Desalma 2x02 – Anninka

“Você não sabe do que essa cidade é capaz”

Segundo episódio da temporada e eu já estou achando que a temporada inteira está maravilhosa por demais (rs). Eu estou empolgadíssimo com “Desalma” e, mais uma vez, muito orgulhoso do trabalho de Ana Paula Maia – pelo que tenho visto na internet, a galera aprovou a temporada e já está querendo uma próxima, o que é muito bom. Sinal de que o projeto deu certo. Eu sou bem suspeito para falar, porque eu me tornei um grande fã da série. E ver o roteiro resolvendo algumas pontas soltas da temporada passada e criando novos enigmas e mistérios tem me deixado preso a “Desalma”, de uma maneira deliciosa e contagiante, afinal de contas, esse início de temporada tem me surpreendido positivamente. E vocês, gostaram ou estão gostando?

Halyna voltou pra valer após 31 anos, e, no corpo de Melissa, ela promete muita coisa. Muita coisa mesmo. Gostei bastante do reencontro dela com a Haia, achei emocionante e, ao mesmo tempo, um tanto quanto macabro (rs): mãe e filha juntas, novamente, para algum tipo de vingança? Creio que sim. Para Halyna, é estranho estar de volta. E ela nunca deixou de estar por perto, sempre ouvindo Haia chamá-la e, por isso, nunca conseguindo sair da floresta – “Bem vinda, filha!”. Mas Halyna não veio para ficar, e me parece que o que ela mais quer é encontrar Roman. Confesso que estou bem ansioso para esse reencontro. Acho que ele promete! Quando Pavlo a vê com Haia, ele se surpreende com o que a tia foi capaz de fazer usando seus poderes de bruxa: trazer a filha de volta à vida, ainda que seja no corpo de outra pessoa.

Enquanto isso, no flashback, em 1995, vemos que Halyna já vinha atormentando a vida de Roman desde muito tempo, como quando ele vê uma lágrima escorrer da pintura de uma moça num quadro na parede de seu apartamento. E eu estou esperando por cenas em que ele vai explodir em agonia e perturbação, porque ele merece. Será que teremos algo do tipo? De volta à atualidade, o comportamento estranho de Melissa/Halyna está complicando cada vez mais sua relação com Giovana, que quer que a filha se abra com ela e lhe conte sobre o que aconteceu na floresta: algo a ver com o surto que depois a fez entrar em coma. Sua Melissa já não é mais a mesma.

E ficou bem claro que Halyna não gosta nem um pouco da Giovana, até porque Giovana é a “mulher do Roman”.

Depois, Emily lembra da garota da floresta que a pegou, e ela conta à Giovana que ela podia voar e que lhe disse que “Roman a matou”. Gente, será que sou só eu que não quero ver a Emily sofrer nenhum tipo de perturbação sobrenatural? Ela é uma criança muito querida para ser atormentada. Mas estamos em uma série de suspense sobrenatural, e a fórmula criança + terror funciona muito bem – temos o Anatoli para provar isso. Após o emocionante reencontro de Ignes com Aleksei, somos levados, novamente, para 1995, quando ele sai da penitenciaria após sete anos preso pela morte da Halyna. E eu achei bem ironia do destino a conversa que ele tem com o cara que vai buscá-lo, quando eles comentam sobre a “queda do muro de Berlim, a porra dos soviéticos se desintegrando e que agora a Ucrânia está livre”.

Eu sempre acho bizarro quando essas coisas acontecem – tipo, a ficção falar de algo que, fora dela, a realidade próxima é outra –, porque no cenário atual as coisas ainda não estão muito bem para os ucranianos, infelizmente.

Quando Aleksei chega em casa, ele é recebido com alegria por Ignes e pela mãe, mas não pelo pai. E algumas coisas, obviamente, mudaram enquanto ele estava preso, como é o caso de Ignes estar de casamento marcado com Boris. E isso não agrada nem um pouco Aleksei, porque ele aprendeu, na cadeia, a farejar o “medo”, e ele sabe que Boris está escondendo algo. Porém, ele ainda não compreende o que o cunhado está planejando com essa questão de querer se casar com Ignes, até porque Aleksei bem sabe que Boris e Roman eram amantes… e ele ameaça acabar com o cunhado se ele magoar sua irmã.

