagonista romântico. Depois, vemos Marocas envelhecer rapidamente, e o
tão zoado efeito visual bizarro e tosco acabou quebrando um pouco o clima de emoção
da cena. Socorro! – Poderiam ter amenizado um pouco, aliás, poderiam ter
amenizado muito. E foi nesse momento que eu cheguei a pensar que o final dos
protagonistas pudesse ser diferente do que esperávamos de uma novela das sete:
aquele final feliz cheio de amor e alegria.
Cheguei
a teorizar que talvez Samuca também pudesse morrer por estar em contato com o
vírus, e que os dois terminariam juntos em algum lugar da eternidade – eu sei,
eu viajei um pouco ao imaginar um final bem “A
Viagem” e “Alma Gêmea”
(kkkkkkkkkk), mas por que não? Depois do envelhecimento bizarro, o que mais
poderia vir? E após um momento em que o roteiro dá indícios de que tudo poderia
terminar assim, tivemos um flashback
com os melhores momentos de Samurocas
durante a novela… e foi mais um momento fofo e ao mesmo tempo melancólico,
porque parecia uma despedida triste desse casal que aprendemos a gostar tanto.
Depois, voltamos à cena valsa, para em seguida vermos Marocas rejuvenescer e
retomar sua saúde outra vez. A vacina havia surtido o efeito positivo. E a
emoção tomou conta, porque agora sabemos que tudo acabará bem.
E
se tratando do desfecho da história, obviamente, não poderia faltar o castigo
dos vilões e o final de outros personagens. Primeiro, conforme prometido por
Lúcio, Mariacarla cai nas mãos de Herberto, e então ele pode se vingar dela por
ter tentado matá-lo, antes. Não temos a cena de sua morte, mas temos todos os
indícios de que Herberto executou sua vingança. Depois, a Poc e o Pierre são
presos por cumplicidade na tentativa de matar Marocas com o vírus mortal
manipulado. E a cena é até um pouco hilária, até porque estamos falando da Poc,
né!? E ela não podia perder a chance de dar em cima do policial gostosão para
livrar sua pele (hahahahaha). Assim, seguimos para o castigo de Betina, quando
Lúcio descobre que ela foi a verdadeira responsável pela morte de Emílio e
escondeu isso dele desde sempre. Então, Lúcio finge que não sabe de nada e
decide presentear Betina com uma cobra-coral, o mesmo tipo de cobra que
envenenou seu irmão.
Dessa
maneira, Betina é picada pela cobra que estava na caixa de presente. Enquanto
isso, Lúcio a vê agonizar e se nega a ajudá-la, sentindo que sua vingança pela
morte do irmão foi concluída. Mas ele também sofre por ver a mulher que ama
morrendo através de um plano que ele mesmo elaborou, de forma semelhante à de
Emílio. Para ele, nada mais justo e ao mesmo tempo perturbador. E eu gostei
desse final da vilã. Gostei da cena e gostei de como Lúcio foi da frieza à
melancolia ao ver sua grande parceira de vilanias morrer, porque nada disso
estava em seus planos, mas ele precisava colocar um fim em toda essa questão de
vingança. Então, chega sua vez de receber o castigo, e enquanto pensávamos que
ele sairia impune, fugindo bem glamoroso em um avião particular, a polícia
consegue impedir a fuga e Lúcio é preso por “crimes contra o sistema
financeiro, ocultação de cadáver, tentativa de homicídio contra Maria Marcolina
Tercena e o assassinato de Betina Carvalhal”.
Quanto
a Dra. Petra, como Samuca e Marocas deixaram bem claro, nada justifica sua
falta de ética na medicina e suas atitudes erradas, mas depois de descobrirem
que ela havia testado a vacina em si mesma ante de aplicar em Marocas, sendo
assim a primeira “cobaia” do processo, eles decidem deixá-la partir sem
denunciá-la por seus crimes, porque de uma maneira ou de outra, foi graças a
ciência dela que Marocas conseguiu voltar a ficar bem. E ela se fez “cobaia”
como uma forma de compensar todo o mal que havia feito à Marocas e aos Sabino
Machado. E mesmo sendo “imperdoável” tudo o que fez, Marocas não se acha no direito
de julgá-la. Então, ela pôde ir embora com seu próprio peso na consciência,
sendo a juíza de seus próprios atos e provavelmente punida por eles.
TEMPOS DEPOIS,
estamos nos minutos finais do capítulo, e é hora de dizer adeus ou um até breve
para esses personagens.
Samuca
deixa a SamVita nas mãos de Nat e
Bento, agora casados, para “conhecer o mundo” junto com Marocas, e Waleska e
Mateus estão felizes com sua princesinha, a Nina. Em seu diário, Dom Sabino
deixa registrado o desfecho de alguns personagens, e vemos tais desfechos através
de uma narração dele enquanto escreve para a posteridade: Miss Celine se tornou
dona de uma escola, e ela e Elmo são adoráveis e felizes pais adotivos de
várias crianças; Cesária termina rica e ao lado do gatão do Dr. Tales; Dona
Agustina tornou-se uma bem-sucedida empresária do ramo da culinária, contando
sempre com a ajuda de Damásia, a mais premiada chef de cozinha do país; Teófilo termina como um empresário da
noite/dono de um cabaré (rs) ao lado de Monalisa e Zelda; Cecílio e Paulina se
casam e têm o seu final feliz garantido; Adam/Barão paga por seus crimes na
cadeia, aguardando o dia em que a liberdade lhe dará uma vida digna e honesta;
Laércio, depois de tanto aprontar, passa a seguir uma vida religiosa como
coroinha da igreja do padre Luís, para a tristeza da Vera Lúcia – se bem que
podemos dizer que a safadeza não saiu dele (rs) – Menelau, acompanhado da
belíssima da Dra. Vanda, virou um dos maiores modelos internacionais – também
pudera, haja beleza! –; Cairu também seguiu no mundo da moda, se tornando uma
modelo disputada por grandes marcas. E adivinhem só, a última cena da
personagem é fazendo merchan para
aquela famosa marca de refrigerantes (aff!). PQP, mas nem em sua última cena
ela deixou de fazer propaganda? E os planos de Dom Sabino, Eliseu e Marino, de
despoluírem o Tietê, surtiram efeito. Seria um sonho se fosse verdade, né,
gente? E claro, Dom Sabino e Carmen terminam juntos e felizes.
Por
fim, Marocas está grávida de uma menina, e, agora, ao invés de três, serão
quatro Marias na família Sabino Machado (S2). A cena final da novela é
interessante, porque Samuca e Marocas estão no mesmo local em que se viram pela
primeira vez: na praia onde ele a encontrou, lá no fim do primeiro capítulo. E eles
relembram como tudo teve início – “E foi aqui que tudo começou” “Nosso primeiro
encontro” “E aqui tinha que terminar”. É claro que eu vou sentir saudades dessa
novela. Até porque os acertos de “O Tempo
Não Para” superam os erros. Já está até batendo aquela saudade. É sempre
difícil nos despedirmos de personagens que amamos acompanhar por meses – no meu
caso, por anos (rs). A trama teve seus deslizes, mas a premissa era muito boa. No
fim das contas, foi uma boa novela? DE CERTO QUE SIM! (S2)
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