Deus Salve o Rei – A Peste chega em Montemor
Tudo
parecia correr às mil maravilhas em Montemor, Afonso (Romulo Estrela) havia
enfrentado grandes dificuldades para chegar ao trono, e ao seu lado ele teve um
apoio que nunca o desamparou: Amália (Marina Ruy Barbosa), o seu grande amor
que o ajudou em grande parte desta trajetória. Enfim tudo parecia estar no
lugar, o rei que os plebeus tanto esperaram para chegar ao poder, agora estava
no lugar que sempre havia sido destinado a ele. Em uma cena linda e cheia de
simbolismo, Afonso, após destronar Rodolfo (Johnny Massaro), e ainda vestido de
forma humilde, como um plebeu, se senta no trono e relembra os ensinamentos de
sua avó quando ainda era um jovem rapaz sonhando com seu dia de reinar. E
Crisélia (Rosamaria Murtinho) é objetiva ao lhe dizer “que não é o povo que precisa de um rei, e, sim, o rei que precisa do
povo”. Afonso sente o peso da responsabilidade, e eu adoro a forma como ele
entende que é pelo povo que ele tem que reinar, e não por ele mesmo, e estar
sentado no trono vestido de forma humilde significava que se não fosse pelo
povo ele jamais estaria ali.
Para
completar a alegria, Amália, finalmente, havia se conscientizado de que seu
lugar ao lado de Afonso era como uma rainha, pois, desta forma, poderia ajudar
com mais habilidade seu povo de Artena, e os plebeus de Montemor. E, então,
tivemos uma cena linda e emocionante dos dois, quando Afonso manda chamar
Amália e ela entra no aposento dizendo: “Majestade!
Mandou me chamar?”. Essa formalidade da ruiva ao falar com o novo rei foi
muito fofa, porque a plebeia não estava ali como uma súdita, e aquele “Majestade” ela estava falando com todo
o prazer e amor, pois Amália estava ali como a mulher que sempre esteve ao lado
dele e que não mediu esforços para que ele conquistasse o poder. Afonso entrega
a ela a coroa que um dia fora de sua avó, dizendo que aquele objeto simbólico
de poder ficaria mais lindo nela, e depois que ele a coloca em sua cabeça e
ela se olha no espelho, Amália percebe que ser uma rainha é seu destino, mas
ela também sabe da responsabilidade que é essa tarefa. Quando Afonso lhe cobre
com uma capa real, lhe dá um beijo terno no rosto e também lhe entrega um cetro
em sua mão, tudo fica mais emocionante, principalmente quando ele se prostra
perante a plebeia e pergunta se ele pode “lhe
ser útil em mais alguma coisa”. De forma romântica e descontraída, Amália
ordena que ele a beije (S2). E assim como ela sabe qual é o seu novo papel, o
de futura rainha, Afonso também sabe que sem ela ele não seria nada.
Mas
falando na Peste, Afonso nem imaginava o que estava por assolar o seu reino. Saulo (João Vithor
Oliveira) foi, de certa forma, o “responsável”
por trazer a mazela para Montemor: o jovem aluno da academia estava desconfiando
da verdadeira origem de Agnes (Mel Maia), e decidiu ir até a antiga aldeia onde
a bruxinha vivia para saber mais sobre o passado da garota, o que o fez
descobrir quem realmente ela era. Uma little
witch! Amedrontado, Saulo queria chegar o mais rápido possível em Montemor,
para revelar o segredo que Agnes escondia, e ele acabou esbarrando em um homem
contaminado pela peste, fazendo com que ele contraísse a enfermidade também. O
jovem estava ficando cada vez pior, e quando Lupércio o examinou, o médico do
reino não descartou a possibilidade de Saulo estar com a maldita doença. Em
meio aos delírios causados pela febre, Saulo tenta contar o que descobriu sobre
Agnes e Selena (Marina Moschen), mas suas palavras não são levadas a sério e, sim, encaradas como parte
de suas alucinações. Depois que Lupércio constata que o jovem está com a peste,
é preciso que algo seja feito antes que tudo se torne irreversível.
Ao
receber a visita de Selena e Agnes, Saulo não quer que ambas
se aproximem dele, e as culpa por ele estar com a peste. Naquele momento a
verdade precisava ser colocada em pratos
limpos, e Selena não queria mais esconder seus segredos, a jovem guerreira
entendeu que ele precisava saber a verdade de uma vez por todas, pois esconder
dele sua verdadeira identidade não estava mais sendo justo, além de ser preciso
explicar que bruxas não eram os demônios que
Saulo pensa que elas são, pelo menos não todas. Mesmo ele tentando resistir em
entender a verdade, Selena é paciente, e sua postura é madura frente àquela
situação, porque o momento era delicado, e ela precisava ser cautelosa com ele.
