O Outro Lado do Paraíso (As Vinganças de Clara) – Clara se vinga de Gustavo



“A VINGANÇA, NESSE CASO, É UMA FORMA DE JUSTIÇA”
Particularmente, essa é a vingança menos interessante de Clara, e talvez a mais rasa de todas. Eu sei que a novela é baseada na Lei do Retorno, ou seja, tudo o que vai, volta… e pode ser que isso explique algumas “facilidades” que Clara encontrou no caminho para destruir seus algozes. Mas quando eu falo que talvez essa seja a mais rasa de todas as vinganças, eu me refiro ao fato de Clara ter chegado ao ponto fraco de Gustavo através de uma “intuição”, um sonho envolvendo o bordel, o que a fez desconfiar de que o juiz pudesse estar envolvido com cafetinagem. E quando Clara pergunta para Beth sobre ela ou as meninas do Love Chic terem escutado alguma história que liga Gustavo ao bordel, a Beth, meio que do nada, se lembra da história do sócio misterioso, e os indícios de que o juiz talvez tenha algo a ver com uma casa de prostituição começam a surgir. É sério isso? Uma intuição fez Clara chegar no grande podre que Gustavo escondia? Raso! Muito raso. Enfim, foi mais ou menos assim que sua vingança contra o juiz corrupto começou.
Por outro lado, ainda com algumas coisas que eu não tenha gostado, não posso dizer que não gostei dessa vingança… eu gostei, sim. Mas deixo aqui só mais uma criticazinha a respeito disso: a maneira como o Walcyr insistiu em repetir algumas coisas nessas vinganças de Clara, como, por exemplo, depois de Clara ter descoberto os podres de Samuel, Vinícius e Gustavo, os três terem vindo até ela implorar perdão e pedir que ela parasse com a vingança… eu sei que isso enaltece toda essa questão que envolve tramas com a temática “VINGANÇA”, afinal, quem não quer ver o ser que lhe fez mal pagando por seus atos e rastejando aos seus pés cheio de arrependimento, hein? Em se tratando de novela, todos querem… mas isso ficou repetitivo demais, e eu achei desnecessário ver Samuel, depois Vinícius, e depois Gustavo se prestando a esse mesmo papel, sucessivamente, em cada uma das vinganças da protagonista. Ela já não ia se vingar mesmo? Não ia concluir de qualquer maneira sua vingança? Então não precisava repetir o mesmo roteiro de novo e novamente. Eu espero que a Sophia não faça isso.
Mas deixando as leves críticas de lado, gostaria de dizer que gostei do tom mais suave e um tanto quanto cômico que essa vingança teve, como a cena em que Nádia descobre que Gustavo lhe colocou um par de chifres a vida toda, numa cena em que ela o flagra com uma prostituta do bordel, a Leandra… mas isso é um momento que será comentado logo mais. Bem, como sabemos, a Clara tinha motivos de sobra para querer se vingar de Gustavo. Ele foi o responsável por ajudar Sophia a interditá-la num hospício em troca de muito, muito, mais muito dinheiro. E a sede de vingança de Clara aumenta quando ela entra com o processo pela guarda de Tomaz, um processo que seria julgado, com uma real justiça, por Raquel. E quando Gustavo comunica à Sophia que suas chances de continuar com a guarda do neto são mínimas, e que é Raquel quem irá cuidar do caso, Sophia ordena que Rato elimine a juíza do seu caminho… então, temos aquele acidente provocado por Rato, ao atropelar propositalmente Raquel. Assim, ela fica impossibilitada de julgar o processo de guarda do filho de sua amiga.
Tirar Raquel de circulação era tudo o que Sophia queria, porque com a amiga de Clara a vilã não poderia dar “jeitinhos” como dava com Gustavo, e, como já sabíamos, se Raquel desse a guarda de Tomaz a Clara, Sophia perderia as minas de esmeraldas. Ela e Gustavo sabiam que Raquel seria justa no processo, ou seja, a guarda seria de Clara. E Raquel estava por dentro de todas as armações que os dois haviam planejado no passado para interditar Clara, e isso é evidenciado naquela cena em que ela enfrenta Gustavo e Sophia quando retira o processo de interdição de sua amiga, porque sua decisão tinha sido baseada no laudo de três psiquiatras renomados. E eu adoro o deboche dela, quando diz a Gustavo que o livrou de um problema mais sério, pois a decisão dele estava incorreta, simplesmente pelo fato de que não se podia interditar alguém se baseando apenas na opinião de um só psiquiatra, e sem um longo processo de observação – “O senhor deferiu a decisão em algumas horas. Parece não ter refletido muito bem sobre o seu julgamento. A pressa deve o ter induzido ao erro” (A Raquel é mesmo muito maravilhosa!).
