Verão 90 – Primeiro Capítulo
“…
QUER SER UM NOVO PATOTINHA? QUER SER MEU PARCEIRINHO?”
UMA
VERDADEIRA VIAGEM NO TEMPO! É assim que eu posso definir este primeiro capítulo
de “VERÃO 90”. Eu amei a bela introdução da história que, por sinal, foi
sustentada, durante quase todo o capítulo, por três maravilhosas crianças e
suas belas atuações. Eu estou falando de Melissa Nóbrega (MANUZITA), João Bravo
(JOÃO) e Diogo Caruso (JERÔNIMO), que passaram mais de 30 dos 45 minutos desta
estreia interpretando os respectivos protagonistas da trama, na infância. A
história de Izabel de Oliveira e Paula Amaral cumpriu com o prometido e trouxe
muita cor e nostalgia para o capítulo inicial, com um retrato fiel do Rio de
Janeiro dos anos 80 e início dos 90. E não teve como não entrar nesse
verdadeiro TÚNEL DO TEMPO, ainda mais com a trama sendo embalada por algumas
das maravilhosas músicas da época, como “RIO 40 GRAUS”, de Fernanda Abreu, “PURO
ÊXTASE”, Barão Vermelho, entre outras. Que delícia escutar novamente essas
músicas!
Começamos
a trama na Saquarema dos anos 80, com
Janaína, uma mulher pobre e batalhadora, reunindo seus filhos, os fofíssimos
João e Jerônimo, para assistirem ao Patotinha
Mágica, comandado por Manuzita na TV. Então, Manuzita está atrasada para
entrar no ar, porque Lidiane, sua mãe, estava achando sua filhota parecida com
um “fantasma”, por conta de seu figurino apagado, e uma estrela precisa de
brilho – amei a louca da Lidiane, logo de cara! Brilho é comigo mesmo. Assim, a
pequena estrela entra em cena, e ela consegue deixar sua mãe emocionada, quando
a homenageia, ao fazer um agradecimento especial pelo 1º ano do Patotinha Mágica. E ela agradece a
grande “responsável por tudo aquilo, sua mamãe, Lidiane…Te amo, mamãe!” – que
coisinha mais fofa! Mas, depois de seis meses, o programa começa a desandar na
audiência, e Lidiane resolve ter uma ideia para que sua filha jamais saia do
estrelato, porque “para defender uma filha, uma mãe vira uma leoa”.
Enquanto
Jerônimo já demonstra ser um garoto-problema, quando é quase expulso da escola,
por falsificar boletins para colegas em troca de dinheiro, Janaína o repreende.
E ele é grosseiro com a mãe, dizendo que “antes o tivessem expulsado, porque
odeia a escola e o fim de mundo onde moram”, e ele ainda promete “um dia sumir”,
e ela “nunca mais vai ouvir falar dele” – travesso esse menino, não? Assim, a
novela segue, e temos Lidiane levando Manuzita para uma apresentação no
programa do CHACRINHA. E ela faz a pequena mandar beijos, dar autógrafos e ser
simpática com seu público, que está aglomerado na entrada dos estúdios Globo, à
espera de sua ídola. Logo, conhecemos o passado de estrela de pornochanchada de Lidiane, quando um fã
se aproxima, com um pôster do filme, e pede para que ela dê seu autógrafo, e
Lidiane está feliz em também ter seus cinco minutos de fama – eu amei o flashback dela com Herculano, vestida de
dançarina de boate e dançando ao som de Freak
le boom boom, da GRETCHEN, enquanto gravavam uma cena do filme “A Pantera e
o Gatão”.
Logo,
é a hora de Manuzita entrar no palco do CHACRINHA, e é fantástico ver as cenas
verdadeiras do velho guerreiro, como
ele era chamado, no ar novamente. E o jogo de câmeras para dar mais veracidade à cena, e nos convencer de que Manuzita estava realmente naquela época e no
programa dele, ficou incrível…assim, depois de colocar em prática, toda
meiga, a ideia da mamãe Lidiane para que ela não perdesse o estrelato – o concurso
para selecionar o novo Patotinha –,
voltamos para a casa de Janaína, que vibra com a família, depois que seu
cunhado consegue fazer a imagem da TV entrar em sintonia, colocando a famosa
palha de aço na antena – eu já fiz muito isso (Risos) –, porque ela queria ver
o FÁBIO JÚNIOR no CHACRINHA. E como foi bom vê-lo, em sua juventude, cantando
seus sucessos no programa. Dessa forma, João e Jerônimo se encantam com o
recado de Manuzita – “você que tem de 9 a 12 anos, quer ser um novo Patotinha? Quer ser meu parceirinho?”
