O Outro Lado do Paraíso – Tônia surge na vida de Bruno
Tônia
(Patrícia Elizardo), a personagem mais chata de O Outro Lado do Paraíso, entrou na vida de Bruno (Caio Paduan) da
forma mais errada possível; enganando a si mesma, por pensar que poderia fazer
o jovem esquecer seu grande amor, Raquel (Érika Januza), e errando ao se aliar
a Nádia (Eliane Giardini), mãe de Bruno, para tramar algumas “coisinhas” na tentativa de prender o
rapaz e levá-lo para o altar, e, assim, viver com ele o “felizes para sempre”.
Não
existe nada mais pedante na personagem do que sua filosofia de vida. Vegana.
Tônia faz questão de ficar batendo nesta mesma “tecla” o tempo todo: em como é bom ser vegano, em como é saudável
e em como todos deveriam experimentar comida vegana.
Que coisa mais chata! Com todo respeito aos veganos, tudo bem tentar viver uma
vida o mais saudável possível, com toda essa ideia de “não como carne e nada de origem animal”, até eu gostaria de levar
uma vida cuidando mais de mim mesmo, mas a personagem se tornou mais chata do
que deveria ser por conta de seu discurso repetitivo. Tônia é insuportável.
Sua
história com Bruno começou quando Nádia a conheceu. A ginecologista do
hospital, Lobato Filho, preenchia as
principais qualidades que a mãe do jovem queria, e achava necessárias para ele:
Tônia era BRANCA e bem-sucedida profissionalmente, tudo o que a ex-empregada
não era, pois Raquel era humilde e negra, e o preconceito de Nádia por conta da
cor da pele era “gritante”. Ela não
perdeu tempo, tratou logo de empurrar a médica pra cima do filho. O problema era
que tudo estava acontecendo em um momento muito delicado da vida de Bruno; ele
havia acabado de enfrentar o preconceito de sua mãe por amor a Raquel, embora,
no meio do caminho, ele tenha se acovardado e sua vida financeira acabou
falando mais alto. Eu realmente não esperava isso dele.
Por
ter perdido a ajuda financeira da família, por insistir no romance com a empregada, Bruno pediu a Raquel que o
esperasse até se estabilizar financeiramente, para que pudessem ter uma vida
melhor. Isso me pareceu um pouco egoísta da parte dele, pois ambos poderiam
construir uma vida juntos, mesmo começando do zero, e essa atitude mostrou, de
certa forma, que ele não queria abrir mão do conforto que os pais lhe davam,
apesar de nunca duvidar que ele sentisse um amor verdadeiro por Raquel. Quando
ele a reencontra depois de um bom tempo sem a ver, a jovem está revendendo o
artesanato que os moradores do quilombo produzem para uma loja em Palmas.
Bruno, então, cogita a hipótese de continuarem se vendo, mas Raquel é firme em
dizer “NÃO”, e isso foi bem racional
da parte dela, além de ser muito sensato.
Eles
voltam a tocar no assunto sobre ela esperá-lo se firmar na vida, e é totalmente
inadequado esse plano de Bruno, essa espera levaria anos, e Raquel não é um
prêmio. Ela é um ser humano! Ele havia acabado de presenciar o quanto ela
estava batalhando para ganhar o pão de cada dia, vendendo artesanato; Raquel
representa bem a mulher negra, humilde, batalhadora e esforçada. Ela estava
refazendo a vida após ser humilhada pela ex-patroa, sofrido preconceito pela
cor de sua pele, além de ter sido tratada por Nádia como um NADA. Por que ele
não podia recomeçar com ela? Por que somente ela teria que se sacrificar? Nada
disso era justo com a jovem.
Enfim!
O tempo foi passando, e nesses momentos dolorosos de desencontros entre os
dois, pois era nítido que o amor fluía entre eles, Tônia estava presente.
Sempre se fazendo de amiga, do tipo: “eu
estou aqui pra te ajudar, e te consolar quando precisar”, e mesmo sabendo
que o amor que Bruno sentia por Raquel jamais se acabaria, ela decidiu investir
no romance, contando, é claro, com o total apoio de Nádia, que o que mais
queria era ver o filho longe da “preta” (como ela a chama, pejorativamente).
Carente, Bruno foi deixando Tônia entrar em sua vida, ainda que depois do
encontro com Raquel, ele tenha tomado uma decisão definitiva e caído na real. O
jovem decidiu abandonar tudo para viver no quilombo com ela, mas foi vítima da
mentira da Mãe do quilombo (Zezé Motta), outra personagem chata, que se
intrometeu na vida do casal achando que estava fazendo o bem, e disse a Bruno
que a jovem havia partido do quilombo para “uma
cidade aí”, dessa forma o destino e algumas pessoas o separam.
Tônia
vai se aproximando cada vez mais de Bruno, e escutando suas lamentações sobre a
perda de Raquel. Ao menos uma coisa de bom ela faz; está sempre se colocando
contra o preconceito que Nádia tem pela jovem ser negra. Depois que Tônia
convida Bruno para um jantar (Vegano, pra variar!), ele desabafa sobre o
fracasso de sua relação com Raquel, e acaba chorando nos braços da vegana, e
tudo termina com os dois se beijando. Mesmo Bruno deixando claro que entre eles
só haverá amizade, o jovem acaba indo “pra
cama” com a médica, o que deixa Nádia muito feliz. A preconceituosa
aconselha Tônia a dizer que está grávida para, assim, ela conseguir chegar ao
altar com ele. E Tônia segue esse plano. Tônia não me parece uma vilã, apenas
uma personagem chata mesmo, com atitudes que podem causar malefícios para ela
mesma futuramente, pois uma relação que se inicia baseada em mentiras não pode
acabar bem.
Bruno
cai na armadilha da médica, juntamente com sua mãe, e acaba se casando com
Tônia que, posteriormente, declara ter perdido o filho forjado. Tudo parecia
caminhar muito bem, eles continuavam casados, mas com a volta de Raquel, como a
nova juíza de Palmas, dez anos depois, me faz pensar que a vegana experimentará uma
ameaça CARNÍVORA da rival.
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