O Outro Lado do Paraíso – Clara se infiltra na Mansão de Fabiana



Clara (Bianca Bin) se tornou uma mulher sagaz, inteligente e focada. A mocinha deixou sua ingenuidade para trás após passar longos anos trancafiada no hospício Santa Justina. Lá, ela conheceu Beatriz (Nathália Timberg), aprendeu a ser refinada e herdou da amiga uma grande fortuna em obras de arte. Depois de conseguir fugir do manicômio, ela estava preparada para voltar a Palmas e se vingar de seus inimigos. Mas antes de tudo, Clara precisava colocar as mãos no grande presente que Beatriz lhe deixou antes de morrer, e ela estava determinada a conseguir isso, porque ela precisava retornar milionária para enfrentar seus adversários de frente, e eu adorei a maneira como ela foi conduzindo seu plano de resgate das obras, pois era preciso muito sangue frio para concluir tal missão.
A jovem conseguiu um emprego como doméstica na mansão de Fabiana (Fernanda Rodrigues), a insuportável neta de Beatriz que teve coragem de interditar a avó no Santa Justina para roubar sua herança. As obras de arte estavam escondidas na casa que um dia fora de Beatriz, e somente Clara sabia onde se encontrava tamanho tesouro: tesouro este que faria dela a mulher mais poderosa do Tocantins, e que Fabiana nem imaginava que existia. A trama ganhou um ar de suspense e conspiração que se tornaria um dos melhores momentos da novela, e isso, é lógico, foi me deixando cada vez mais apaixonado pela mocinha, que passou a usar a sua sede de vingança para canalizar sua inteligência na busca por sua herança.
Fabiana é uma mulher insuportável, arrogante e sem a menor humanidade com seus funcionários: o tipo de loira má que nós amamos assistir em uma novela. E eu me surpreendi positivamente com a atuação de Fernanda Rodrigues na pele de uma vilã tão maquiavélica, porque eu sempre fui acostumado a vê-la em papéis de mocinha, e ela estava divina como a neta ambiciosa e inescrupulosa que havia tramado de forma tão ardilosa o mal para sua avó. Um show de interpretação! Quando Clara entra na mansão, após se tornar rapidamente amiga de uma das empregadas, Janete, ela logo nota que entrou em um ninho de cobras, e que a maior delas, Fabiana, é, com certeza, a mais perigosa: a vilã estava humilhando aos berros uma funcionária por ter quebrado um vaso chinês. A empregada, aos prantos, é demitida, e em seu lugar, depois de uma ajudinha de Janete, Clara é contratada.
Quando Fabiana apresenta a casa para Clara, e lhe diz qual será seu serviço na mansão, a jovem é atenciosa a cada detalhe do lugar, e eu adoro a maneira como ela se tornou astuta e ao mesmo tempo uma “atriz” maravilhosa, fingindo muito bem ser uma pobre coitada que precisa muito daquele emprego, o que faz Fabiana nem perceber que está diante de uma mulher inteligentíssima e muito bem treinada por sua avó. É asqueroso ter que escutá-la dizer, quando Clara comenta o quanto a casa é linda, que ela herdou a mansão da avó, uma mulher muito elegante da sociedade carioca, e a vilã é tão fingida, que ainda por cima, tem coragem de dizer que amava muito, e Clara sabe que, pelo comportamento da loira, não pode conseguir aquelas obras valiosas apenas para o seu benefício, ela precisa se vingar também de Fabiana, pelas atrocidades cometidas contra Beatriz, sua grande amiga que tanto lhe deu forças para sair do hospício.
