Deus Salve o Rei – Afonso, Amália e Levi, os foragidos de Montemor
Não
foi nada fácil para Afonso (Romulo Estrela) ver que seu plano, no dia do
LEVANTE, não deu certo. O jovem rebelde se sentiu impotente ao notar que
Montemor, o reino que ele havia nascido para proteger e cuidar, ainda
continuaria sofrendo com a tirania de Rodolfo (Johnny Massaro). Um pesar havia
tomado conta de seu coração, pois além de fracassar na liderança da rebelião,
ele também não conseguiu salvar seus aliados da prisão, depois que a
conspiração foi descoberta. Daquele momento em diante, Afonso, juntamente com
Amália (Marina Ruy Barbosa) e Levi (Tobias Carrieres), passou a ser um “fora da lei”. Os três acabaram se
tornando o principal alvo da captura de Rodolfo e seu exército, que não mediram
esforços para persegui-los, e por diversas vezes o tirano chegou perto de
colocar suas mãos em seu irmão “traidor”,
e cada vez que isso acontecia, meu coração se apertava, e eu só conseguia
voltar a respirar depois que o perigo passava. Foram momentos tensos da novela,
que caminhava, cada vez mais, para o seu clímax (Fantástico!).
Enquanto
o povo esperava que Afonso tivesse conseguido derrubar o irmão, as portas do
castelo se abriram, e para desânimo de muitos, Rodolfo e Catarina (Bruna
Marquezine) se apresentaram aos plebeus de forma prepotente, e eu, igualmente
como eles, me senti frustrado: ainda mais quando, de forma autoritária, o
monarca discursou para eles sobre o plano de traição de Afonso, e ofereceu
cinquenta moedas de ouro por sua captura, e trinta de prata pela vida de
Amália. Para demonstrar que o poder ainda estava em suas mãos, Rodolfo condenou
Cássio (Caio Blat) e Tiago (Vinícius Redd) a viverem o resto de seus dias,
trabalhando exaustivamente, na Pedreira de Angór. Aquela atitude me pareceu
mais injusta do que se ele os tivesse condenado à forca, Rodolfo estava
querendo demonstrar seu autoritarismo, e a condenação à pedreira era uma forma absurda de tortura psicológica ao pior
estilo cruel de ser, ainda mais porque, mesmo sendo influenciado por Catarina, o
monarca sabia muito bem o que estava fazendo, simplesmente pelo fato de que
sempre soube que nunca seria um bom rei, em todos os sentidos.
Mas nada foi mais triste
naquela cena do que ver Constância e Martinho se desesperarem ao ver Tiago ser
condenado: o irmão de Amália nada tinha a ver com a rebelião, mas acabou sendo
preso apenas por ter sido visto no castelo, na noite do levante, ao tentar salvar
a plebeia de alguma condenação… afinal de contas, ele estava fazendo seu papel
de irmão e aquilo foi lindo da parte dele, pois Tiago é um irmão maravilhoso, e
eu faria o mesmo por minha irmã sem a menor sombra de dúvidas. Enfim, o jovem
acabou sendo visto como um rebelde, e o seu “fim”
não poderia ter sido o mais injusto possível. O momento em que Constância corre
em meio à multidão, com lágrimas nos olhos para se despedir de seu filho me
cortou o coração (foi uma belíssima interpretação de Débora Olivieri, nossa eterna Carmem
da primeira versão brasileira de Chiquititas).
A atriz me fez sentir a emoção de uma mãe que nunca mais iria ver novamente o
rosto do filho que um dia deu à luz. Eu chorei. Constância estava sentindo uma
dor que chegou até mim de forma impactante… sem palavras.
