O Outro Lado do Paraíso – Duda assume um crime por amor a Clara
Eu
gostei muito da forma como Walcyr Carrasco foi criando uma evolução para a vilã principal de sua trama: Sophia não é mais
somente uma mulher má! Ela passa a ser uma personagem cada vez mais
maquiavélica, ao passo em que dá indícios de que está se tornando uma SERIAL KILLER. Mas para que ela “inaugurasse”
essa sua nova fase de assassina em série,
foi preciso que outras tramas avançassem – como o envolvimento entre Elizabeth
e Laerte, e também sua relação com Clara, quando ela descobre que sua grande
amiga, na verdade, é a filha que ela perdeu contato no passado. Assim, capítulos
a frente, Sophia já estava pronta para cometer o seu primeiro assassinato na
novela, enquanto todas essas tramas se fundiam, para que nós, telespectadores, passássemos
a ficar com aquela curiosidade sobre quem seria a próxima vítima da inescrupulosa
líder da família Montserrat.
Elizabeth
decidiu adotar de vez sua nova identidade, Maria Eduarda Feijó (Duda). E por
muitos capítulos foi assim que ela passou a se chamar na novela. Depois de
fugir, mais uma vez, das tentativas de assassinato de seu sogro, Natanael, Beth
foi refazer sua vida em um lugar bastante familiar para ela, Pedra Santa, e
agora ela é somente a Duda! Então, ela acaba comprando o Love Chic, o bordel da cidade, e lá, além de ocultar sua verdadeira
identidade, ela também se esconde de sua última vida: a de uma “falecida”
esposa de diplomata e mãe de uma filha que ela “deixou” ainda criança. Logo,
Duda desperta o interesse de Laerte, o segurança do bordel, que desconfia que
ela tenha um passado que não faz questão de revelar. Dessa maneira, ele quer se
aproximar dela e tentar mudar de vida, porque percebe que pode sair ganhando
muito, se descobrir algum podre da nova dona do Love Chic.
Duda,
então, não vê outra escapatória, e acaba revelando quase tudo sobre o seu
passado de mulher rica – a explosão da lancha, que supostamente a matou, seu
envolvimento com um amante, Renan, o que levou ao seu falecimento e às ameaças
de Natanael, para que ela sumisse da vida de sua família, deixando tudo para
trás, porque seu sogro, um advogado rico e influente, por não aceitá-la como
nora, a chantageou com a prisão, quando descobriu sobre a morte de seu amante e
forjou provas para incriminá-la, entre outras coisas… logo, ela se oferece para
fazer o que Laerte quiser, em troca da não divulgação de seu passado, porque
tudo o que fez foi por amor à sua filha, Adriana, para que ela não crescesse
com a vergonha de ter uma mãe supostamente assassina. Em paralelo a tudo isso,
Laerte tinha uma outra maneira de conseguir ficar rico, quando descobriu um
crime do passado de Sophia: a vilã assassinou um de seus clientes, Agenor, na
época em que era uma das prostitutas do bordel de D. Caetana. SURPRISE!
Tudo
foge do controle, quando ele leva Sophia até o bordel para conversarem em um
local que ele considera seguro, o quarto de Duda, que, como ele sabia, estaria
fora por algumas horas. Então, Sophia joga
com seu chantagista, quando diz que “tem um álibi, que não pode ser acusada, e
que o crime já prescreveu”. Mas Laerte banca o esperto, porque ele sabe que o podre da vilã ainda pode dar a ela muita
dor de cabeça, caso conte tudo o que sabe. E ele ameaça fazer isso, pois Sophia
tem um nome a zelar, e se revelar que ela já foi uma garota de programa que
assassinou um cliente, sua reputação ficaria comprometida. Além do fato de que
ela ainda poderá ser julgada pela opinião pública – “tem muita lama nessa sua
vida”. Então, Sophia teme o que lhe pode acontecer, e ela tenta comprá-lo. Mas
sua tentativa é em vão, porque Laerte não se contenta com “mixaria”. Porque ele
quer uma participação nos lucros das minas de esmeralda. Logo, Sophia não vê
outra solução a não ser matá-lo. E ela o faz a sangue-frio, quando pega a
tesoura de costura de Duda e surpreende Laerte, pelas costas, com uma
tesourada.
Assim,
Laerte é assassinado! E ele é a primeira vítima da assassina da tesoura, na
novela. E eu confesso que aquela tesoura cravada nas costas dele me deu muita
agonia. Mas enquanto Laerte agonizava, recebendo o seu castigo por ter se
metido com alguém mais forte do que ele, Walcyr Carrasco revelava o que todos
já sabiam: que Duda era a mãe de Clara! As duas sempre tiveram uma conexão
muito forte, e ela já havia ajudado Clara algumas vezes, como naquele episódio
do manicômio, quando ela foge do lugar em que Sophia a trancafiou e recebe a
ajuda de Duda, para não ser capturada. Então, as duas se encontram casualmente nas
ruínas da Igreja Velha, e Duda percebe que o rosário que Clara carrega desde
sempre é algo familiar. E quando ela diz que é a única lembrança que tem da mãe
falecida, Duda recorda seu passado, quando ela, após o sofrido parto de Clara,
lhe dá seu rosário para acompanhá-la, num momento em que precisa se desfazer
dela, ainda recém-nascida – “minha filha, então foi por isso que o destino nos
uniu tantas vezes”. Assim, as histórias se encaixam, e ela tem a certeza de que
Clara é sua filha perdida.
Mas
Duda decide interromper aquela conversa descontraída com Clara, porque ela está
muito surpresa com a descoberta que acabou de fazer. Então, Clara pede para que
elas conversem um pouco mais, e Duda não nega aquele pedido, desde que seja em
“um outro momento”. Mas mãe e filha não têm tempo de desenvolverem um vínculo
maior, porque as coisas acabam, desta vez, se complicando para Clara. Ela
percebe a estranheza de Duda, durante o encontro casual nas ruínas, e decide ir
procurá-la no bordel. Mas Duda não está no local, e ela resolve esperá-la em
seu quarto. E é justamente aí que as coisas se complicam, porque Clara encontra
Laerte ainda agonizando, e tenta ajudá-lo. Assim, Duda flagra Clara com sua
tesoura nas mãos dela, e chega a pensar que a filha cometeu aquele crime.
Porém, ela tenta explicar que não teve nada a ver com aquilo, quando diz que
Laerte já estava ali quando ela entrou no quarto.
Então,
desesperada, e sem dar atenção às explicações de Clara, Duda toma uma atitude
de mãe, quando a faz ir embora, rapidamente, de seu quarto – porque ela acabou
de encontrar sua primeira filha, e não quer perdê-la novamente. E tudo acontece
muito rápido, pois Duda precisa proteger Clara, antes que aquele crime caia
sobre ela. E depois de tirá-la, às pressas, da cena do crime, ela apaga as
digitais de Clara na tesoura, quando a lava com sua bebida alcoólica. E ela também
destrói todas as provas que podem confirmar que ela seja Elizabeth, além de
deixar o quarto sem sinais de que Clara esteve ali. Depois de tudo, Duda se autoincrimina,
quando chama por Caetana, Leandra e Zildete, e pede para que elas chamem a
polícia, pois resolveu assumir o crime para proteger a filha.
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