Devagar, Clara vai ganhando a confiança de Fabiana, o que não seria nada fácil pela personalidade insuportável e exigente que sua nova patroa tem, mas a jovem sabe que precisa ser sagaz, e lembrando de cada aula de etiqueta dada a ela por Beatriz, ela consegue surpreender a vilã ao demonstrar que é bem mais que uma simples empregada. Clara sabe muito sobre os costumes da alta sociedade, e coisas que só alguém muito refinada saberia, o que acaba agradando Fabiana, por achar que finalmente encontrou uma profissional que preenche seus requisitos. Mas a vilã não é nada ingênua, e está sempre com um pé atrás em qualquer situação, afinal de contas, sua nova empregada é boa demais para um cargo tão “inferior”, e quando ela sai de casa e flagra Clara, ao retornar de surpresa, em seu quarto, local onde, naquele momento, a jovem já sabia que era ali que estavam as obras, ela questiona o que Clara está fazendo no lugar, e aquilo parecia ser o fim do plano da nossa mocinha, pois um deslize, por menor que fosse, faria a megera demiti-la.
Mas felizmente Clara consegue se sair bem ao dar a desculpa de que estava apenas limpando bem os tapetes, e ela sabe que mais um passo em falso, ela será uma carta fora do baralho. Tudo volta a ficar bem para o seu lado quando ela prepara um jantar para os amigos da megera, e ganha elogios de Fabiana que diz “que ela está se saindo melhor do que ela esperava”. A vilã fica cada vez mais impressionada com a inteligência de Clara e quando ela diz, em uma das situações em que a mocinha demonstra saber demais, “o quanto Clara é inteligente, inteligente até demais”, aquela frase pareceu novamente ser o fim para a mocinha, já que, daquele momento em diante, Fabiana passou a desconfiar de quem Clara poderia ser de verdade. Porém, sempre lembrando das instruções da velha amiga, Clara dá até dicas de como Fabiana deve se vestir para o jantar, e inventa uma desculpa de que aprendeu tudo com uma grande dama, para não levantar qualquer suspeita de que uma humilde empregada poderia saber tanto, até sobre moda.
O tempo passa, e depois de suportar algumas humilhações da vilã, porque Fabiana não é de demonstrar afeto por empregados, Clara vê a oportunidade de finalmente conseguir as obras quando a loira má viaja com a família e ela tem a casa livre para pegar sua herança, mas ao contrário do que ela pensa, Clara não está tão sozinha assim: Fabiana pede ao motorista para que a vigie durante a viagem. Tudo fica mais tenso quando Clara consegue pegar as obras de arte e as coloca dentro de algumas malas velhas que Fabiana havia mandado jogar no lixo, para não levantar suspeitas. Quando a megera volta mais cedo da viagem para Búzios, nossa mocinha fica muito nervosa, e enquanto serve uma refeição, Clara escuta o caminhão do lixo, e as malas estão do lado de fora da mansão. Desesperada, ela inventa que precisa visitar a família que a abrigou quando chegou ao Rio, mas Fabiana a está enchendo de serviços bem no dia de sua folga. Por sorte, ela consegue chegar a tempo de pegar as malas das mãos de um gari… Ah! Se aquele gari soubesse o que tinha lá dentro (risos). Clara pega um táxi e vai para um hotel barato, para deixar as obras em segurança, em um local que não levantaria suspeitas.
Ela volta para a casa de Fabiana e pede demissão, mas a vilã não está acostumada a ver nenhuma empregada ter essa atitude, pois é ela quem demite. Mas Clara sabe que tem uma boa desculpa para sair da mansão sem que a insuportável desconfie, ela conta sobre Ronaldo, o marido de Fabiana, a ter assediado sexualmente, e a vilã sabe que o esposo é mesmo um canalha que já assediou várias empregadas, e ela mesma já havia presenciado algo do tipo quando ele tentou agarrar Clara, mas disfarçou ao vê-la. Alterada, Fabiana não quer ouvir o marido tentando se defender, e ela coloca toda a culpa em Clara a expulsando de sua casa. Depois de jogar o dinheiro, pelos dias trabalhados, na cara da jovem, nossa mocinha se contém, e é maravilhoso ouvi-la dizer calmamente e olhando fixamente nos olhos da vilã: O seu marido é um canalha, de fato. E a senhora, Dona Fabiana, é uma pessoa horrível… Com licença. Clara sai da mansão de Fabiana, vitoriosa, e deixando a víbora sem palavras e humilhada diante da família.

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