Saulo tem uma verdadeira aversão a bruxas, seu trauma é por pensar que uma
delas, no passado, foi a responsável pela morte de sua mãe na hora que ela
estava dando à luz a ele, e depois que ele, em desespero, por não querer
morrer, pede a ajuda de Selena e Agnes para que elas o salvem, ele descobre que
isso não seria possível, pois Selena tem o dom de controlar a natureza e não de
curar, e Agnes o de entrar na mente das pessoas.
Quando
Saulo pergunta à bruxinha no que ele está pensando naquele momento, e ela
revela que ele está penando em sua mãe, Agnes também teve um momento de
maturidade, ao revelar que Saulo tinha razão ao pensar que a bruxa interferiu
na morte de sua mãe, mas não da forma como ele pensava. Na verdade, a mãe de
Saulo iria falecer de qualquer maneira, e aquela bruxa usou a magia para
salvá-lo naquele parto complicado. Depois de descobrir esta verdade e ouvir de
Selena que ela já o havia salvado algumas vezes usando seus poderes, o jovem,
por fim, chega à conclusão de que bruxas podem ser boas. Embora eu nunca tenha
gostado muito de Saulo, por conta de sua soberba, arrogância e prepotência,
ainda assim, eu não desejava a morte do personagem, eu esperava que ele se
regenerasse e se tornasse alguém melhor. Mas na reta final do personagem na
novela, nós acabamos compreendendo o motivo de Saulo ser assim: ele era um
órfão meio largado no mundo, e seu comportamento rude era um escudo para se
defender das dificuldades que a vida lhe dava. Em uma cena emocionante, onde
cheguei até a chorar, Saulo falece.
A
morte de Saulo foi um momento carregado de sensibilidade. Depois de pedir
perdão a Selena, por seu preconceito contra bruxas, o guerreiro declara “que ela foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida”, e pergunta se algum dia
ela gostou dele, e a resposta foi: “Eu
fui completamente apaixonada por você!”. Selena ainda lhe diz que jamais o esquecerá, e o jovem
declara “que ela é a mulher mais forte e
mais livre que ele já conheceu”. Selena também lhe diz coisas importantes
como, por exemplo:“que ele foi um ótimo
amigo, que a ajudou, a protegeu, mesmo quando ela dizia que não queria proteção”,
a troca de carinho entre ambos naquele instante foi por demais comovente,
porque é incrível como os sentimentos retidos e o medo de revelar as emoções
acabam vindo à tona na hora da morte, e a morte tem um poder além da dor, o de
fazer as pessoas refletirem na vida, e em que posição elas se encontram naquele
momento, e quando se tem a oportunidade de consertar situações equivocadas, na
hora em que ela vem, isso acaba trazendo paz aos corações. Saulo, então, morre,
e Selena fecha seus olhos delicadamente e chora sobre seu peito. Aquela cena
que já estava carregada de emoção se tornou ainda mais dolorosa de assistir.
A
peste acabou se alastrando por Montemor de forma rápida, causando um desespero
geral entre os plebeus, e outros personagens acabaram contraindo a enfermidade,
como Catarina (Bruna Marquezine). E foi maravilhoso ver a vilã pagando parte de
seus pecados ao ser contaminada pela doença, melhor ainda foi vê-la delirando
com a imagem de Augusto (Marco Nanini) lhe dizendo coisas horríveis sobre ela:
era o remorso martelando em sua mente por conta da atrocidade que ela teve
coragem de fazer contra o próprio pai, quando o trancafiou na torre de Zéria,
para que ele não atrapalhasse seus planos de se tornar rainha, depois que ele
descobriu que ela havia planejado a guerra. Catarina ficou perturbada, e
ninguém merecia mais do que ela estar com aquela peste, e com aquele remorso
todo pela maldade feita contra Augusto.
Afonso
havia adotado a postura de um rei firme diante das adversidades, ele mal havia
conquistado o poder e já tinha um enorme problema pela frente. E não seria fácil
ajudar seu povo a se livrar daquela mazela toda, porque a peste não era algo
que ele pudesse resolver com diplomacia ou recursos monetários, afinal de
contas, ninguém pode com a força da natureza quando ela se manifesta. Mas ele
estava fazendo tudo o que podia, isso já era um grande início. Além de seu
sogro, Martinho (Giulio Lopes), Ulisses (Giovanni de Lorenzi) também estava
infectado com a doença, e mediante a tantos problemas, o novo rei ainda tinha
mais uma preocupação: a declaração de amor, em meio a delírios, que Catarina havia feito a ele, pois
aquilo o estava incomodando, sem falar que a história da peste ainda ia render mais problemas para o reino, e
principalmente para Amália, que seria acusada de bruxaria e de ser a responsável
pela enfermidade ter chegado até o reino.
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