–, e eles já começam a imaginar suas vidas ao lado da pequena estrela.
Assim,
depois de Janaína não deixar que eles participem do concurso, porque “criança
tem que estudar e brincar, também”, os dois fogem de casa rumo ao Rio de Janeiro,
e eles entram nos estúdios Globo através de um bueiro, depois que descobrem, em
meio à multidão de candidatos, que todos só podem entrar acompanhados de um
responsável. Logo, lá dentro, João encontra Manuzita triste, e se encanta ao
estar frente a frente com sua grande estrela, enquanto Jerônimo segue para a
sala de testes. E João descobre o motivo da tristeza dela – Manuzita não vê
razão para um novo parceiro dividindo o palco com ela. Mas João a convence de
que isso pode ser legal, porque com outra criança vai poder brincar mais, os
ensaios serão mais legais e a equipe pegará menos no pé dela. Então, ela vê em
João um novo amigo, e quando ela pergunta se ele vai fazer o teste, ele
confirma que sim, porque “o que mais quer é ficar ao lado dela”.
Só
que ela acaba se convencendo de que pode estar fazendo a coisa certa ao deixar
que seus filhos virem estrelas mirins, quando tem uma conversa com Jofre, o
Cachorrão, que em “VERÃO 90” se iguala ao personagem Cigarrinho em “SAMANTHA!” – um também apresentador de um programa
infantil ao lado de uma estrela mirim. E Jofre a convence que com a grana que
os meninos ganharão, ela poderá dar uma melhor educação para eles, e uma das
coisas que Janaína mais quer é uma boa educação para seus filhos. Assim, está
tudo acertado, e o Patotinha Mágica
ganha, além de uma volta por cima com direito a muita fama e sucesso, mais dois
integrantes. Mas a inveja começa a tomar conta de Jerônimo, porque os holofotes
estão em cima de João e Manuzita, o casal Patotinha, e ele se irrita ao ver que
seu irmão e ela são capa de uma revista, não dando nenhum destaque a ele como
também integrante do grupo, e ele enfatiza que se não fosse por ele, eles ainda
estariam na pior em Saquarema.
Logo,
chega o dia de um evento importantíssimo – a chegada do Papai Noel no Maracanã.
Mas Janaína acha melhor cancelarem a participação das crianças no evento,
porque João está com bronquite, e há uma cláusula no contrato que dá direito a
ela de impedir que os filhos participem de qualquer evento se estiverem doentes.
Após uma discussão sobre o assunto, por telefone, com Lidiane, fica decidido
que não haverá mais show. Porém,
acontece um imprevisto, quando a irmã de Janaína entra em trabalho de parto e
ela precisa levá-la para o hospital. Então, Jerônimo não pensa no estado de
João, e liga para que Lidiane vá buscá-los para o evento. E apenas pensando na
fama da filha, ela os leva para o show.
A
chegada do Papai Noel em um dos estádios
mais famosos do Brasil era um acontecimento que realmente costumava se realizar
fora da ficção, e com a participação de artistas famosos da TV. E é claro que
eu adorei ver as imagens originais da época, com SYLVINHO BLAU BLAU e sua
canção de sucesso, Meu Ursinho Blau Blau,
além do rei da lambada brasileira, BETO BARBOSA, também cantando um de seus
maiores sucessos, Adocica. Gente,
esse primeiro capítulo foi recheado de coisas que marcaram época. Disso não
podemos reclamar! Dessa forma, a história avança, e chega a vez do Patotinha Mágica entrar no palco, para
literalmente vir ao chão – João passa mal durante a apresentação, e acaba
desmaiando no palco, para desespero de Manuzita e de milhares de fãs. Assim, o
grupo musical vira sinônimo de polêmica, com direito à mídia falando que Janaína
poderá responder um processo por negligência e maus-tratos, o que a deixa irada
pela irresponsabilidade de Lidiane.
