O Outro Lado do Paraíso - Samuel, um Gay que não se aceita


Samuel é o renomado psiquiatra e diretor de um hospital em Palmas. Possui uma carreira brilhante, e para a sociedade é um exemplo de masculinidade que chega até ser machismo. Mas tudo não passa de uma farsa planejada por ele mesmo, pois na verdade Samuel é um GAY enrustido.
Para não ser descoberto, ele veste a capa do homem MACHO, e mantém o comportamento masculino excessivamente em evidência para que ninguém desconfie de sua verdadeira personalidade. Sei o quanto é complicado alguém não conseguir assumir sua verdadeira identidade e não poder viver a vida que sempre quis.
Como sempre, a dificuldade está presente em todos os lugares. No caso de Samuel o medo de ser desprestigiado no trabalho, pois tem um nome a zelar, medo por ser rejeitado pela família, uma vez que sua mãe vive insistindo para que ele se case e lhe dê um monte de netos, medo por não saber como a sociedade poderá agir se algum deslize acontecer, entre tantas outras coisas…
Esses e outros medos são vividos por todo homossexual que não consegue sair do famoso armário, o que pode gerar sérios problemas psicológicos, como não se aceitar e cair em uma depressão profunda, em um caso mais extremo gerando até mesmo o suicídio, levando alguém a tirar sua própria vida.
Mas me parece que o personagem interpretado pelo ator Eriberto Leão consegue ter sua válvula de escape. Samuel vive procurando homens sensuais na internet com quem possa se encontrar e ter relações sexuais, aliviando suas tensões.
Quando está no seu mundo particular e pode ser por um momento quem realmente é, Samuel costuma estar transvestido de MULHER, e liberar geral usando sua lingerie “sexy”, seu batom vermelho, além de seus saltos, o que ressalta sua vontade feminina de ser. Mas quando sai do seu esconderijo, ele volta a adotar a falsa identidade de MACHÃO.
Ainda  que os homossexuais estejam conquistando cada vez mais seu espaço através de uma luta diária e que vem de muito tempo - pois bem sabemos que a HOMOSSEXUALIDADE é, sim, algo natural, e sociedades mais "antigas" apresentaram comportamentos muito menos preconceituosos com relação a isso - , sabemos que ainda não vivemos tempos de total paz. Isso me faz pensar em que rumo a sociedade tomou, o retrocesso que nos obrigou a, quase, recomeçar do zero para sermos tratados com respeito e naturalidade.
O pior ao meu ver no personagem é que o homossexual que não se aceita e não se assume, como é o caso de Samuel, acaba envolvendo outras pessoas em sua teia de mentiras. Samuel, para provar a ele mesmo que não é homossexual e que consegue sim se encaixar nos moldes da sociedade machista em que vive, seduz a enfermeira mais fogosa do hospital.
A relação de Suzana (Ellen Rocche) e Samuel só faz com que ele se engane ainda mais a respeito de sua sexualidade, e ela se iluda com o fato de pensar que está com o melhor dos partidos da cidade. O seu tão sonhado TIGRÃO… para convencer na sua masculinidade, Samuel começa a exibir sua relação com Suzana que não vê a hora de ir pra cama com ele. O psiquiatra, que pensa ter um distúrbio que pode ser resolvido com medicamentos, leva Suzana para jantar em sua casa no intuito de apresentá-la para a mãe como namorada. A futura sogra muito se alegra com a possibilidade de ver o filho casado de uma vez e com um monte de netos. A despudorada mãe de Samuel incentiva abertamente a vida sexual do filho com a enfermeira, o que sempre o deixa constrangido e Suzana feliz por querer ir logo pros finalmentes.
Na tentativa de provar a si mesmo que consegue manter relações com uma mulher, Samuel leva Suzana para seu apartamento secreto, mas não consegue satisfazer a insaciável nova namorada. Ele então pede para que um amigo da faculdade o ajude. O mesmo, que já o conhece há muito tempo, sabe que Samuel é gay e o aconselha a se libertar e se assumir. Não aceitando os conselhos do amigo, e pensando que pode se tornar heterossexual, nem que seja na cama com Suzana e assim continuar vivendo sua vida às escondidas como sempre, ele sai da consulta com esperança em um medicamento receitado pelo colega.
Porém, a medicina não funciona, enquanto isso Suzana vai compreendendo a situação e levando tudo como se seu “tigrão” apenas estivesse cansado, mas sempre na torcida de que um dia o atraso seria tirado. Samuel decide então apelar para algo mais poderoso: ele viaja até o Quilombo, onde é recebido pela líder do lugar, chamada de “Mãe do Quilombo”, e lá ela lhe ensina um ritual que tem que ser mantido em segredo, e que consiste em beber uma bebida com um pouco de veneno de cascavel e chacoalhar um guizo um pouco antes do ato sexual. O ritual começa a dar resultado e Samuel consegue finalmente levar sua enfermeira ninfomaníaca para a cama.
Contente em poder continuar provando para a sociedade que é um macho, ele decide até se casar com Suzana para manter as aparências, e continuar vivendo sua vida dupla transando com outros homens.
Creio que a grande sacada de Walcyr Carrasco, autor da novela, é nos fazer refletir sobre o que leva alguém a não conseguir se assumir, e as consequências que as opressões sofridas por todos os lados da sociedade pode causar na mente de um homossexual, como por exemplo, não ser capaz de revelar sua verdadeira identidade, e os transtornos que isso pode causar.
Esperamos que Samuel se descubra e pare de enganar a si mesmo em primeiro lugar… Mas até lá vamos esperar por mais chacoalhar de guizo e BOTE da Cascavel… (risos)

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Comentários

  1. Ellen roocche eu posso ajudar-te vim dar um abraço grande eu gosto muito de ti adoro te entao outro lado do paraíso faz por mim eu sou Tiago Cruz de Brito cazeiro luta gostava muito desta novela outros lados do paraíso eu quero bianca bin clara Tavares eu tenho supressa para ti desenho e muito importante roberto leão ele é maluco é feio eu não gosto fazer isso muito feio o rapaz é maluco vergonha

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