Primeiras impressões de “Terra e Paixão”

 

“Eu é que vou fazer o meu destino”

Golpe da barriga, dois irmãos apaixonados pela mesma mulher, tentativa de assassinato, grandes armações, violência doméstica, chuva de pix, mocinha na cadeia, participação especial de Susana Vieira, Daniel usando o perfume da RHODES (rs) e muito mais… o primeiro mês de “Terra e Paixão” me agradou bastante. Estou curtindo a novela e adorando os núcleos da história. Walcyr Carrasco não prometeu nada além de tramas bem folhetinescas, o que eu acho bom, porque o clichê quando bem-feito acaba agradando muito mais do que algo diferentão e muito conceitual – e já vimos que clichê é o que não vai faltar na novela, ao melhor estilo Walcyr de escrever (rs). “Terra e Paixão” ainda está engrenado e tentando conquistar o público com suas tramas e personagens, e sigo confiante de que vai dar tudo certo. Muita sorte para a novela!

Gostaria de começar meus comentários sobre o mês de estreia falando do romance da Aline com o Daniel: um casal sem química – ainda bem que a protagonista de Bárbara Reis tem mais dois bonitões disputando seu coração. (rs) Daniel é muito manipulável e isso me passa uma vibe de imaturidade, ou seja, tudo o que Aline não precisa é de um homem sem pulso firme ao seu lado. Também não estou torcedor tanto assim por um romance dela com Caio, não que eles não tenham química e coisas do tipo, só acho que não tivemos tempo o suficiente para sabermos como esse entrosamento entre eles poderá terminar num romance que nos agrade. Já o Jonatas, mesmo que não tenha rolado nada além de uma amizade entre ele e Aline, eu o vejo muito mais próximo do que seria um bom par romântico para a protagonista do que os demais, embora desconfie que esteja nos planos do Walcyr transformar o personagem em uma espécie de Renato em “O Outro Lado do Paraíso”: aquele bonzinho que se revela um grande vilão.

Lembram?

Porém, a meu ver e até aqui, o Jonatas me pareça o melhor partido para Aline.

Nestas primeiras semanas de novela, Walcyr também nos apresentou duas tramas bem interessantes: a violência doméstica e o vício em medicamentos tarja preta – e até aqui estou gostando do desenvolvimento das duas. É claro que a Lucinda ainda vai passar por poucas e boas até se livrar do marido violento, mas a personagem também vem demonstrando que está disposta a fazer algo para se defender e dando sinais de que vai dar a volta por cima: Lucinda quase denunciou Andrade e até se matriculou no Krav Magá para aprender técnicas de defesa – acredito que ela não será aquela coitadinha que aguenta tudo calada, ainda que tenha perdoado o marido em nome da família e continue tentando esconder de todos que é agredida dentro de casa. Além disso, ela quer se convencer que Andrade é um bom marido: são os dramas que várias mulheres nesta situação passam e que a novela vai mostrar e conscientizar que é preciso ter coragem para denunciar.

Quanto ao vício em medicamentos tarja preta, está bem claro os riscos que os abusos podem causar na vida do dependente. E um outro ponto é a falta de ética do profissional que fornece receitas sem o controle necessário. Depois de ameaçar e pressionar a Laurita, Luigi passou a controlar a medicação da Petra e o desmame não tem sido nada fácil. E é doloroso vê-la com crise de abstinência, até porque pessoas que buscam um refúgio nesse tipo de medicação sofrem demais com toda a questão que envolve a dependência. Naturalmente, é de se esperar que as recaídas aconteçam, como é o caso da Petra escondendo remédios para continuar no vício. E embora tudo seja muito sério, eu não pude deixar de rir com aquela cena em que ela joga várias cartelas de remédio pra cima e ri de felicidade debaixo de uma chuva de tarja preta caindo sobre ela (hahahahaha). Só mesmo o Walcyr para escrever uma cena dessas.