Então,
é o fim do Patotinha Mágica, e o
início de uma guerra entre Lidiane e a família Guerreiro, porque depois que a cúpula
da emissora, a Globo, resolve tirar o programa do ar, é hora de darmos “adeus”
ao Patotinha – e eu adorei eles não terem
medo de usar a emissora para também dizer que, por conta das polêmicas, escândalos
e uma nova baixa audiência, ela decidiu se esquivar de estar com um programa
fadado ao fracasso. Assim, Lidiane não quer mais saber dos irmãos Guerreiro,
porque por causa deles estão querendo cancelar o programa de Manuzita, e ela proíbe
a filha de ver João, quando a pequena diz que quer vê-lo. Mas os dois tem a
chance de uma despedida, e é uma fofura
João entregando sua correntinha com um pingente em formato de “J” para Manuzita,
para que ela nunca se esqueça dele, e prometendo ir atrás dela “mesmo que sua
mãe a leve para a lua”. E a tristeza está no coração dos dois, enquanto
Manuzita chora e promete que “jamais se esquecerá dele”. Dessa forma, Lidiane e
Janaína colocam um ponto final na relação das crianças, depois de brigarem e não
pensarem no mal que poderiam estar causando a eles.
Então,
ao som de GAL COSTA, com a canção Brasil
(música ainda mais eternizada na voz de CAZUZA), tivemos a passagem de tempo
dos anos 80 para os incríveis anos 90. E tal passagem foi repleta de imagens de
grandes acontecimentos da época, e uma delas foi o “DIRETAS JÁ”, o famoso
movimento civil por reivindicações por eleições presidenciais diretas no Brasil,
ocorrido entre 1983 e 1984 – para mais informações, estudem! É importante. E é
claro que no meio de imagens de celebridades, e reportagens sobre inflação, a
morte de CHICO MENDES, o grande sindicalista, ativista e ambientalista
brasileiro, que foi assassinado por lutar contra a terrível devastação na
ecologia amazônica, não poderia faltar a imagem do megassucesso televisivo VALE
TUDO, com um trechinho da icônica cena do personagem fascista de Reginaldo
Faria, em que ele faz a gestual e debochada “banana” para o povo brasileiro, no
último capítulo da novela, como quem diz: isso
aqui é pra vocês, otários brasileiros! Então, Manuzita continua em sua luta
pela retomada de sua fama.
E
adivinha onde ela foi parar? Na clássica cena da novela TIETA, em que a própria
personagem-título da trama arranca a peruca de sua irmã e vilã, Perpétua,
dentro da igreja. E lá estava ela, Manuzita, como elenco de apoio e tentando
aparecer a qualquer custo com uma atuação melodramática. E quando ela vai dar
aquela espiadinha, toda animada, achando que a equipe está amando sua atuação,
ela descobre que um dos responsáveis pela cena a acha “ruim”, e manda cortar
qualquer participação dela na novela. Gente, Manuzita estava em TIETA! Eu fui
ao delírio com a citação da novela de Aguinaldo
Silva em “VERÃO 90”! Demais! Assim, enquanto João se tornou um radialista
famoso, do programa “Onda Cavada”,
Jerônimo sofreu um acidente de moto, ao fugir de uma turma de delinquentes, por
não pagar sua dívida no pôquer – e a
rápida aparição de Jesuíta Barbosa, na novela, já me causou aquele frisson! Assim, chegamos perto do fim
deste primeiro capítulo, recheado de coisas boas da época que eu não podia
deixar de comentar – de jeito nenhum!
Manuzita
se vê diante de mais uma oportunidade de virar uma estrela, depois que recebe
uma ligação de sua amiga, Kika, informando a ela sobre testes para o primeiro longa-metragem
que Herculano está produzindo… e ela resolve aceitar o desafio, embora a
produção do filme esteja ocorrendo em Armação
do Sul, no estado de Santa Catarina. E no meio da viagem, seu fusquinha
azul resolve pifar, e é justamente neste momento que João, em férias e rumo a Armação do Sul para visitar Janaína,
decide debochar dela com uma piadinha sem graça – “você nunca ouviu falar que a
pressa é inimiga da perfeição?” –, porque Manuzita estava a todo vapor na
estrada, enquanto ele dirigia como uma lesma, na maior vibe… assim, antes que ela entrasse em uma discussão com ele, ambos
se reconhecem (coraçõezinhos no ar!). E ao som de TIM MAIA, com a canção Você, chegamos ao fim deste início de
trama… preciso dizer que “VERÃO 90” começou arrebentando? Acho que não, né?!
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