Deus Salve o Rei – Afonso ganha a confiança dos plebeus



Afonso (Romulo Estrela) deixou de ser um nobre para viver seu amor com Amália (Marina Ruy Barbosa), a plebeia que arrebatou o seu coração. Mas as preocupações com seu reino natal, Montemor, nunca deixaram de fazer parte de sua vida; afinal de contas, ele havia nascido e treinado para ser o príncipe herdeiro do trono, e era isso que todos esperavam que acontecesse. Depois que enfrentou um julgamento que quase colocou um fim em sua vida, pois Rodolfo (Johnny Massaro), seu irmão, o acusou de traição por ter se aliado a Artena na guerra, o jovem continuou a se envolver nos problemas que afligia seu reino de origem, na tentativa de livrar o povo das atitudes loucas e bizarras de Rodolfo, que assolavam os plebeus os deixando cada vez mais sem saída. Amália passou a se preocupar com a vida de seu amado, pois uma vez julgado, e quase enforcado, não era sensato da parte de Afonso tentar afrontar seu irmão; e essa preocupação, vinda da parte da plebeia, era compreensível, pois a jovem tinha razão em querer defendê-lo de uma possível volta à forca.
Com o passar do tempo, Amália chegou à conclusão de que não poderia impedir Afonso de lutar pelo povo, pois aquele sentimento de responsabilidade que havia nele em querer ajudar os plebeus, e a culpa que sentia pelo mau governo e a exploração que Rodolfo estava exercendo sobre eles, eram mais fortes do que ele mesmo, e por entender isso, ela decide lutar ao seu lado: por ele, por Levi (Tobias Carrieres) e por Artena, seu reino que ficou devastado pela guerra e que precisava ser reerguido, além de entender que não poderia pedir a Afonso para irem embora de Montemor, pois ali era o seu lugar, e para onde quer que fossem, essa preocupação os acompanharia. Amália não poderia ter tomado decisão melhor, pois como uma plebeia, ela sabia das necessidades de um povo, e como mulher de Afonso, ela também sabia o quanto era importante para ele que ela estivesse ao seu lado… eu adoro a coragem da personagem, e esse lado cúmplice, compreensível e parceiro que ela tem sempre que é preciso (Amália é maravilhosa!).
A tirania de Rodolfo estava ficando cada vez mais sem limites, o atrapalhado rei nunca pensou no povo, apenas em si mesmo, e depois que experimentou o poder nas mãos, aí é que tudo desandou mesmo: tudo o que Rodolfo queria era explorar o povo com suas leis abusivas que arrancavam dos plebeus o pouco que eles tinham, com tantos impostos e taxas para pagar. Em tudo ele via uma oportunidade para enriquecer o reino, e suas ideias, para isso, eram cada vez mais absurdas como, por exemplo: criar o Alvará, cobrar pedágio, e até, multar os carroceiros que não cumprissem com as novas regras de trânsito estabelecidas por ele. Aquela história de estacionar as carroças em vagas, e ter que pagar por elas e pelo tempo ultrapassado, caso o “veículo” continuasse ocupando a vaga por mais tempo que o pago, foi demais… mas isso tudo é tão atual, não é mesmo? Rodolfo representa muito bem o governo que nós temos: onde pagamos impostos absurdos e não recebemos nada de bom em troca (Fica a indireta/direta), e eu acho bem criativo esses links que o autor faz com a nossa realidade. Embora seja de forma cômica, tudo é bem atual e real.
Rodolfo já havia perdido a graça para mim há muito tempo, desde que ele se aliou a Catarina (Bruna Marquezine) para forjar uma guerra, e tudo o que eu mais quero é vê-lo se estrepando de vez por essa atitude. Eu achei formidável quando ele chama Betânia para ser interrogada sobre o que ela acha de seu reinado, mais formidável ainda são as respostas da cozinheira ao dizer “que não o ama, que o acha orgulhoso e intransigente” (Parabéns, Betânia! Arrasou!), e o povo teve seus momentos de justa rebeldia quando eles picham a estátua de Rodolfo, no dia da inauguração, com a palavra “TRAIDOR”, por ele ter se unido à Catarina, e o melhor é quando alguém, que não sabemos quem, deixa um burro amarrado ao trono, para representar o que Rodolfo é (um burro), no dia em que Catarina tem a ideia de abrir as portas do castelo, na tentativa de conquistar o povo, para que eles conheçam mais de perto a vida na corte.
Enfim, foram várias as tentativas de Afonso de fazer o irmão seguir por um caminho diferente para que o povo não continuasse a sofrer. Mas sempre influenciado por Catarina, Rodolfo se deixou levar pela fúria, e pela dúvida se Afonso estava realmente querendo ajudar o povo, ou tramando algo contra ele para tirá-lo do poder. O rei de Montemor chegou a banir o irmão da corte por conta de uma discussão grave em que Afonso defendia Cássio, seu amigo, que foi preso acusado de incitar o povo contra a tirania de Rodolfo. Também teve aquele episódio da água, quando o tirano, manipulado por Catarina (Vadia!), racionou a água dos refugiados de Artena criando toda aquela confusão entre os plebeus por baldes de água. Mas Afonso conseguiu contornar toda a situação ao discursar, juntamente com Amália, sobre a necessidade de todos por água, fazendo com que o povo refletisse e se ajudasse, deixando Catarina furiosa, e Rodolfo desconfiado das intenções do irmão.
O fato é que Afonso, que já tinha a admiração do povo, passou a conquistar ainda mais o carinho e o respeito dos plebeus, que passaram a querer com mais intensidade que ele reivindicasse o trono que lhe foi designado um dia… e uma das cenas mais lindas dessa trama toda foi quando ele e Amália saíram de dentro de casa e encontram os plebeus ajoelhados perante eles em reverência; aquela cena foi muito tocante! Era um pedido de socorro, pois o povo não estava mais aguentando um monarca tirano e soberbo que nada fazia por eles, e aquele gesto fez Afonso aderir ainda mais a uma luta em favor do povo, e sabendo que não era possível entrar em um acordo com Rodolfo, ele e Amália resolvem liderar uma revolução. A novela passou a ganhar um ar de conspiração, e eu adorei ver os mocinhos tramando contra o tirano para tirá-lo do poder; para mim, toda aquela rebelião, que começou de forma secreta, era uma atitude mais do que justa.
Porém, nada seria tão fácil assim, pois Afonso e Amália teriam uma grande missão pela frente: salvar Montemor das loucuras de Rodolfo.

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