Se passando por bom moço, Luigi não conseguiu enganar Antônio La Selva. É claro que o vilão sabe que o italiano é um tremendo de um picareta que quer dar o golpe do baú, mas ainda assim ele aceita o Luigi na família em troca do vigarista ajudar Petra a deixar de ser a “Miss Tarja Petra” – que apelido é esse? (hahahahaha) E eu acredito que o Luigi vai se apaixonar de verdade pela Petra, afinal de contas ele não chega a ser uma má pessoa só porque faz uns trambiques. (rs) Luigi só quer se dar bem na vida. Para garantir seu bom futuro, ele também consegue levar a Gladys no papo e a deixa louquinha por ele, a ponto de dar joias valiosas para o italiano ajudar a mama. A Gladys é mais uma a cair no golpe do Luigi, e não podemos julgá-la tanto assim, porque ele é um tremendo de um gostosão e realmente fica difícil resistir (hahahahahaha) – mulheres, não caiam no golpe do gostosão. (rs)

O Luigi é um personagem carismático, e creio que posso dizer que ele já deu certo na trama, porque ele tem aquele lado cômico que nos faz não o odiar por suas vigarices, ainda que dar golpes seja completamente errado. (rs) E falando em personagens que deram certo, eu sou suspeito para falar da Anely, pois eu adoro a Tatá Werneck e estou muito contente de vê-la em mais uma novela de Walcyr Carrasco, o autor que a projetou com a personagem Valdirene em “Amor à Vida”. Eu me divirto horrores com o humor da Tatá e pra mim ela está entregando muito como a Rainha Delícia da internet – “chuva de pix”. (rs) E vamos combinar que a dobradinha da atriz com Rainer Cadete foi outra coisa que deu muito certo, né? Eu amo ver a Anely ajudando o Luigi em suas trapaças e querendo comissão toda vez que ajuda o vigarista. Gente, o time da Tatá e do Rainer está perfeitooooooo.

Só que nem tudo é comédia na vida da Anely. Estamos acostumados a ver Tatá Werneck sempre em papéis cômicos nas novelas, e o legal é que dessa vez sua personagem tem uma dose de drama: amo a relação da Anely com a Lucinda, uma relação de preocupação e cuidado por conta de tudo o que a irmã passa nas mãos do Andrade. Mas o drama de Anely se estende além disso, já que o Andrade sabe que ela fica nua na internet e constantemente está ameaçando contar seu segredo e ter um caso com ela em troca de seu silêncio – o Andrade é realmente nojento. E vamos ver como ela vai continuar lidando com tudo isso, porque mesmo com seu segredo nas mãos do cunhado, Anely não baixa a guarda, e eu gosto de como ela o enfrenta. E ainda tem o Tadeu, que está desconfiado que ela é a Rainha Delícia e está insistindo em obter essa confirmação.

E as cenas da Anely tentando desviar a atenção dele são sensacionais, até dentro de um armário velho da escola ela se enfiou para se esconder do Tadeu, armário esse que ela passou o maior apuro e que rolou da carroceria da caminhonete que o transportava da escola para um local de doação ou algo assim… e é claro que ela se arrebentou toda – o tipo de cena que combina muito com personagens de Tatá Werneck. (hahahahahaha)

Outro personagem que caiu no meu gosto e no do público foi o Kelvin. Gente, eu estou me divertindo muito com as cenas do personagem e torcendo para que ele consiga tirar o Ramiro do armário para viverem um romance, porque o Kelvin é apaixonado pelo brucutu e está mais que claro que o brucutu também gosta dele – adoro! Ah, e eu também não poderia deixar de mencionar o quanto também estou adorando a Luana e sua ambição em herdar o bar da Cândida. Ela merece, até porque sempre foi o braço direito da ex-prostituta. E, bem, há toda a questão de discutir a transfobia através da personagem, o que é algo muito válido. E que seja um tema abordado de forma correta. Ainda falando dos personagens LGBTs da novela, temos a Menah e a Mara, outro romance que eu quero ver crescer e ser desenvolvido de forma interessante. Está na cara que elas vão viver um romance, e estou gostando de saber que o Gentil não vai se opor a isso, já que sabe que a filha é lésbica e apoia sua orientação sexual.

Quanto à Mara, ela precisa logo se livrar desse marido explorador que a maltrata e pega seu dinheiro à força.

