Sansão e Dalila – O retorno de uma antiga inimiga

 “TENHA MUITO CUIDADO. QUANDO O BRILHO DA PRATA É MUITO FORTE, ELE NOS IMPEDE DE ENXERGAR COM CLAREZA”

Tais está de volta, com sede de vingança e decidida a destruir Dalila por rixas do passado. Mas antes de voltar a enfrentar sua antiga rival, Dalila precisava se acertar com sua mãe, e isso era algo que ela desejava fazer há muito tempo, porque nunca quis ter uma relação de inimizade com quem lhe deu a vida. Toda essa contenda entre as duas só se deu porque a mãe de Dalila decidiu ficar do lado de Rudiju, quando o padrasto de sua filha tentou abusar dela. Por um lado, eu não acho que Dalila tenha que se preocupar em ser ela a buscar uma boa relação com a mãe, já que não foi sua culpa ter despertado o interesse do padrasto e ter sido ela quem mais sofreu quando sua mãe a rejeitou por conta disso, já por outro lado, se isso era algo que estava tirando sua paz, era bom que ela buscasse sanar essa pendência… de uma vez por todas.

Seguindo os conselhos do pai de Jana, um sábio senhor que está muito doente e que se tornou um grande amigo e conselheiro, Dalila vai ao Vale do Soreque uma última vez. Lá, quando reencontra sua mãe, ela tenta selar a paz entre as duas, dizendo coisas como saber que não foi uma boa filha, mas que sua mãe também não foi uma boa mãe e que voltou porque a ausência materna lhe dói e que não é possível que não tenha lhe dado uma alegria na vida. As palavras de Dalila comovem sua mãe, e elas se perdoam e deixam todas as mágoas para trás. O Vale do Soreque traz péssimas lembranças à Dalila, que relembra quando Rudiju tentou abusar dela e o trauma que tudo isso lhe causou, algo que talvez ela nunca supere.

Após alguns momentos agradáveis entre mãe e filha, Dalila insiste para que sua mãe vá embora com ela para Gaza, onde ela poderá cuidar melhor de quem lhe trouxe ao mundo.

Porém, sua mãe prefere ficar no Vale do Soreque, porque ali é seu lugar e Dalila tem que seguir seu próprio caminho. E ela recebe um sábio conselho da mãe: “Tenha muito cuidado. Quando o brilho da prata é muito forte, ele nos impede de enxergar com clareza”. E pela primeira vez eu preciso concordar com a mãe de Dalila. Assim, elas se despedem e Dalila retorna para Gaza. Na festa para os príncipes filisteus, que o príncipe Inárus decide realizar, como agradecimento pelos líderes terem enviado seus homens para fortalecer o exército contra Sansão, Dalila tem uma desagradável surpresa quando o soberano de Ecron revela sua protegida: Tais. A antiga rival de Dalila está de volta, com ar de superioridade, petulância, soberania e altivez, querendo provar que, dessa vez, conseguirá acabar com ela.

Mas Dalila não abaixa a cabeça para a rival que já tentou destruí-la outras vezes. E eu gosto disso, assim como também gosto desse retorno de Tais, ela é uma ótima personagem e Karen Junqueira faz dela uma vilã maravilhosa. Assim, quando Tais tenta rebaixar Dalila, fingindo não se lembrar direito dela, como se ela não tivesse se tornado a importante cortesã de Gaza, Dalila cala a boca de Tais com uma merecida resposta àquele desdém: “Como é mesmo seu nome?” “Pergunte ao príncipe de Ecron, ele certamente não esqueceu” (hahahahaha maravilhosa!). Para dar início às festividades, Inárus oferece aos convidados o que há de melhor no palácio, e isso inclui comida farta, bom vinho, mulheres e, claro, a beleza de Dalila. E os príncipes vibram com a ideia de terem a mais bela cortesã como a grande atração principal da festa.

Quando Dalila dança na festa, esbanjando sensualidade e beleza, os príncipes são generosos com ela e a presenteiam com joias, até mesmo o soberano de Ecron, o que desperta ainda mais a inveja e o ciúmes de Tais, e é bom ver a vilã se corroendo de raiva. Logo, Dalila encanta e é ovacionada por todos, e ela termina sua dança cercada de belos adornos. Já Tais não tem o mesmo sucesso de Dalila quando dança para os soberanos, primeiro porque o soberano de Ecron não permite que sua protegida ganhe presentes de outros homens, e segundo porque Dalila estraga sua apresentação ao fingir passar mal e desmaiar na frente de todos, chamando toda a atenção para si (hahahahaha eu adoro a esperteza de Dalila). Eu gosto dessa rivalidade entre as duas, principalmente por não ser uma rivalidade com foco em homens, e sim em status e poder.

