Mulheres de Areia – A Usurpadora
“Eu não vivo sem a Raquel”
Raquel é uma
vilã inteligente. Mas quando assunto é o Wanderlei, ela quase sempre mete os
pés pelas mãos. Apaixonada pelo amante, ela não quer que o vigarista se case
com Andrea, e lhe oferece dinheiro para que ele desista de tal propósito. Porém,
Wanderlei quer fazer com Andrea a mesma coisa que Raquel fez quando se casou
com Marcos: dar o golpe do baú. A gêmea má acaba se dando conta de que o
noivado do amante com a filha de Sampaio é uma armação de Virgílio com sua
rival mimada para provocá-la. E quando Marcos flagra a vilã beijando Wanderlei
na festa de aniversário de Clarita, é aquele fuzuê. Marcos agride Wanderlei, discute feio com Raquel na frente
dos convidados e os dois quase acabam com a festa. Depois, ele ainda bate nela
quando ela confessa que foi ela quem beijou o amante – “Cala a boca ou vai
apanhar mais”. Eu achei essa cena um absurdo. E fiquei pensando em como Ivani
Ribeiro, sendo mulher, me escreve algo do tipo.
Uma cena
que, provavelmente, deve ter sido deletada da atual reprise da novela no Vale a Pena Ver de Novo.
Eu detesto
essa mania que o Marcos tem de querer controlar a Raquel, e adoro quando ela
bate de frente com ele para mostrar que não é um objeto manipulável. Contudo,
Wanderlei mexe tanto com ela, que Raquel cogita se divorciar de Marcos para
ficar com o vigarista. Ele, por sua vez, insiste em declarar que está amando
Andrea, afirmando para a vilã que ela cometerá uma burrada se acabar se separando
de Marcos por causa dele – concordo. Insistindo em querer prejudicar a imagem
da nora que tanto odeia para o filho, Virgílio mostra para Marcos fotos de
Raquel com Wanderlei, fingindo lamentar o fato de Marcos ter sido traído e
influenciando o protagonista a se divorciar dela. Quando Juju aconselha Raquel
a não se separar de Marcos, porque sairá perdendo dinheiro, a gêmea má cai na real e desiste da ideia de se
divorciar para ficar com Wanderlei. E ela ainda tem uma surpresa para Marcos: está
gravida!
Então, ele
pensa que esse é mais um de seus truques, mas a verdade é que ela realmente
está esperando um filho… ainda assim, Marcos não desiste do divórcio. E eu
adoro os embates que Raquel tem com Virgílio. Ela ama provocar seu querido sogrinho por não ter conseguido
fazer com que o filho se separasse dela. Sempre muito dissimulada, cínica e
fingida, ela zomba da derrota do vilão. Sem Wanderlei, Raquel precisa dar um
jeito de reconquistar Marcos e de fazer com que ele a perdoe pela traição.
Assim, ela finge mudar o seu jeito de ser para uma doce e meiga dona de casa, e
eu não aguento vê-la tricotando sapatinhos para o bebê porque a maternidade está mexendo com ela
(hahahahaha). Meu Deus, como é fingida! Logo, ela nem precisa investir muito na
reconquista, porque Marcos segue apaixonado por ela, ou melhor, obcecado.
Diante das
circunstâncias, Raquel seduz Marcos ao afirmar que nunca esteve apaixonada por Wanderlei, pede desculpas porque estava
bêbada quando beijou o amante e revela estar disposta a tratar seu problema com
a bebida. E ele cai facilmente no jogo dela, desistindo do divórcio – “Eu não
vivo sem a Raquel”. O pior cego é aquele que não quer enxergar. Em mais um
plano de Virgílio para separar o filho da nora detestável, Andrea ajuda o vilão
e convence Wanderlei a marcar um encontro com Raquel, para Marcos dar um flagra
nos dois. Em troca da armação, o vigarista quer a fazenda dos Assunção… e
Virgílio aceita o trato. Com a artimanha no gatilho, Virgílio dá para Marcos o
endereço de onde ele poderá encontrar a esposa com o amante, e aconselha o
filho a escutar a conversa dos dois para depois não receber desculpas de Raquel.