Sophia bem que tentou comprá-la, mas não rolou. Então, a alternativa para o problema foi dar um jeito de afastar a juíza do caso, definitivamente… e depois que Gustavo assume o processo, Clara teme, porque ele só a prejudicou na vida. E não dá outra. Patrick não consegue ajudá-la a recuperar o filho, e a guarda de Tomaz continua com Sophia, mesmo com Gael ficando do lado de Clara e abrindo mão do garoto para que ele ficasse com a mãe, porque ele sabia que o filho seria muito bem cuidado por Clara… assim, Sophia continuava no controle de tudo, principalmente do que ela sempre quis: as minas de esmeraldas. E tudo o que Clara consegue, depois de praticamente implorar para ganhar a guarda do filho, é o direito de visitar Tomaz uma vez por semana, e é triste vê-la chorar de revolta, frustração e decepção, enquanto Sophia sai vitoriosa e, depois, paga muito bem por aquele servicinho sujo de Gustavo a seu favor.
Mas o que era do juiz estava guardado, e voltemos, agora, a tal “intuição” de Clara, e a história de Beth já ter escutado falar sobre um sócio misterioso do bordel… as duas vão falar com Caetana, a fim de descobrirem alguma coisa referente a Gustavo ser o tal sócio. Mas isso é um segredo que Caetana guarda há muitos anos, e ela não pode revelar nada a respeito. Porém, depois que Clara conta sobre como foi parar no hospício através das artimanhas do psiquiatra, do delegado e de Gustavo, que assinou sua interdição, e de Beth contar sobre Mercedes ter dito que Caetana sabia de tudo o que acontecia no bordel, e que também sabia quem era o sócio misterioso que aparecia todo mês para receber sua parte nos lucros, Caetana resolve ajudar Clara, confessando que Gustavo é o sócio misterioso. Então, como podemos perceber, de forma fácil, a Clara fica sabendo do grande podre do juiz, e isso se torna uma arma poderosa para sua vingança contra ele, porque ela quer desmascará-lo. Olha, nunca subestimem o poder de vossas intuições, ok? (kkkkkkk)
Depois que Clara também descobre que Gustavo é o responsável por proteger secretamente o bordel, impedindo que o estabelecimento possa ter qualquer problema com a justiça, e que ele recebe 50% dos lucros em dinheiro, ela começa a preparar uma armadilha para pegá-lo, porque Patrick lhe diz que um juiz não pode ser sócio de nenhuma empresa, e mesmo que o nome de Gustavo não esteja nos papéis, eles podem conseguir provar que ele é sócio de um bordel, e isso significa que ele será afastado de suas funções como juiz... então, Clara se prepara para ver o circo pegar fogo. Sim, porque nossa anti-heroína adora um show, e nós também, não é mesmo? Não vamos ser hipócritas. Ela consegue convencer Nádia a fazer uma viagem em sua companhia até Pedra Santa, para uma consulta com Mercedes, já que ela está passando por alguns problemas familiares envolvendo os divórcios de Bruno com Tônia e Diego com Melissa, além de ser “louca” para ir numa vidente.
