O Outro Lado do Paraíso – Uma forte ligação entre mãe e filha



“A verdade é que eu te amo, Clara!”
DEUS QUE ME LIVRE! A Elizabeth parece as personagens de Sarah Paulson em “AMERICAN HORROR STORY”: só se f*de! Quando a gente pensou que ela ia ter um momento de felicidade, o Walcyr foi lá e ferrou com ela mais uma vez. Até parecia protagonista de novela mexicana, de tanto que vivia nas marés de azar da vida. Ela simplesmente sofreu mais que a própria Clara, a mocinha/anti-heroína da trama. Beth, ainda vivendo como Duda, havia encontrado um motivo para finalmente sorrir: ela tinha matado a charada de que Clara era a filha que ela teve que deixar ainda bebê, quando as duas se encontraram casualmente nas ruínas da Igreja Velha, e Beth a viu com aquele rosário que pertenceu a ela no passado, e que ela mesma deu à Clara como recordação quando precisou se separar dela no dia de seu nascimento – o motivo desta separação será melhor esclarecido em um texto mais adiante. Então eu realmente acreditei que ela fosse ter um sossego depois de tantos capítulos de sofrimento por causa da praga do Natanael…
Clara percebeu que aquele encontro deixou Duda mexida… e quando ela decide ir falar com ela no Love Chic, Clara encontra Laerte agonizando com aquela tesourada que Sophia deu nele por tê-la chantageado, fazendo com que ele morresse, mas antes ela tentou ajudá-lo – tudo bem, eu não me importava com ele mesmo (cretino oportunista… mexeu com a vilã errada). O problema é que Duda flagrou Clara com a tesoura nas mãos; a fez fugir para não ser vista por ninguém; chamou todo o bordel para o seu quarto, onde o corpo de Laerte estava; assumiu o crime e mandou chamar a polícia para se entregar. Afinal de contas, ela havia acabado de reencontrar a filha, e não ia permitir que ela fosse para a cadeia inocentemente – amor de mãe é tudo. Então, Duda foi presa. E depois de ser quase linchada pela população de Pedra Santa pelo “assassinato” de Laerte, ela foi transferida para Palmas, para aguardar o que o destino a reservava. E um novo circo de horrores começava na vida dela: cadeia e, posteriormente, julgamento.
E eu acho tão deprimente como Duda se mantém resignada a pagar por um crime que ela não cometeu, sem ao menos tentar provar sua inocência. Bem sei que era para proteger Clara… que era por amor à sua filha que ela fazia aquilo, mas é como se ela aceitasse que a vida só tinha desgraças para lhe oferecer e ponto. Logo, Clara se desespera pelo ocorrido, e não entende por que Duda, sua amiga que ela pouco viu na vida, mas que criou um vínculo muito forte, assumiu um crime que ela não cometeu para protegê-la. E ela não acha justo que Duda pague por aquilo, porque ela esteve antes dela no local do crime e sabia que ela não poderia ter assassinado Laerte. E ela decide que vai contar sobre isso à polícia. Mas Patrick e Renato a convencem do contrário, pois isso prejudicaria seu processo de guarda de Tomaz. Ainda assim, Clara quer ajudar sua amiga, e Patrick se compromete em assumir o caso e defender Duda.
Mas Duda é irredutível. Ela não quer defesa nenhuma, e se recusa a colaborar com qualquer ajuda, principalmente alguma que venha de Clara, porque isso implicaria em Clara, de alguma forma, estar envolvida naquilo. E isso é comovente, embora muito doloroso também, pois Duda estava se afundando mais e mais numa vida sofrida – como se já não bastasse a que sempre levou desde o primeiro capítulo. Então, tudo se complica para ela, uma complicação que ela mesma aceitou para que nada caísse sobre Clara – Duda, antes de ser presa, destruiu qualquer vestígio de que ela pudesse ser Maria Eduarda Feijó, a identidade que Natanael a obrigou a assumir quando a fez se passar por morta e viver como tal longe de sua família – maldito! Assim, Vinícius e Bruno desconfiam que o apelido “Duda” seja falso, porque Beth se recusa a falar sobre sua vida e a mostrar seus documentos. E seu caso virou o “CASO DA MULHER SEM NOME”.
Então, ela continua confirmando que a culpa daquele assassinato é somente dela, e se recusando a falar sobre sua verdadeira identidade. E quando ela passa mal, por conta de seu problema com alcoolismo, Clara consegue ir visitá-la no hospital... e ela quer saber o motivo de Duda estar fazendo aquilo tudo por ela. A resposta é simples e objetiva – “A verdade é que eu te amo, Clara”. Então, Clara também diz que a ama, acaba com qualquer desconfiança de que tenha matado Laerte – afinal de contas, mesmo que Duda a estivesse protegendo, ela havia encontrado a filha com uma tesoura nas mãos diante de um corpo… e Clara não se conforma com o sacrifício de Duda por ela, e insiste em ir à polícia para contar que esteve no local. Mas Beth, já acreditando que ela realmente era inocente, a faz refletir sobre seus objetivos de vingança e os inimigos que a fizeram mal, os que tiraram o direito de ela ter criado Tomaz. Porque se ela contasse qualquer coisa sobre o ocorrido no bordel, ela poderia perder a chance de recuperar o filho. Assim, Duda pede que ela não se preocupe, e que não se afaste dos seus objetivos.
E Clara aceita permanecer calada, porque ela sabe o quanto lutou para conseguir ao menos estar próxima de Tomaz. Mas ela impõe uma condição para não dizer nada: que Duda aceite a defesa de Patrick, caso contrário, contaria à polícia que esteve no bordel no dia do crime. Duda aceita aquele acordo, e as duas se emocionam, porque Duda sabe que está diante da filha, e que o que está fazendo é por amor a ela. Clara não sabe como agradecê-la por aquilo, ao passo que lamenta pela amiga – que na verdade é a mãe que ela nem imaginava que estava viva – estar passando por uma suspeita/acusação de assassinato por conta dela. Dessa forma, Vinícius descobre que a verdadeira Maria Eduarda Feijó é a identidade de uma mulher já falecida. E ele vai confrontar Duda no hospital – “Quem é você? Eu não tenho nome e, aliás, eu já morri”. Assim, ela seguia recusando-se a dizer quem era, complicando tanto sua defesa quanto o trabalho de acusação também.
Mas algo permanecia imutável: a conexão e o amor de Duda/Beth por Clara, e vice-versa, porque agora Duda entendia por que sempre simpatizou com Clara, ainda que ambas tenham se encontrado poucas vezes na vida… enquanto Clara sentia um carinho enorme por ela, sem saber que se tratava de sua mãe, e a conexão inexplicável que ela sentia por Duda ultrapassava os limites da amizade de uma forma incondicional.

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