O Outro Lado do Paraíso – O sofrimento de Elizabeth continua





Mesmo cedendo à chantagem de seu sogro, Natanael (Juca de Oliveira), de sumir do mapa em troca de não ir parar na cadeia, Elizabeth (Glória Pires) continua a rondar sua antiga vida às escondidas, na esperança de que, mesmo de longe, possa observar a vida de sua amada filha, Adriana (Lara Cariello), e de seu esposo Henrique (Emílio de Mello), pessoas de quem não tem forças para se desligar. Inteligente e muito esperto, Natanael segue cada passo de sua nora por meio de seu detetive, e acaba sabendo que Beth ainda está no Rio de Janeiro ao invés de ter desaparecido da cidade para bem longe como havia combinado.

O inescrupuloso homem (Natanael) descobre o endereço da pocilga onde Elizabeth está hospedada. Aparecendo de surpresa no local, ele a ameaça caso ela não desapareça de uma vez por todas. Amargurada, e com a vida de “ponta-cabeça”, Beth ameaça jogar-se no mar de cima de um morro na tentativa de suicidar-se. Ela acaba sendo salva por Eliseu (Francisco Carvalho), um desconhecido que impediu tal desatino por parte da jovem mulher. Ele (Eliseu) a leva para sua simples casa, e lá, o humilde homem tenta ajudar Beth a dar um novo rumo em sua vida, mesmo sem saber qual o motivo de tanto sofrimento. Depois de alguns dias cuidando de Beth, Eliseu se vê interessado por ela e, com todo respeito, lhe propõe casamento. Ela decide ir embora da casa de seu salvador, e acaba se hospedando em uma pensão.
Após ver sua filha à distância na porta do colégio para matar a saudade, desta vez, Beth vai disfarçada até a frente da casa de Natanael onde também morava, e flagra, escondida do outro lado da rua, Henrique e Jô chegarem juntos no carro. A sofredora mulher percebe que sua “amiga” está com segundas intenções pra cima de seu esposo. O detetive liga imediatamente para Natanael e avisa que ela está em frente à sua casa e, ao avistar o sogro, Beth foge do local. Natanael, então, decide fazer uma visitinha à Beth na pensão onde ela está hospedada. O velho chantagista a obriga a desaparecer definitivamente sob sua vigilância. Do lado de fora da pensão, um dos capangas de Natanael faz com que Beth desmaie depois de sufocá-la com clorofórmio. Eles (os capangas) a colocam no porta-malas de um carro enquanto o velho ordena que “sumam com ela”. A sorte parecia ter decidido ficar um pouquinho do lado de Elizabeth quando um dos capangas que dirigia o carro causa um acidente ao bater de frente com um caminhão, morrendo juntamente com o companheiro de sequestro. Ela consegue sair do porta-malas e sumir do local, enquanto a atenção na rodovia está voltada para o acidente.
Mergulhada no alcoolismo e na angústia, Elizabeth foge de seu sogro e tenta reconstruir sua vida em uma pequena cidade do litoral paulista. Lá, após assumir definitivamente a identidade de Maria Eduarda Feijó (Duda), identidade essa que Natanael deu a ela para mudar de vida depois de ser dada como morta, Elizabeth faz amizade com dois simpáticos pescadores, Danilo (Glaucio Gomes) e Tenório (Ademir Emboava), um bom homem com quem ela tem um rápido romance, pois o mesmo veio a falecer numa tempestade em alto-mar enquanto pescava, e, posteriormente, Duda descobre que ele era casado. Com a morte do homem (Tenório) que a estava ajudando a mudar de vida, Duda volta a viver momentos de muita tristeza e melancolia, sempre afogando suas frustrações no álcool e na companhia de um homem por noite. Mas por fim, com a ajuda de seus amigos da simples cidadezinha, ela consegue se estabilizar emocionalmente. Mas suas esperanças vão por água abaixo ao descobrir que já gastou todo o dinheiro que Natanael lhe havia dado para que ela desaparecesse da vida de seu filho Henrique, e de sua neta Adriana.