Marcos vê Raquel e Wanderlei juntos, escuta ela se declarando para o amante e
dizendo coisas desagradáveis sobre seu casamento com ele… e então é o fim.
Num ataque de pelanca (hahahahaha), Marcos
expulsa Raquel da mansão e volta a querer o divórcio – e é fogo no parquinho. Ele
desabafa com Ruth sobre Raquel – “Desamor, traição, hipocrisia… tudo ao mesmo
tempo. Eu matei a Raquel dentro de mim” –, mas a gêmea boa sabe que ele ainda
continua apaixonado pela irmã. Porém, uma grande reviravolta do destino estava
prestes a acontecer. Quando Ruth e Raquel saem para um passeio de canoa, o
tempo vira e elas caem no mar, se afogam e Tito só consegue salvar uma delas: a
Rutinha, mesmo sem saber qual das gêmeas salvou. Só que Tonho da Lua sabe muito
bem qual foi a gêmea salva por Tito e que está desmaiada na praia. E ele vê a
aliança de Raquel na mão de Ruth e tem a ideia de colocá-la no dedo da amiga para
que ela se passe pela irmã malvada. Então, Tonho finge sofrer a morte de Ruth
para sustentar a farsa que acabou de criar.
E a atitude
de Tonho é inocente e ao mesmo tempo perigosa.
Por nutrir
uma paixão platônica por Ruth, Tonho da Lua quer que ela seja feliz com Marcos.
Então, para ele, essa é a oportunidade de ela recuperar o amor do homem que a
irmã lhe roubou. Tonho conta o que fez para Seu Floriano e Isaura, e enquanto o
pai de Ruth não concorda, a mãe aprova, porque Ruth ama Marcos e o plano pode
dar certo… e, assim, Ruth também pode continuar ajudando a família
financeiramente. A Isaura pensa primeiro em dinheiro ao invés da situação em
que Ruth está. Mas a verdade é que é Ruth quem decidirá seu próprio futuro
daqui pra frente. Quando acorda do acidente, ela sofre ao saber que Raquel
morreu e que não conseguiu salvar a irmã. Ela se revolta com Tonho pelo o que
ele fez, e, na tentativa de acalmá-la, ele conta um dos motivos de ter feito o
que fez: Marcos ia tirar a própria vida
se descobrisse que quem morreu foi Raquel.
Dessa
maneira, atordoada e confusa, e para impedir que Marcos cometa um suicídio,
Ruth aceita se passar por Raquel, se tornando a usurpadora da irmã – um plot clássico de toda trama de gêmeas:
uma acabar tomando o lugar da outra. Mas, no fundo, Ruth sabe que não está apenas
fazendo isso para impedir que Marcos atente contra a própria vida, ela também
está fazendo porque o ama e porque essa é uma chance de ficar perto dele, como
sempre sonhou, ainda que tente negar a si mesma. E ela e Da Lua fingem que se
odeiam, assim como ele e Raquel se odiavam, para tornar a farsa convincente. Naturalmente,
Ruth comete vários deslizes se passando por Raquel, e não será nada fácil ter
que aprender a viver como a vilã, além de ser complicado ter que suportar a
indiferença de Marcos por pensar que ela é Raquel. Ele continua apaixonado pela
gêmea má, mas insiste no divórcio pela descoberta de uma segunda traição dela
com Wanderlei.