Dalila versus Tais é uma rivalidade interessante de se ver (rs).

Depois, ao ver Dalila rindo por ter estragado sua dança, Tais vai lhe fazer uma ameaça, pois ficará um tempo no palácio e tem certeza de que dias muito agradáveis estão por vir, principalmente para Dalila, mas sua ironia não incomoda a mais bela cortesã de Gaza. Quando o pai de Jana morre, a amiga de Dalila vai ao palácio para buscar seus pertences e ir embora dali, afinal de contas, não faz mais sentido ela continuar escondendo que é uma hebreia entre os filisteus, porque ela já não precisa mais de certas regalias que recebia como cortesã para se sustentar e sustentar o pai. Então, Dalila a consola e a convence a ficar um pouco mais, deixando a amiga aos cuidados de outra amiga, Myra. E Jana aceita atender ao pedido de Dalila antes de decidir qualquer rumo em sua vida.

Jana é uma personagem que eu também gosto muito na minissérie, e apesar de não ter muito destaque, a trama da hebreia que vai parar no palácio de Gaza como cortesã, tendo que esconder que é uma mulher do povo inimigo para se manter viva e ainda conseguir cuidar do pai, é bastante interessante, e a minissérie poderia ter explorado mais o plot da personagem. Enquanto isso, Tais vai bajular o príncipe Inárus e semear intrigas entre ele e Dalila, dizendo que percebeu os olhares entre Dalila e o príncipe de Gate e que depois viu os dois conversando sozinhos, e ela ainda insinua que esteja acontecendo algo entre eles. Assim, ela facilmente consegue plantar dúvidas na cabeça de Inárus quanto à lealdade de Dalila… e ele passa a observar os passos de sua mais bela cortesã, sentindo desconfiança e ciúmes quando a vê sendo cordial com o príncipe de Gate.

Procurando por Jana, sua antiga cúmplice no palácio antes da chegada de Dalila, Tais consegue encontrá-la, e ela quer sua ajuda para destruir a rival, do contrário, contará a todos que é uma hebreia e os filisteus irão sacrificá-la aos deuses. Então, preocupada, ela alerta Dalila sobre os planos de Tais, e Dalila tranquiliza a amiga, porque Jana já não mora mais no palácio e Tais não conseguirá nada com seu plano de despertar o ciúme do príncipe Inárus. Será? Com Abbas, Tais busca uma aliança, e ela tenta ganhar a confiança dele ao exaltar seus feitos como comandante do exército filisteu, demonstrando que confia em sua experiência militar para derrotar Sansão. Mas Abbas não está para bajulações, e ele só dá ouvidos à Tais quando ela diz o que realmente quer com ele: sua ajuda para destruir Dalila.

Assim, eles se tornam aliados, até porque Abbas sempre desejou Dalila, mas ela foi astuta o suficiente com suas artimanhas para conseguir afastá-lo quando se tornou a protegida do príncipe, e isso não o agradou em nada, afinal de contas, ele não pode tocá-la. Quando mais uma vez Tais procura por Jana, Dalila tem o prazer de lhe dizer que Jana não mora mais no palácio, e que Tais terá que conseguir outra cúmplice para suas armações, porque descobriu que Jana era uma hebreia e a expulsou do palácio… e a vilã não gosta de saber que não pode mais contar com Jana, uma aliada que só a ajudava porque Tais ameaçava contar seu segredo, mas, ainda assim, era uma aliada. Por fim, Tais consegue estremecer a relação de Dalila com o príncipe Inárus.

Quando Dalila vai dizer a ele que as coisas que Tais anda dizendo sobre ela e o príncipe de Gate são mentiras, desconfiado, Inárus a proíbe de se apresentar aos príncipes uma outra vez e ordena que ela permaneça em seus aposentos e que não saia de lá até que ele permita. Então, Dalila tem que obedecê-lo, enquanto Tais adora ver que ela está sendo repreendida por uma contenda que ela criou, e ela realmente está disposta a ir até o fim em seu plano de acabar com Dalila. Assim, pode ser que Tais não seja tão inofensiva quanto Dalila imaginou, e ela terá que arranjar um meio de tirar a rival de seu caminho, antes que seja tarde demais, ainda mais agora que Tais e Abbas se aliaram contra ela. Agora, a mais influente e bela cortesã de Gaza terá que tomar muito cuidado para não perder nenhuma batalha.

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