Deus Salve o Rei – Afonso consegue fugir de Angór



Uma das coisas mais tocantes nos capítulos em que Afonso (Romulo Estrela) esteve na Pedreira de Angór foi, sem dúvida, sua determinação em sair daquela prisão. O nosso mocinho corajoso não desistiu e nem se deixou abater pelas adversidades encontradas no lugar, e olha que não foram poucas: Afonso teve que enfrentar o desdém e as humilhações dos outros prisioneiros por ele ser um nobre decaído, que foi parar em um local como aquele. Mas nada disso o abalou, e isso me fazia crer, cada vez mais, que ele iria conseguir alcançar o seu objetivo, que era fugir de Angór. Ele sabia que não poderia, sequer, dar lugar à depressão emocional que a pedreira trazia para todos que ali estavam condenados até a morte, e a esperança que ele tinha em seu coração, me tocou de forma comovente. Ele estava seguro que sairia dali, porque lá fora, para além daquelas montanhas de pedra, alguém precisava dele, e era por eles, Amália (Marina Ruy Barbosa), seu grande amor, e Levi (Tobias Carrieres), seu filho de coração, que ele não desistiu e seguiu em frente com seu objetivo.
Preso numa cela, depois de lutar com Constantino (José Fidalgo) e poupar a vida do inimigo, na arena cercada pelo fogo, na noite de LUTAS; naquele cubículo, os dois falaram sobre valores, e, é claro que, Afonso não permitiria ser comparado a Constantino mediante ao que seu inimigo fez, quando este sequestrou Catarina (Bruna Marquezine), tempos atrás, e Afonso a salvou. Falando na ardilosa vilã, depois de propor uma aliança com o Duque para saírem da pedreira e não obter uma resposta positiva, pois tudo o que Constantino queria naquele momento era a cabeça do mais novo prisioneiro da pedreira, Afonso recebeu a visita surpresa da víbora. Mais uma vez, Catarina se fez de amiga dele, com um discurso barato sobre como não aguentava mais as loucuras de Rodolfo, e como estava temendo que o povo se revoltasse, sem falar que ela ainda tentou convencê-lo de que estava ali, tendo aquela conversa, por Montemor e por ele, porque era ele, Afonso, quem deveria estar no trono. Catarina tenta ludibriá-lo se fazendo passar por sua aliada, e oferece ajuda para que ele saia de Angór: ela lhe dá moedas de ouro para que ele compre as pessoas certas, que poderão ajuda-lo a fugir. Desconfiado, Afonso aceita e agradece, porque ele sabe que não é hora de pensar se Catarina está sendo leal de verdade ou não, mas é hora de ser estratégico e colocar mais um plano em ação.
Aproveitando o embalo, Catarina também tem uma conversa com Constantino, que fica ainda mais surpreso que Afonso ao rever sua antiga amante. A vilã sabe que o Duque pode fazer algum mal a Afonso, seu sempre objetivo de conquista, e ela também oferece uma “ajuda” a ele: uma recompensa que lhe será dada se ele contribuir na fuga. Dessa forma, Constantino resolve dar uma trégua nas provocações e se aliar a Afonso no plano, e tudo é posto em prática. O jovem fez amizade com um dos guardas da pedreira, Radamés, que era analfabeto, e por essa condição, Afonso conseguiu ganhar sua simpatia ao ler uma carta que a esposa lhe havia enviado… eu adoro a forma como Afonso usa de inteligência convertendo as situações a seu favor, porque aquilo fez com que, para retribuir o gesto, Radamés tentasse levar uma carta até Amália. Mas a carta é confiscada pelo feitor, que ordena o rebaixamento de cargo do guarda por ter ajudado Afonso… e com isso, ele acaba ganhando um aliado no plano, assim como outros que também já estão saturados da vida humilhante e exaustiva na pedreira.
O plano se inicia… e esses planos da novela são um verdadeiro deleite para mim, porque todo um clima de ação, expectativas e entusiasmo se cria em volta deles. Afonso começa a comprar as pessoas certas com as moedas que Catarina lhe deu e, dessa vez, a ajuda da dissimulada vilã veio muito a calhar… mas continuando, Afonso e Constantino fingem uma briga na frente do feitor, que intervém e tem uma ideia: fazer os dois duelarem na arena novamente, só que, dessa vez, não poderão poupar a vida um do outro, caso contrário, quem assim agisse, seria executado no fim da luta. Tiago (Vinícius Redd) conseguiu roubar uma faca, enquanto outra briga forjada entre Cássio (Caio Blat) e Constantino acontecia na fila da refeição… esse passo a passo do plano foi criando um clima tenso, de incertezas, se ia ou não, ser naquele momento que Afonso realmente iria conseguir fugir, e tudo isso é tão bom! Porque é maravilhoso quando um autor consegue criar uma trama que te prende e te faz querer ver mais do que vem a seguir, e é assim que eu fiquei, cada vez mais, preso a trama de Afonso durante sua fuga.
Para enganar o feitor, Afonso, que já havia tomado um preparado de ervas que faz a pessoa aparentar estar morta (isso é tão clássico em novelas de época, mas é tão legal!), é encontrado caído ao chão ensanguentado, forjando um assassinato por parte de Constantino, que é levado para a prisão. Momentos antes do enterro, nosso herói desperta, rende o guarda que iria enterrá-lo, sem que ele perceba seu corpo se levantando, e rouba suas armas… é ou não é, adrenalina pura? Afonso liberta Constantino da cela, mas um imprevisto acontece durante o plano: com a suposta morte de Afonso, o feitor ordena que Cássio lute no lugar do amigo “morto”, e tudo parecia desandar, e, lógico, eu já comecei a pensar que alguém iria ficar para trás, no caso, Cássio, que tanto demonstrou sua lealdade a Afonso. Mas o fim do personagem não estava previsto para aquele momento. O ex-comandante lutou bravamente contra dois adversários, e ele sabia que o plano precisaria continuar, mesmo com ele correndo o risco de não conseguir fugir por conta de um imprevisto, e isso fez de Cássio um dos personagens mais estratégicos, em sua participação, na reta final de seu personagem, na novela.
Depois que Radamés colocou vários guardas para dormir, ao levar água com o preparado de ervas para que eles bebessem, Tiago chega com a carroça para fugirem, mas Cássio não está no local como o combinado. Após derrotar os adversários, Cássio consegue render o feitor, ameaçando matá-lo com uma faca, aquela atitude era sua chance de sair com vida do lugar, e naquela altura, o plano já havia sido descoberto. Quando tudo parecia estar no fim (Que aflição! E que sequência de cena bem elaborada!), Afonso invade a arena para salvar o amigo… tinha que ser ele mesmo, né? Não seria justo deixar Cássio para trás, e ele jamais faria isso com seu melhor amigo. Ele consegue resgatá-lo, depois de uma luta com alguns soldados e, em meio à confusão, com todos na carroça, inclusive Constantino, um dos guardas lança uma flecha. Para proteger Afonso, Cássio se lança na frente do amigo e acaba ferido… existem amigos que valem mais que irmãos! Mas aquela era a única oportunidade, e eles não poderiam perde-la, mesmo preocupado com o amigo, Afonso ordena que Tiago continue conduzindo a carroça e, dessa forma, com flechas voando contra eles, todos conseguem fugir de Angór.

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