Assim, parte do plano começa a ser executado. Nádia vai para Pedra Santa justamente no dia em que Clara sabe que Gustavo aparecerá no bordel para receber sua porcentagem nos lucros. E ela quer armar um flagra, porque, claramente, flagras geram barracos, e Clara adora usar esse método para desmascarar alguém – Quem não se lembra do flagra que ela armou para que Suzy pegasse Samuel com Cido no flat, hein? Logo, nada melhor do que fazer Nádia dar de cara com Gustavo na cama com outra, para que ela arme um escândalo. Assim, Clara inventa para Nádia que precisam passar no bordel para buscarem Beth antes de retornarem a Palmas. Então, Nádia, como sempre, banca a moralista, porque ela não acha que deve ir a uma casa de mulheres, e não quer ficar falada por conta disso… mas Clara sabe que a curiosidade dela sempre falou mais alto, e ela a convence a irem juntas até o Love Chic, afinal, como a própria Nádia disse, ela “sempre foi louca para conhecer um lugar desses”. E lá, temos uma hilária sequência de cenas envolvendo Nádia…
Eu adoro ver Nádia toda curiosa explorando o bordel, e dizendo coisas como “é bonitinho aqui… é meio pobrinho, mas é bem bonitinho”. E ela até arrisca uma dancinha no pole dance, enquanto Clara diz que ela “leva jeito” para a coisa – “Que isso, eu sou uma mãe de família” (kkkkkkkk). Então, quando Clara a leva para conhecer os quartos, o barraco está prestes a começar, porque Nádia flagra Leandra por cima de Gustavo num momento pra lá de constrangedor. É uma cena hilária, e Clara se diverte com aquilo. Nádia arma o seu escândalo acusando Leandra de ter seduzido seu marido, mas as coisas pioram ainda mais depois que ela fica sabendo que Gustavo é o dono do bordel, e que ele estava ali para pegar sua parte nos lucros. Logo, ela o estapeia, faz aquela cena, recusa qualquer explicação, e fica sabendo que ele a trai há séculos, quando Caetana revela que “sempre foi assim, até quando era ela quem lhe dava o dinheiro”. Gente, o Gustavo pegava a Caetana? Visando a idade dela, acho que ela já era uma quenga velha quando isso acontecia, não? – ai, eu não me aguento! (kkkkkkk)
Assim, Clara conclui parte de sua vingança. Ela conseguiu desmascarar e desmoralizar Gustavo, ao expor seu segredo de sócio misterioso de um bordel, acabando com o casamento dele com Nádia, que promete dar o troco na mesma moeda. Ela o expulsa de casa, e, mais adiante, troca Gustavo pelo gostosão do Odair, esfregando na cara dele que agora pega um "poltrão" vigoroso. Acho que foi uma boa troca, não? Dessa maneira, Patrick diz a Gustavo que, como juiz, ele não pode ser sócio em nenhum negócio, muito menos de uma casa de mulheres, e que a lei brasileira não diz que é crime se prostituir, mas que é crime ganhar dinheiro às custas do corpo alheio – “Vossa Excelência é um cafetão”. Amoooooo! Humilhado e ridicularizado, Gustavo ainda escuta de Clara que será denunciado por ela… bem, sua vingança ainda não estava completa. E chegamos naquela parte do roteiro onde ele, assim como Samuel e Vinícius, vai até Clara para implorar e tentar fazê-la desistir de concluir sua vingança…
Ele pede para que ela não o denuncie, porque não pode ser afastado de seu cargo de juiz, mas Clara tem bons motivos para fazer a denúncia: ele a fez sofrer muito ajudando Sophia a interditá-la num hospício, e como se não bastasse, no processo de guarda de Tomaz, ele inverteu as coisas e deu a guarda do garoto para Sophia… “Você quer vingança?” / “A vingança, nesse caso, é uma forma de justiça” – eu sou obrigado a ter que concordar com Clara, porque um juiz que é capaz de cometer atrocidades contra um ser humano, em troca de dinheiro, não merece exercer a justiça. E chega a ser ridículo ouvir os argumentos de Gustavo para tentar deter Clara na conclusão de sua vingança. Ele acha que já é o suficiente tudo o que ela fez com ele no bordel, afinal, graças a tudo isso, seu casamento estava acabado; seus lucros no bordel não podiam mais ser cobrados, e, o mais ridículo de tudo, suas fazendas necessitavam de investimentos que ele não podia mais investir.
Mas Clara, como sempre, permanece firme, altiva e soberana, afinal de contas, ela já previa que o juiz fosse lhe fazer uma visita a fim de convencê-la a parar com seu plano de vingança e implorar por perdão, assim como Samuel e Vinícius também fizeram… e eu gosto dessa postura dela, Clara quer vingança, e ela vai até o fim. Então, ela demonstra para Gustavo que tudo o que fez ainda não é o suficiente, porque “não pode permitir que um juiz continue vendendo suas sentenças”, e ela não vai voltar atrás, porque vai denunciá-lo. Assim, Gustavo ameaça acabar com ela naquele mesmo instante, mas Renato, que já esperava, às escondidas, que o juiz pudesse ter um comportamento como aquele, aparece para ajudar Clara, e Gustavo aceita que, definitivamente, está realmente acabado. Por fim, Clara o denuncia, e ele é julgado e condenado, perdendo o direito de exercer suas funções como juiz, além de acabar aposentado com uma merreca de aposentadoria compulsória. E Clara estava lá, no fim do julgamento, para se certificar que mais um inimigo de sua lista estava destruído.
Agora, seu próximo alvo era o pior e o mais difícil de todos: Sophia. Mas muita coisa ainda estava por acontecer até que a Lei do Retorno chegasse até a vilã através de Clara…

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