E num desses
momentos tensos com Marcos, Ruth descobre que Raquel estava grávida quando ele
lhe diz coisas como não estar preocupado
com o estado de saúde dela, mas com a saúde do filho... e esse é mais um
problema que ela tem que contornar. Não demora para que Ruth não aguente a
pressão e queira contar toda a verdade, até porque não é nada simples fingir
ser Raquel, e os princípios da gêmea boa a fazem querer fazer o que acha
correto: contar a verdade. E o fato de que Raquel estava grávida pesa nessa
vontade. Então, por amar Marcos e precisar desabafar, ela acaba contando tudo
para Clarita – “Eu sou a Ruth” –, que apoia a farsa e lhe dá forças para
continuar com a mentira, pois sabe que o amor de Ruth por seu filho é
verdadeiro. Assim, Clarita ajuda Ruth a se comportar como Raquel. Contudo,
Rutinha ainda tem alguns ímpetos de contar a verdade e fracassa em todos eles,
como quando Da Lua dá uns tiros para alto, com um revólver que conseguiu, e
impede que ela conte quem realmente é.
EITA que foi
pei pei pei (hahahahaha).
Depois,
temos uma série de arrependimentos acontecendo na novela: Ruth se arrepende de
estar no lugar de Raquel, mas é tarde demais; Isaura está arrependida de ter apoiado
tal plano, e começa a maltratar Ruth, porque ela jamais será como Raquel, sua
filha favorita; Wanderlei se arrepende de ter rompido com Raquel, para ficar
com Andrea, e tenta reatar com ela, mas Ruth despreza o vigarista e ele
estranha o comportamento da amante. Enquanto isso, Andrea tenta reatar com
Marcos e leva um fora legal dele. No entanto, no meio de toda essa confusão,
Ruth tem um momento romântico com Marcos, quando, bêbado, ele a beija e ela
gosta. Porém, ela tem noção de que ele está beijando Raquel e que continua
apaixonado pela irmã. No dia da audiência do divórcio, Ruth se recusa a assinar
os papéis e nada feito, Raquel e Marcos continuam casados.
Então, ele
quer uma explicação sobre a atitude dela, e ela dá a desculpa de que não quer morar em Pontal e que a vida de uma
mulher divorciada é muito complicada. Assim, ele tem um chilique e percebe
que Raquel mudou depois da morte de Ruth, pois ela não é mais a mesma de antes
– e você nem imagina o quanto, Marcos. Agora, ele está decidido a partir para o
litigioso. Sem divórcio, Virgílio quer desfazer seu acordo com Wanderlei, e não
lhe entregar a fazenda. Mas o vigarista surta e ameaça colocar a “boca no
trombone”, ou seja, contar para Marcos sobre a armação para separá-lo de
Raquel... e Wanderlei exige a escritura da fazenda. Na mansão dos Assunção,
Andrea provoca Raquel pela sua origem humilde e ela revida dando uma bofetada
na patricinha mimada, porque limpar
camarão é um trabalho digno e joga na cara de Andrea que ela é uma “dondoca
fútil”. Eita!
Marcos
escuta parte da discussão e estranha as palavras de Raquel, já que ela nunca limpou camarão na vida. Assim,
Ruth acaba cometendo um deslize e é salva por Clarita, que intervém na
discussão e acalma os ânimos – quase, hein, Rutinha? Com o passar do tempo,
Ruth vai conseguindo encarnar Raquel, e, cada vez mais, convence a todos de que
é a gêmea má. Logo, a prática leva à perfeição,
porque ela está praticamente a própria Raquel, embora todos enxerguem o quanto
está mudada em alguns quesitos que não faziam parte da personalidade da vilã. E
isso chama a atenção de Virgílio, que passa a desconfiar que Ruth está se
passando pela irmã, até porque ele descobre que Raquel foi visitar Tonho na
clínica psiquiátrica e que a visita fez bem a ele, e uma visita de Raquel
jamais surtiria um efeito positivo em Tonho da Lua.
Agora, Ruth
tem um grande desafio pela frente: convencer Virgílio de que não é ela mesma,
porque é Raquel.
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