Após virar costureira e conseguir alguns clientes por conta de seu talento para a costura, uma vez que um de seus sonhos sempre foi ser uma grande estilista, Duda decide ligar para Natanael que fica surpreso ao atender a ligação da nora que já pensava estar morta. Duda encontra-se com ele em um restaurante e lhe pede uma enorme quantia em dinheiro para recomeçar sua vida, e, dessa vez, é Natanael quem se sente encurralado, pois ela ameaça contar a todos o plano sórdido do sogro de fazê-la se passar por falecida se ele não lhe der o dinheiro, mesmo não se importando em ir parar na cadeia por falsidade ideológica.
O detetive particular de Natanael, sempre de prontidão, recebe ordens para matar Duda e Danilo, que havia acompanhado a amiga até o local do encontro com seu asqueroso sogro, para protegê-la de qualquer tipo de violência que ela poderia sofrer por parte de Natanael, e com isso, Danilo acabou descobrindo parte do segredo de Duda, o que preocupou Natanael por mais alguém estar sabendo de seu acordo com a nora. Ao descobrir mais uma vez o paradeiro de Duda, o detetive chega à pequena cidade onde ela agora vive, e assassina a sangue frio Danilo.
Após ver o corpo do amigo morto no chão de uma rua, Duda percebe que seu sogro está tramando contra ela. Assustada, ela corre para sua casa, e, ao chegar lá, se depara com outro corpo assassinado no piso de sua sala, o de uma cliente com quem ela havia estado horas antes. Trata-se de uma jovem que pediu a ela que consertasse algumas peças de roupa. Duda lhe explicou que não poderia terminar os serviços de costura, pois teria que resolver alguns “problemas de família”. A jovem, então, nota que Duda está segurando um casaco, o mesmo que usou para ir ao encontro com o sogro, e sugere gentilmente que ela lhe dê o mesmo em troca de duas peças de roupa que, sem querer, Duda acabou danificando por conta de sua máquina de costura estar estragada.
Amigavelmente, Duda cede a peça de roupa à moça, e em seguida, a jovem vai à procura de Danilo, que no momento ainda não havia sido assassinado. Os dois vão até a casa de Duda para buscar o restante das roupas da jovem que ficaram sem consertar. Danilo, que estava com a chave da casa, a deixa entrar e pegar as peças, e pede para que ela devolva a chave à Duda depois. É quando a jovem, que estava vestida com o casaco que era de Duda, é confundida com a nora de Natanael, e assassinada em seu lugar.
Abalada com a morte do amigo, e chocada com o assassinato da jovem, Duda se sente culpada pelo ocorrido e, com coragem, liga para Natanael, que mais uma vez fica surpreso por sua nora ter escapado com vida de mais um de seus atentados contra ela. Duda o chantageia, dizendo que se ele não depositar o dinheiro em “uma hora” em sua conta ela o acusará pelo assassinato do amigo e da inocente cliente, além de aproveitar para dizer a todos como ele forjou sua morte com a explosão da lancha. Sem saída, ele não tem outra opção a não ser fazer o que ela está mandando. Com o dinheiro em sua conta, ela parte para o Tocantins, sua terra natal, em busca de um novo recomeço.
Opinião do Blogueiro
Me parece que Walcyr Carrasco estava realmente muito inspirado no drama ao criar a personagem Elizabeth/Duda, interpretada brilhantemente por Glória Pires, um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira. A personagem carrega uma grande carga de dramaticidade em sua história, que por vezes me pergunto: Será que Beth terá um pouco de felicidade em algum momento em sua vida? Pelo jeito a resposta será NÃO. Mas tudo bem! Eu amo ver Glória Pires dar vida a sua personagem de forma tão intensa a ponto de me deixar pensando como agiria se estivesse em seu lugar. (Momento reflexão!)
Está cada vez mais fantástico o roteiro escrito por Walcyr e seus colaboradores envolvendo a personagem de Glória Pires. De toda essa parte da trama não tenho do que reclamar, pois tudo foi meticulosamente bem trabalhado para que a personagem chegasse no ápice de DRAMA em que já se encontra. E ainda não estamos nem na metade do seu sofrimento que parece nunca ter fim.
Boa sorte Beth/Duda!

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