Deus Salve o Rei – Afonso conquista o trono de Montemor


  
Afonso (Romulo Estrela) percorreu uma longa jornada até chegar ao trono de Montemor, e a trama de Daniel Adjafre soube fazer isso de forma magnífica, porque a novela continuou tendo um movimento cheio de tensão, angustia, ação, romance, aventura e muita bravura na vida de nosso mocinho-herói. Não foi fácil conseguir tomar o poder das mãos de Rodolfo (Johnny Massaro), pois o protagonista da história teve suas grandes dificuldades pelo caminho, e olha que não foram poucas: Afonso teve que enfrentar suas próprias emoções de frustração ao ver seu fracasso no dia do LEVANTE, quando seu plano de rebelião não deu certo, teve que passar a se refugiar em uma floresta até arquitetar um novo plano para salvar os plebeus de seu reino da tirania do irmão, foi traído por Otávio (Alexandre Borges) e acabou indo parar em Angór, o que o deixou longe de seu grande amor, Amália (Marina Ruy Barbosa), por um bom tempo, para passar o resto de seus dias condenado em uma pedreira. E seus dias em Angór não foram nada agradáveis, mas ele conseguiu fugir do lugar, salvar sua plebeia de um plano de sequestro, e depois de tudo isso, ele estava pronto para mais uma aventura rumo a conquista de Montemor, e eu assistia a toda aquela trajetória sempre na torcida para que esse dia chegasse logo.
E, enfim, o grande dia havia chegado. Mas ainda tinha algumas pedras pelo caminho que precisavam ser retiradas.
Mas o mais importante era saber que Afonso nunca esteve sozinho em sua luta, ele contou com a ajuda de algumas pessoas fundamentais: como a própria Amália que nunca o abandonou nos momentos de sofrimento, e as atitudes da plebeia em ampará-lo foram essenciais para que ele seguisse em frente, pois sendo sua base forte, Afonso teve mais garra e determinação para continuar focado em seu objetivo. Não podemos deixar de comentar sobre as outras pessoas que também foram indispensáveis nesse plano como, por exemplo: Selena (Marina Moschen), que sempre demonstrou lealdade à Afonso e não mediu esforços em ajudá-lo secretamente, sem falar em Cássio (Caio Blat), que deu sua própria vida para que o amigo caminhasse adiante e conquistasse o poder que lhe era de direito, em uma das cenas mais lindas da novela, onde o ex-comandante morre para que Afonso conseguisse fugir da perseguição do feitor da pedreira. Tudo isso só prova que nunca conseguimos nada sozinhos, e que é preciso amigos destemidos em uma missão tão importante como essa.
Depois de salvar Amália e Levi (Tobias Carrieres) da tentativa de assassinato de Catarina (Bruna Marquezine), quando ela colocou fogo na cabana para que a plebeia morresse queimada, Afonso deu uma pausa em toda aquela adrenalina em que a trama se encontrava, para ter um momento fofo com sua amada: ele entrega à Amália a carta que havia pedido a um dos guardas da pedreira que entregasse à ela, mas a carta havia sido interceptada pelo feitor, e agora ele estava entregando ao seu grande amor, com suas próprias mãos, como uma forma de demonstrar o quanto ele nunca desistiu e nem passou sequer um dia sem pensar nela, aquela carta tão significativa, e a parte da mesma onde ele diz: “Sairei daqui, meu amor, porque acredito que o mesmo destino que nos colocou frente à frente, um dia nos devolvera um ao outro”, foi muito romântico (Suspiros! Eu amo esses dois!). Eles sabiam que nada no mundo poderia separá-los, pois o amor que os unia era mais forte do que a distância que ambos tiveram que suportar longe um do outro (S2).
Porém, depois de acalentarem aqueles corações necessitados de carinho, eles partiram para finalizar o plano de destituir Rodolfo do cargo de rei. Afonso, juntamente com Amália e Levi, buscou ajuda em uma das aldeias de Montemor, na tentativa de recrutar pessoas para se unirem a ele em uma marcha pacífica rumo à cidade, pois o poder de um povo unido seria mais forte do que qualquer armamento, e era isso que ele buscava: uma vitória sem armas, sem guerra, apenas com a força do povo. Mas os três não foram bem recepcionados pelos plebeus daquele lugar, Afonso e Amália já tinham percebido que a miséria havia chegado ao local por conta da má administração de Rodolfo como monarca. Mas pior do que a miséria era a situação de desesperança em que aquelas pessoas se encontravam. Por isso, o discurso de Afonso de se unirem para uma luta não surtiu efeito nenhum, mesmo quando Amália intervém dizendo que ele sabe das necessidades do povo por já ter vivido como um plebeu. Nada parecia funcionar, pois apenas palavras não iria mover corações sem esperança.
Tudo muda quando Afonso salva uma criança que havia caído em um poço, após ver o desespero da mãe ao pedir ajuda. Ninguém queria se arriscar a entrar naquele buraco para salvar a criança, por medo da maldição que pairava no poço por conta de uma bruxa que ali já havia morrido. Quando Afonso salva o menino, todos passam a enxergá-lo de uma forma diferente, ele havia acabado de demonstrar que realmente queria mudar a realidade daquelas pessoas com sua bravura, e o líder daqueles aldeões decidiu se unir a ele. Dessa forma, Afonso foi conseguindo mais e mais adeptos para sua causa. Discursando como o líder que sempre foi, o futuro novo rei de Montemor conquistou a confiança do povo daquelas aldeias, exerceu sua diplomacia ao estabelecer a paz entre duas das várias aldeias que eram inimigas há anos, e marchou rumo a Montemor, e aquela marcha com toda aquela multidão atrás dele e de Amália, crescendo cada vez mais conforme eles iam passando de aldeia em aldeia e movendo as pessoas, foi de arrepiar! Era a marcha da libertação, da vitória e da conquista tão esperada, e o mais emocionante era que Afonso não estava pensando em subir ao poder para um benefício próprio, ele não estava usando aquelas pessoas, era pelo povo que ele queria tanto vencer, e isso fazia dele um homem ainda mais formidável.