No presente, Aleksei conta à Ignes sobre Haia tê-lo sequestrado anos atrás, e ele mostra as marcas das correntes que o prendiam para que ela possa acreditar no que ele está lhe dizendo. Então, ele também fala sobre um dia ter acordado na floresta, sobre terem o levado para o hospital e sobre ter fugido de lá e voltado a morar na floresta. E quando ela o questiona do por que não voltou para casa, a resposta é simples: “medo de o pegarem novamente”. E quando o Boris/Roman aparece querendo saber quem é o homem que está conversando com sua esposa, ele descobre que Aleksei está vivo – “Não me reconhece mais, cunhado?” – e solta aquele “Parece que os mortos de Brígida decidiram retornar”. Senti um cheirinho de treta no ar.

Assim, a notícia de que Aleksei não está morto movimenta Brígida, então sua identidade precisa ser comprovada. Mas Ignes não gosta de saber que Natasha, uma das testemunhas que ajudou seu irmão a ser condenado pela morte de Halyna, e que retornou a Brígida após 30 anos como a nova investigadora do caso do sequestro de Aleksei, esteja no comando das investigações, afinal de contas, Natasha prejudicou seu irmão, no passado. Mas eles não têm alternativa, porque ninguém está disposto a vir para um buraco como Brígida, e é pegar ou largar. Então, Natasha quer saber mais sobre o sequestro, e Aleksei não pode lhe dar muitas informações a não ser que acha que Haia o drogou para levá-lo até o cativeiro, e a prova pode estar nas substâncias alucinógenas que foram encontradas em sua urina quando ele foi examinado no hospital.

Logo, ele também não é capaz de reconhecer um suposto cúmplice (Pavlo) de Haia quando ouviu os dois discutindo no cativeiro, porque só o viu uma vez. Mas quando Pavlo entra na sala e Aleksei o vê, algo parece querer vir à tona em sua memória. São as peças de um quebra-cabeça começando a se encaixar.

Cada vez mais preocupada com Melissa/Halyna, Giovana a leva para uma sessão de terapia com Elena/Anninka, e aqui temos o melhor momento do episódio. A sós com Halyna, Elena revela que é Anninka, e a filha de Haia se surpreende por estar diante da amiga bruxa que assumiu a forma de outra pessoa. Então, Halyna quer saber como Anninka se transformou em Elena – “Você não sabe do que essa cidade é capaz”. Assim, no flashback, vemos um pouquinho do passado de Anninka durante um período de caça às bruxas em Brígida, quando ela já se disfarçava de freia para esconder sua verdadeira identidade de bruxa. Com os rumores de bruxas na igreja, o padre local diz que “não vai tolerar heresias e adoradores do demônio na paróquia”, e ele pede para que Anninka “ajude a madre superiora a vigiar as noviças”.

Então, vemos Anninka fazer um ritual enquanto o padre discute e bate em outra freira por estar grávida dele e a acusa de uma vida de luxúria antes de chegar na paróquia, além de também dizer que Satanás a levou até ali para fazê-lo pecar e que isso é típico de uma bruxa. Assim, vemos que o ritual que Anninka está fazendo é para matá-lo… e ele morre. Merecido! Como sempre, a religião e seu falso moralismo. Enfim, a hipocrisia! Tá aí que eu gostei dessa Anninka (rs). A personagem, nos flashbacks da primeira temporada, foi interpretada por Alexandra Richter. E eu queria que a atriz tivesse continuado nessa temporada, mas estou feliz que Vanessa Bueno assumiu o papel. Teremos igualmente uma boa Anninka nos flashbacks.

Nos momentos finais do episódio, Anele e Ivan visitam Aleksei na casa de Igens, e ela levanta um questionamento: se Aleksei está vivo, então quem está enterrado em seu lugar? Quanto a isso, Natasha já está cuidando da exumação do corpo, e a nova investigadora de Brígida está empenhada no caso. Sinto que teremos uma surpresinha vindo por aí. Já na casa de Giovana, Emily reconhece a garota que a pegou na floresta quando vê Halyna em um retrato na parede… e ela conta para Giovana. Enquanto isso, Bóris está tentando se matar para se livrar do domínio de Roman, mas isso será muito mais complicado do que ele imagina. O episódio termina com a chegada de uma nova personagem: Mykhaila, a irmã de Haia e mãe de Pavlo. E o reencontro das duas traz uma forte emoção para ambas.

Resta saber que mistérios essa nova personagens nos trará. Ansioso!

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