Agora vamos falar um pouco sobre as vilanias deste primeiro mês de novela, e comecemos pela Graça, ainda que ela não tenha se transformado em uma vilã estilo Josiane de “A Dona do Pedaço”. (rs) Aline e Daniel estão vivendo uma paixão que sofre o primeiro abalo quando a Graça decide embarcar no plano de Irene e inventa uma falsa gravidez para conseguir se casar com ele. Então, Daniel acredita que ela está grávida, abre o jogo para Aline e promete resolver a situação, mas até agora nada. (rs) Esse é um plano bem clichê das novelas – destacando aqui as do Walcyr –, e embora filho nenhum segure casamento, ainda mais um que nem começou, o golpe da barriga costuma atrapalhar o casal que sofre com a armação e dar algumas dores de cabeça. A Aline deixa claro que “não nasceu para ser a outra”, e pensando que o Daniel pode demorar para resolver essa questão com a Graça, a vilã terá tempo suficiente para realmente engravidar. Logo, seguimos acompanhando esse desenrolar.

Eventualmente, para não atrapalhar seu plano de fazer com que Daniel seja o sucessor, Irene vai ajudar a acabar com esse romance. Ela resolve falar com Aline para tentar convencê-la de que vai estragar a vida do Daniel se continuar com ele, e que ele pode se dar conta disso e culpá-la depois por tudo que perdeu ao ficar com ela, o que não resolve muita coisa, pois Aline e Daniel continuam juntos.

Enquanto isso, temos o Caio tentando se aproximar da Aline e a ajudando como pode para que ela consiga ser uma produtora rural, porque ele acha injusto tudo o que o pai fez contra a viúva e também porque está apaixonado por ela. Quando Daniel descobre que foi Caio quem ajudou Aline com as sementes, ele conta para ela sobre a generosidade do irmão. Então, Aline vai agradecê-lo e a conversa não termina de forma agradável, porque Caio não tem jeito com as mulheres e acaba falando que fez o que fez por pena. Assim, ela não quer que ninguém tenha esse tipo de sentimento por ela e jura que vai devolver cada saca que ele comprou – fala sério, Caio! (rs) Porém, com o tempo, eles acabam construindo uma boa relação e se tornando bons amigos, ainda que não seja somente a amizade de Aline o que Caio quer, porque ele quer mesmo é viver um romance com ela. Mas amizade é tudo o que Aline pode lhe oferecer no momento.

Cauã Reymond ainda está encontrando o tom de seu personagem, mas o Caio tem tudo para ganhar o carisma do público e, quem sabe, nos fazer torcer por ele e Aline. Uma coisa ele já tem: beleza! (rs) E outra coisa que me agrada no personagem é que, diferente de Daniel, Caio tem pulso e não é manipulável como o irmão, ao menos até aqui. Gosto dos embates que ele tem com Irene e com Antônio, como aquele em que ele descobre que ela deu os brincos que pertenciam a sua mãe para a Graça e vai tirar satisfações com ela. Naturalmente, eles discutem, trocam ofensas e é aquela confusão que deixa o Daniel naquele fogo cruzado, porque ama a mãe e o irmão – eu entendo o Caio, no lugar dele eu também detestaria a Irene por isso. Já os embates com Antônio são melhores ainda. Quando Daniel não consegue mentir para Irene sobre o irmão ter ajudado Aline com as sementes, ela conta para Antônio e isso gera um grande conflito entre pai e filho.

Naturalmente, eles se enfrentam e Caio joga na cara do pai que ele mandou matar o marido de Aline, o que revolta Antônio e o faz decidir por Daniel e Petra na questão da sucessão. Assim, Caio exige sua parte na fortuna e processa Antônio porque tem direitos sobre a metade de tudo por ser filho da Agatha… e essa coisa de sucessão ainda vai render muito. O Caio ama o Daniel e vice-versa, e a amizade de irmão dos dois é uma algo lindo e emocionante, até pacto de sangue eles já fizeram para fazer valer a promessa de que nunca vão brigar por nada – até descobrirem que amam a mesma mulher. (rs) Mas a verdade é que Caio está realmente certo em não aceitar que o irmão seja o sucessor e em exigir seus direitos, até porque Daniel nunca se dedicou à terra como ele e é ele quem merece a sucessão, ou no mínimo dividir o controle de tudo com Daniel. E é revoltante ver Antônio culpar Caio pela morte da Agatha e tratar o filho como um lixo. Pobre Caio! Quem poderá consolá-lo? (hahahahaha)

Com tanta treta, Antônio quer deixá-lo na rua da amargura.