Eu não poderia deixar de destacar a coragem de Amália antes da marcha até Montemor, quando Romero (Marcello Airoldi) estava por perto com os soldados do exército em mais uma tentativa de capturá-los, e ele quase conseguiu quando parou, no caminho, a carroça em que Afonso estava, juntamente com o líder de uma das aldeias. Esperto, ele logo se esconde na parte debaixo, e Romero não consegue encontrá-lo. Um tempo depois, é a vez da plebeia de mostrar sua astúcia e coragem em um plano para enganar o capitão do exército: pessoas correm na floresta sem rumo para despistar Romero que não sabe para onde olhar, e é nessa hora que Amália surge com seu arco e flecha e o rende… eu adoro ver Amália se posicionando como uma heroína, porque ao mesmo tempo em que ela tem seu encanto ela também possui sua força de mulher à frente do seu tempo, isso é espetacular! Mas a plebeia não quer violência, ela apenas conversa com Romero dizendo que não quer uma guerra, e quando ele toca no assunto de que ela poderá ser presa por traição, Amália tenta abrir os “olhos” do capitão para a atitude de traição que Rodolfo teve com o povo ao levar Montemor à falência, o que trouxe tantas desgraças a todos. A plebeia ainda tenta fazer com que ele reflita sobre isso ao mostrar o sofrimento dos aldeões, revelando que não são bandidos e, em uma atitude de paz, devolve a espada de Romero o deixando livre para seguir seu caminho, mas antes ela deixa claro que Afonso já está a caminho da cidade, e essa informação equivocada faz Afonso e seus novos aliados ganharem tempo, porque Romero parte na frente com o exército pensando que Afonso está bem adiante, mas a verdade é que ele ainda iria iniciar a marcha e, dessa vez, sem a preocupação de soldados a sua procura (plebeia esperta!).
Já as portas da cidade, Amália tem outra atitude maravilhosa, notando a conquista de seu amado, ela prefere não entrar na cidade ao lado de Afonso, pois sabe que o povo de Montemor ainda é resistente a sua presença ao lado dele por ser uma plebeia, além de saber que aquele momento era de Afonso… tudo já estava ganho, e o povo queria ver Afonso entrando por aquelas ruas reivindicando o direito de todos, e quando ela diz: “Vai lá, e ocupa o lugar que sempre foi seu… Eu te amo!, depois de receber um beijo de encorajamento, Afonso entende que é preciso terminar com aquilo de uma vez por todas, e que a mulher que sempre esteve ao lado ao seu lado, é simplesmente a mulher mais incrível do mundo. Ele discursa para aqueles que o ajudaram na missão, porque falta muito pouco para a tomada do poder, Afonso fala sobre um basta naquela opressão e de o quanto o povo precisa de dignidade, de água e comida em sua mesa, porém, mais que isso, o povo precisa do respeito do seu governante… (eu senti uma crítica bem aberta ao governo de nosso país, era quase uma mensagem do personagem aos políticos corruptos do Brasil), depois de agradecer pelo apoio, Afonso anda pelas ruas da cidade, não mais como um simples plebeu, agora como o futuro rei que o povo tanto esperou para ter, ele é ovacionado, saldado por todos com carinho, orgulho e alegria, e uma emoção tomou conta de toda a cena, pois era o fim de um jugo de opressão.
Afonso invade o pátio do castelo e confronta Rodolfo. O tirano fala sobre o irmão ter ludibriado a todos e ainda chama os plebeus de famintos, e a resposta de Afonso não poderia ser melhor: “Essas pessoas têm fome sim, têm sede, mas elas também têm esperança, sonhos, Rodolfo. Meu irmão, ninguém aguenta mais viver em tanto sofrimento. Nós não vamos aceitar nenhum dia que seja, completamente ignorados nesse inferno que você tornou esse reino”. Depois de muita discussão, Afonso é mais severo, porque aquela rixa não tinha fundamento. Era o fim para o monarca opressor. O novo rei exige que o irmão abdique do trono, e foi maravilhoso ver o exército não recebendo mais as ordens de Rodolfo quando ele ordenou que os guardas prendessem Afonso, mas a essa altura até o exército e, por fim, Romero haviam entendido o que era melhor para o reino, e em uma atitude linda eles se prostram perante Afonso oferecendo suas espadas a ele, e reconhecendo que ele sempre será o rei certo para Montemor. Rodolfo esbraveja como uma criança pirracenta ao ordenar que eles se levantem, mas não dá mais, não há mais nada que ele possa fazer, o povo ganhou um novo monarca e entendeu a força que têm, e é claro que não poderia faltar o brado de vitória de todos: “Deus Salve o Rei”, Afonso cai nas graças do povo e Rodolfo é obrigado a recuar, Amália corre para o beijo romântico que colocaria um ponto final àquela saga tão sofrida, pelo menos por enquanto. E, assim, tudo termina em alegria, pois o povo recebeu um novo redentor.

Para mais postagens de Deus Salve o Reiclique aqui

Comentários