Voltando a Afonso, Amália e
Levi, o trio foragidos se refugiou na
floresta enquanto as coisas se acalmavam, e Afonso construía uma nova tática
para derrubar Rodolfo e tomar o poder. Porém, viver naquela situação não foi
nada confortável para eles: o ex-príncipe estava sentindo-se fracassado, e
tentava manter uma figura de protetor para sua amada e seu filho de coração. Enquanto a plebeia, como boa
mãe e esposa, trazia aquela segurança materna a Levi, e também tentava dar a
Afonso um pouco de calma, embora estivesse preocupada com a família que havia
deixado para trás. Mas a experiência na floresta serviu para que um desse força
ao outro, além de fazer seus laços de amor ficarem ainda mais fortes diante das
adversidades (que não foram poucas). Afonso e Levi conseguiram despistar os
soldados que quase conseguiram capturá-los (adrenalina!), os dois chegaram ao
acampamento para buscar Amália e novamente fugiram para outro lugar. Mas a
perseguição e a busca por eles não terminava ali, e para piorar ainda mais a
situação: a plebeia foi picada por uma cobra ficando entre a vida e a morte, e
a vida parecia estar sendo injusta com eles, que apenas estavam buscando por
justiça.
Quando chegaram à casa da
Mandingueira, Levi estava desesperado e com medo de perder sua nova mãe, e foi
muito emocionante ouvir ele dizer: “Por
que Deus faz isso comigo? Por que eu perco todo mundo que eu amo, meu pai,
minha mãe, agora Amália?… tão lindo esse sentimento de preocupação! Afonso
precisou ser forte para consolar Levi, e realmente ver Amália naquela situação
só trazia mais frustração e insegurança sobre o futuro. Depois do susto, a
jovem plebeia se recuperou com a ajuda da boa feiticeira e algumas revelações foram
colocadas “em pratos limpos”: a bruxa
revelou que Amália precisaria se separar de Afonso, e que “assim deveria acontecer para o bem de todos”… aquela profecia
sobre o futuro do casal me pareceu mais uma injustiça da vida, pois depois de
ter lutado ao lado de seu amado e o apoiado, agora a vida iria separá-los? A sensação de
mau pressentimento permaneceu no coração da plebeia, que ainda teve uma nova
descoberta: com Afonso em Montemor, às escondidas, para saber como andavam as
coisas por lá e acalmar a família de sua amada sobre o paradeiro dos três,
Catarina visitou a Mandingueira querendo saber o que o futuro lhe reservava… que
aflição, a vilã na mesma casa onde Amália e Levi estavam! Mas os dois se
mantiveram escondidos e conseguiram escutar as palavras da feiticeira para
Catarina, e posso dizer que o resultado daquela consulta espiritual só trouxe
benefícios para a própria víbora ardilosa.
Catarina saiu da casa da velha
bruxa com a certeza de que Rodolfo iria ser destronado, mas ela continuaria com
sua coroa na cabeça. Porém, para que tudo desse certo, ela precisaria ter a “semente” plantada em seu ventre (um
filho). Amália, por sua vez, teve a certeza de que Catarina não queria apenas o
trono somente para si, pois como também foi revelado pela feiticeira, a
preocupação da esposa do atrapalhado
rei não era apenas com os fugitivos que ela tanto queria capturar, havia algo a
mais, Catarina tem um amor que a incomoda, que aumenta, e que se mistura ao
ódio, um amor que nós sabemos muito bem que é por Afonso. E quando ele retorna para
a casa da velha Mandingueira, antes de partirem, a jovem plebeia lhe diz que é
Catarina a mulher da profecia que a feiticeira há muito lhe havia dito a ele: “a mulher que lhe juraria amor, mas lhe
traria ódio, que lhe falaria de paz, mas traria a guerra”, e o sofrimento parece
não ter fim para o casal. Amália se preocupa com essa obsessão que a vilã sente por seu amado, é aí que Afonso tem uma das atitudes mais lindas, ele a consola
dizendo que só há uma mulher que ele ama (e essa mulher é ela, Amália... que amor!), e a forma
como ele diz que a ama, e a beija, demonstra o quanto ele nunca se arrependeu
da escolha que fez na vida, a escolha de ter se tornado um plebeu por amor… mas
é hora de partir novamente, pois não é seguro estar no mesmo lugar por muito
tempo. Após agradecerem a Mandingueira por sua hospedagem, eles partem com a
certeza de que não saberiam qual seria a próxima parada.
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