E as maldades do vilão não param por aí, a mocinha da novela que o diga. A rivalidade entre Antônio e Aline também é algo que está interessante de acompanhar. Ela é valente, destemida e determinada, e ele não aceita perder. Decidido a conseguir as terras da viúva, Antônio dá um jeito de sumir com a segunda via da escritura para que Aline não consiga dar entrada no inventário e nem provar que é dona das terras que herdou do marido. E ele joga na cara dela a derrota – vamos combinar que Tony Ramos dificilmente nos decepciona em um papel. Porém, esse plano vai por água abaixo quando o espírito de Samuel conduz Aline e João até Jurecê e o Pajé entrega a ela a escritura das terras – o Walcyr ama usar a espiritualidade para resolver algumas questões em suas novelas. Assim, Jurecê explica que Samuel deixou a escritura guardada com ele por sentir que era mais seguro.

Então, é a vez de Aline esfregar na cara de Antônio que tem como provar que as terras lhe pertencem e que ele não conseguiu acabar com ela. Eita como ela é topetuda!

Outros conflitos surgem entre os dois quando Antônio começa a roubar água das terras de Aline porque seus riachos secaram e a irrigação de suas plantações precisa continuar. E é claro que ela vai tirar satisfações com ele para saber o motivo do roubo, mas Antônio nega a acusação dela porque é um homem que nunca fez nada de errado. E essa é outra treta que pode render bastante, já que Aline não está disposta a negociar nada com seu grande inimigo. Aos poucos, nossa protagonista está conseguindo se tornar a produtora rural que tanto quer ser, só que falta muito caminho até conseguir chegar no patamar de Antônio La Selva. Quando Aline defende Cristian do bullying que ele sofre dos colegas da escola, e o leva para o hospital após ser agredido com uma pedrada, Lucinda decide que é hora de ajudá-la com a cooperativa. E é uma baita ajuda, já que Aline está precisando de defensivos para combater uma praga nas plantações.

Assim, ela segue em frente até Antônio armar a próxima rasteira, que vem com a chegada de Isabel em Nova Primavera. Com a carta que Aline lhe enviou, contendo sérias acusações contra Antônio com a finalidade de se proteger, a jornalista tenta chantageá-lo a troco de dinheiro e se dá muito mal, porque Ramiro recebe ordens para acabar com ela e recuperar a carta, que, depois, ele diz não ter encontrado – a pobre da Isabel pensou que tinha os superpoderes do protagonismo e que não ia dar em nada bater de frente com o poderoso Antônio La Selva. Então, o corpo da jornalista é encontrado nas terras de Aline e ela se torna uma grande suspeita do crime. Para piorar, o irmão de Isabel a acusa de ter matado a jornalista e Antônio forja um falso testemunho contra a mocinha através de Ruan, que afirma ter visto Aline discutindo com Isabel pouco antes do assassinato.

Com isso, as coisas se complicam bastante e Aline é presa. E é aquele fuzuê: Caio confronta Antônio sobre a morte de Isabel e acusa o pai de estar envolvido no assassinato da jornalista. E, se preciso for, está disposto a testemunhar contra Antônio para ajudar a mulher por quem está apaixonado… e ele também vai exigir que Marino libere Aline, mas isso só será possível caso consigam um habeas-corpus.

Por fim, terminamos o primeiro mês de novela sem a Cândida. E ela faz uma enorme falta. Grande parte do público, e eu me incluo nisso, gostou da participação de Susana Vieira na trama. A ex-prostituta sabia e guardava inúmeros segredos de vários personagens da novela, segredos que prometem trazer grandes reviravoltas para a história de Walcyr Carrasco. Cândida deixou saudades! Mas antes de morrer, para defender Caio, ela ameaçou contar o segredo de Irene se a vilã não deixasse seu protegido em paz, e isso resultou em Irene tentando matá-la sufocada com o travesseiro – definitivamente, Cândida não merecia morrer assim. (hahahahaha) Porém, sempre escutando tudo atrás da porta, Luana percebeu a movimentação estranha dentro do quarto e conseguiu estragar os planos de Irene. Depois, Cândida pediu para que Caio buscasse sua caixinha com os segredos em sua casinha perto do rio, e que, em seguida, colocasse fogo no casebre. E ela dá a caixa para ele cuidar antes de morrer.

Agora, é Caio quem está com o segredo de muitas pessoas em suas mãos. Estou louco para ver o que tanto tem nessa caixa. Só pode ser “babado forte, babado dos bão”. (rs)

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