O Outro Lado do Paraíso – O julgamento de Elizabeth: Parte 1




“Eu não consigo entender por que você está fazendo tudo isso por mim”
Pela justiça, Elizabeth já estava condenada. Negando-se a revelar sua verdadeira identidade, e assumindo a culpa do assassinato de Laerte para defender Clara de suspeitas, ela estava assinando sua sentença. Ambas eram inocentes, e o dia do julgamento de Beth, ainda usando seu apelido de Duda, havia chegado. Patrick e Adriana não tinham prova nenhuma da inocência dela para apresentarem no tribunal, devido à falta de colaboração de Duda/Beth em ajudar na própria defesa. Então as coisas estavam complicadas demais para até mesmo contarem com a sorte. Mas Beth contou com Leandra para omitir a presença de Clara no bordel no dia do crime, e enquanto a amiga tentava entender o porquê ela queria tanto defender Clara, Duda conseguiu se desfazer da última prova que a polícia poderia conseguir para vasculhar seu passado: documentos de posse do bordel que continham seu nome… e ela passou tudo para Leandra, deixando a amiga como única dona novamente – tudo isso antes de conhecer Adriana, e naquele capítulo em que ela foi internada, já presa, após passar mal por conta de seu vício alcoólico.
Logo, ainda tentando desvendar o mistério que pairava sobre Duda e os motivos pelo qual ela tanto protegia Clara, Patrick fez suas teorias e tentou extrair de Beth a verdade, quando a confrontou e perguntou se Clara era sua filha; afinal de contas, “Duda era do Tocantins, e Clara tinha dito que a mãe havia morrido quando ela ainda era um bebê… então, ele tinha uma intuição que pegou Beth de surpresa. E, por um instante, eu achei que ela ia confessar a ele toda a verdade. Mas ainda não era o momento. Assim, ela reage à surpresa da pergunta irritada, quando disse que ele tinha “imaginação demais”, e que seus motivos para defender Clara eram “porque gostava muito dela… e que ela tinha muitos inimigos. E que o importante era Clara destruí-los um a um, senão, não ia conseguir a guarda do filho”. Mas aquelas explicações não convenceram Patrick, que continuou insistindo que Duda tinha um passado que estava ligado a Clara. Até porque a maneira como Duda reagiu à pergunta não deixava dúvidas quanto a isso, e Patrick não era alguém fácil de se enganar.
Então, também tínhamos Adriana tentando extrair alguma informação de Duda através de suas técnicas de Coach. E quando ela faz uma de suas visitas a ela, demonstrando uma sincera preocupação por Duda não estar se alimentando, Adriana aproveita para jogar com as palavras, ao pedir que ela se alimente por sua filha, porque Patrick já havia lhe dito que tinha certeza que Clara era filha dela. E ela consegue convencê-la a comer, pois Adriana pediu para Duda “pensar na filha, e na dor que ela sentiria se soubesse que a mãe não estava se alimentando e estava debilitada”. Assim, mesmo negando aquela história toda de ser mãe de Clara, Duda passa a se alimentar, porque a verdade é que tudo o que estava fazendo era pela própria Clara. Posteriormente, Adriana ganharia a confiança e a simpatia de Duda, até porque elas também eram mãe e filha, embora não soubessem disso ainda. E, naquele momento, Adriana já estava ligada demais à sua nova cliente, a mãe que pensava ter morrido na explosão de uma lancha.
Depois de descobrir que Duda estava praticamente condenada por falta de provas que pudessem inocentá-la, Clara começa a se desesperar, porque tudo o que ela menos queria era que sua amiga recebesse uma sentença por defendê-la de um assassinato que ela mesma sabia que Duda não havia cometido, por estar no local do crime muito antes dela. E pesava em Clara o fato de Duda estar se sacrificando por ela. Então, ela decide se arriscar ao ir falar com a amiga na cadeia. E Vinícius permite que Clara a visite, porque talvez ela consiga alguma informação relevante para o caso. Assim, Clara fala a Duda sobre estar aceitando sua ajuda para não ser prejudicada no processo de guarda de Tomaz, caso contrário diria a verdade sobre o dia do crime. E mesmo com Duda não gostando de vê-la se arriscando indo até a cadeia, Clara insiste, mais uma vez, em saber o motivo de tanta proteção da parte da amiga, e o porquê dela não estar ajudando a defesa a fazer seu trabalho.
Assim, temos aquela velha conversa entre elas sobre o “destino tê-las unido” e sobre a amizade que uma tem pela outra, porque “se viram poucas vezes, mas em momentos cruciais”. Mas Clara queria algo mais, ela queria saber o verdadeiro nome de Duda… porém, Duda se recusa a dizer, e tudo o que Clara consegue é saber que sua amiga tem noção do que é perder um filho, e que ela quer ajudá-la a recuperar Tomaz. E Beth não se importa em ser condenada para que Clara, sua filha, vença seus inimigos e recupere a guarda de seu filho… e ela diz que “se for condenada irá sem problemas”, além de pedir a Clara que não se preocupe, porque “não tem nada a perder”. As cenas entre Beth e Clara me emocionam. Pois é comovente o sacrifício que Beth faz por amor à filha que havia acabado de reencontrar, mesmo que Clara não tivesse, naquele momento, a menor noção dos motivos pelos quais sua amiga estava fazendo tudo aquilo por ela – “Eu não consigo entender por que você está fazendo tudo isso por mim”. Logo, elas ainda falam sobre o destino tê-las unido de forma tão forte, e quanto uma ama a outra.
Chegamos, então, ao dia do julgamento, mas, um pouco antes, Clara se dispõe a assumir a culpa do assassinato de Laerte se Duda for realmente condenada. É quando Patrick tenta fazê-la desistir de tal ideia por Tomaz, pois ter seu nome manchado significava nunca mais ter a chance de conseguir a guarda de seu filho. Mas Clara é uma mulher de “princípios e ética”. E ela sentiria vergonha de si mesma caso não fizesse nada pela liberdade de Duda, se essa mesma liberdade dependesse dela. No julgamento, Duda se declara inocente – E eu fiquei meio: Como assim? Passou esse tempo todo afirmando sua culpa no crime. Mas tudo bem, era hora de ela também tentar não ser condenada, já que as suspeitas não caíam mais sobre Clara. Então, começam as acusações por parte do promotor, que coloca a situação de forma óbvia e simples: Duda, a “mulher sem nome”, era culpada, e havia assassinado seu amante com um objeto perfurante no bordel que era dela.
Mas Patrick contesta essa afirmação, declarando que o promotor estava agindo de forma preconceituosa ao dar a acusação como certa apenas porque Duda era dona de um bordel – “São todos inocentes perante a lei, até que se prove o contrário”. E ali começava o jogo da defesa contra a acusação para decidir o destino de Duda/Elizabeth… e aquilo era só o começo de mais capítulos de tensão e tortura para a personagem mais sofredora de “O Outro Lado do Paraíso”.

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