O Outro Lado do Paraíso – O julgamento de Elizabeth: Parte 4
“A
MINHA MÃE É UMA DESCONHECIDA PRA MIM, MAS EU QUERO JUSTIÇA!”
Já
deu pra sacar que eu amo a Elizabeth, não é mesmo? Esse é o quarto texto
consecutivo que eu escrevo sobre ela (rs). A verdade é que a personagem de
Glória Pires criou em mim uma grande empatia… eu não consigo vê-la sem sentir
compaixão por tanto sofrimento. E eu também adoro a forma como a Glória conduz
o seu papel na trama, sempre humanizando a Beth, de uma maneira que nos faz
pensar que, tirando alguns artifícios muito ficcionais, vários de nós
poderíamos viver sua história. Bem, depois de toda aquela impactante emoção
vivida no tribunal – com a descoberta de que Adriana era sua filha, de se
deparar com Henrique, Jô e Natanael, e de Adriana descobrir que a ré que
defendia era sua mãe –, Beth passou mal, teve uma isquemia, e precisou ser
hospitalizada. Logo, seu julgamento teve que ser suspenso. E a verdade era que
os acontecimentos que seguiriam enquanto ela estivesse no hospital também
seriam fundamentais para quando ela voltasse para o banco dos réus e tivesse
sua sentença definida.
Adriana
e Henrique queriam, mais do que tudo, compreender por que Beth havia sumido
durante tanto tempo. Acho que isso tinha ficado claro quando ela deu seu
depoimento contando tudo o que havia acontecido durante esses anos de ausência.
Mas também entendo, em parte – e digo isso porque Adriana passou a ficar
insuportável com a mãe, mas isso é tema para um texto futuro –, que era
difícil, principalmente para Adriana, aceitar que Beth estava viva e não tinha
dado nenhum sinal de vida. Adriana descobriu da pior maneira que sua mãe não
estava morta: em um julgamento, dona de um bordel, e sendo acusada de ter
assassinado o amante. E enquanto ela se sentia abandonada e magoada, achando
que Beth não tinha o direito de ter desaparecido, Natanael tentava acalmar os
ânimos da neta e do filho, enquanto Jô começava a enfiar na cabeça de Adriana o
quanto Elizabeth não prestava (Ordinária). Porque a verdade era que ela e
Natanael tinham motivos para temer a volta de Beth. Eles haviam colaborado de
forma bem podre para afastá-la de Adriana e Henrique.
Então,
Natanael foi tentar matar Beth no hospital, porque tê-la viva lhe traria muitos
“prejuízos”. Afinal de contas, ela podia revelar, a qualquer momento, todas as
crueldades que ele tinha feito contra ela. E sua reputação de advogado
renomado, avô exemplar, e pai íntegro, estariam completamente na lama… e foi
nessa cena que eu compreendi o real motivo de tantos críticos reclamarem do TEXTO
DIDÁTICO de Walcyr Carrasco. Definitivamente, o que era para ser uma cena de
vilania acabou virando uma comédia. Foi difícil me concentrar na interpretação
do Juca de Oliveira enquanto ele dizia seu texto explicativo sobre como ia
matar Beth, com ela dopada pela medicação. Gente, o que foi Natanael com aquela
seringa na mão, descrevendo o passo a passo de sua tentativa de assassinato no
instante em que tentava injetar ar na veia de Beth? – “Puxa aqui, basta
injetar o ar… e o ar irá diretamente ao seu coração”. Kkkkkkk Crianças, não
tentem isso em casa, ok? Desculpa, Walcyr, eu continuo amando suas
novelas… mas que foi engraçado, foi! (rsrsrsrsrsrsrs).
Felizmente,
Clara chega a tempo de impedi-lo de concretizar o crime, quando entra no quarto
para fazer uma visita e se depara com Beth assustada com algo. Assim, Natanael
consegue disfarçar rapidamente o que estava planejando, enquanto Clara busca
por ajuda… e ele ainda é capaz de dizer aquelas palavras falsas para Beth
diante de todos, algo sobre como “todos estavam felizes por ela estar viva… e que,
claro, ela podia voltar ao seio da família”. Então ele vai embora, antes que
Beth, mesmo grogue e com aquela língua toda mole (rs), falasse alguma coisa
relevante que pudesse denunciá-lo. E eu não via a hora daquele velho maldito ir
para o inferno de uma vez por todas… logo, Clara tranquiliza Beth, porque ela
estava desesperada com o fato de ter ficado alguns instantes a sós com
Natanael, e ter percebido que ele claramente pretendia matá-la. E quando ela
diz que não quer ficar sozinha com ele, Clara percebe que foi através de
Natanael que Beth “conheceu a maldade humana”. E ela promete que ele não irá
mais chegar perto de sua amiga.
Por
outro lado, e um pouco antes do episódio de Natanael, tivemos um outro crime,
de fato, na novela. Sophia era a verdadeira assassina de Laerte, e ela não
contava com uma nova ameaça: Vanessa! A prostituta mais ambiciosa do Love Chic sabia demais. Vanessa era a
única testemunha que havia visto Sophia sair do bordel minutos após Laerte ser
assassinado no quarto da então Duda. E ela não disse nada à polícia quando foi
interrogada, justamente porque tinha planos futuros: ameaçar Sophia e
extorqui-la. Porém, nem toda pessoa ambiciosa é inteligente… e Vanessa foi
igualmente burra quando pensou que podia bater de frente com uma mulher tão
poderosa quanto a vilã. Mas ela foi lá, dar uma de gostosona e esperta, para em
seguida ser a próxima vítima da Sophia “mãos de tesoura” – forma carinhosa como a vilã passou a ser
definida pelos fãs. Amei esse apelido! –, naquela sanguinária cena em que ela
finge prometer dar à Vanessa o dinheiro que ela quer, para que a prostituta não
a entregue no julgamento, mas a surpreende com vários golpes de tesoura, assassinando a sangue frio mais uma vítima.
Enquanto
Rato se livra do corpo de Vanessa nas proximidades do Love Chic, as coisas estavam perto de
mudar no julgamento de Beth. Porque com Vanessa sendo encontrada morta quase
que no bordel, havia uma esperança de conseguirem inocentar Beth… Patrick e
Vinícius chegavam à conclusão de que o assassino da prostituta podia ser o
mesmo de Laerte, pelas semelhanças no crime (um objeto perfurante). E eles não descartaram
o fato de ser um cliente do bordel tentando se passar por uma mulher. Afinal de
contas, não tinha como Beth ter cometido aquele assassinato enquanto estava
internada, sob vigilância, num hospital. Assim, Patrick e Adriana se animaram
com a possibilidade de conseguirem provar a inocência dela, e o julgamento teve
sua continuidade. E eu gostei de como Adriana, mesmo magoada com Beth,
continuou empenhada em defendê-la a qualquer custo – “Minha mãe é uma
desconhecida pra mim, mas eu quero justiça!”.
Logo,
o assassinato de Vanessa havia sido um acontecimento importante para os novos
argumentos que a defesa usaria para libertar a ré. E dessa vez, talvez,
estivéssemos perto de livrar Beth da cadeia…
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