O Outro Lado do Paraíso – Estela, a filha rejeitada de Sophia
Estela
(Juliana Caldas) voltou ao Brasil depois de muito tempo estudando no exterior.
Feliz por haver retornado ao país de origem, ela foi ajudada pela irmã, Lívia
(Grazi Massafera), que escondida da mãe de ambas, Sophia (Marieta Severo), a
trouxe novamente para o Tocantins, na ocasião, para a festa de casamento de
Gael (Sérgio Guizé), o irmão mais velho, com Clara (Bianca Bin). Porém, a jovem
anã não foi nada bem recebida pela líder da família, a própria progenitora, e sempre vilã de sua vida,
Sophia.
Mesmo sofrendo
com a rejeição de Sophia, Estela encontra apoio no restante de sua família. Lívia
a trata de uma forma diferente, sem muitas demonstrações de carinho, pois é o
seu jeito de ser, mas, no fundo, nós sabemos que ela ama a irmã caçula. Gael
tem a jovem irmã como uma “joia rara”,
e se em seu casamento com Clara ele foi um homem agressivo, com Estela ele é um
verdadeiro protetor, é até uma forma
do autor da novela, Walcyr Carrasco, demonstrar que Gael não é tão monstro
assim. É lindo de ver o lado humano do desequilibrado jovem entrar em ação
quando o assunto é os maus-tratos de sua mãe com sua irmã mais nova, e é somente
de Gael, a única pessoa, que Estela aceita as “piadinhas” feitas por ele sobre sua baixa estatura. Um sempre está
consolando o outro de forma genuína, quando Gael aprontava suas “burradas” com Clara, e Estela o
aconselhava a ser melhor, e quando ela ficava triste por conta do preconceito
que sofria por parte de Sophia. É uma relação pura e linda entre os dois.
Verdadeiros irmãos! Um cuidando do outro.
Porém,
a relação mais linda e sensível que Estela tem é com Rosalinda (Vera Mancini),
a empregada da família, que a criou desde pequena com todo o amor e carinho.
Rosalinda é uma solteirona engraçada, que sempre que pode não perde a
oportunidade de se jogar pra cima de um “macho”
(Risos!), mas quando o assunto é estar ao lado de Estela para o que der e vier, a antiga empregada é
desbocada e joga na cara de Sophia sem o menor pudor as crueldades que ela faz
com a anã, como por exemplo, não adaptar a casa para que Estela possa transitar
pela residência de forma livre e confortável. Estela vê em Rosalinda uma mãe, e
a verdade é que realmente é isso o que ela representa para a jovem. Eu amo ver
a forma como ela está sempre colocando Estela “pra cima” quando Sophia a humilha, e a chama de “monstrengo”, aliás, a forma como Sophia
se refere à filha é de chocar e criar revolta em nossos corações, dá vontade de
esbofetear a inescrupulosa megera.
Eu nunca
havia voltado minha atenção para um tema tão peculiar: O preconceito contra os
anões! Estamos tão acostumados a vê-los sendo retratados de forma cômica na
teledramaturgia, e até mesmo no dia a dia, que nos esquecemos que um anão também
sofre bullying, e sua vida não é nada
fácil na sociedade. A personagem Estela, criada pelo autor da novela, nos faz
refletir no quanto a vida de uma pessoa de baixa estatura pode ser difícil, e o
quanto o preconceito pode mexer com seu psicológico, ainda mais se a
discriminação vier de dentro da própria família. Eu definitivamente não entendi
o motivo pelo qual o público rejeitou a personagem, realmente o nanismo é um tema bastante diferente dos
já retratados nas novelas, e, em minha opinião, Walcyr Carrasco foi bastante
inteligente em querer falar sobre o assunto, uma pena que o público por vezes não queira
enxergar a realidade, e acaba se tornando hostil com este tema que também merece
espaço para ser discutido.
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