O Tempo Não Para – “Eu tô mais rica que a Chica da Silva!”: A riqueza de Cesária
EU
AMO A CESÁRIA! Assim como eu também amo
o jeito divertido da personagem. Cesária é a ex-escrava que melhor lida com as dificuldades da atualidade.
Porque ela está sempre lutando com determinação e ânimo por seus objetivos. E o
melhor de tudo é que ela nunca deixa a peteca cair! E eu posso dizer que aprendo
muito com ela. Pois ela não tem medo de enfrentar a vida, e se for preciso
brigar para conquistar o que ela quer, pode apostar que Cesária não pensará
duas vezes em fazer tal coisa, porque ai daquele que tentar passá-la para trás
- aquele que tentar tal coisa, que fique bem ciente que não ficará por isso
mesmo -, mas isso não quer dizer que ela seja uma pessoa fechada ou agressiva,
ela apenas quer o que é dela por direito, pois Cesária sabe muito bem o que
teve que passar para conseguir o seu tesouro: aquelas famosas joias de crioula!
E ela é uma mulher com um coração enorme, e está sempre disposta a ajudar os
Sabino Machado, assim como seus amigos negros, que um dia foram escravos como
ela. Cesária vale muito mais que OURO!
A
trama da personagem deu-se início quando Cesária despertou, assim como os
demais, daquele congelamento de mais de cem anos. Ela se assustou, é claro, com
todas as mudanças que o tempo sofreu, mas logo se acalmou, depois que
reencontrou os Sabino Machado, e eles a acolheram com todo o amor e carinho. Assim,
se desprender daquela vida de escrava era algo que, mais cedo ou mais tarde, ia
acabar acontecendo. E aconteceu! Cesária passou a enxergar que dinheiro é o que
move esse mundo. E quando ela viu Monalisa, “desfilando”
pelas ruas, com uma de suas joias de crioula, ela armou aquela confusão! Porque
Cesária sabia que aquilo pertencia a ela. Ela conhecia muito bem aquela joia,
pois foi ela mesma quem a havia criado com muito trabalho e suor. Mas Monalisa
não estava usando de má fé, porque aquela joia que rendeu uma briga na rua, foi
encontrada por Marino, durante um mergulho, enquanto os dois ainda viviam na Ilha Vermelha.
Então,
Marino decidiu ajudá-la a encontrar o seu baú com as tais joias de crioula,
naufragado juntamente com o Albatroz, porque
ele achava justo que a verdadeira dona daquele tesouro o tivesse de volta.
Logo, Cesária, Menelau e o próprio Marino viajaram rumo à Ilha Vermelha, em busca do baú com as joias; baú este que eles
apenas sabiam que estavam em algum lugar no fundo daquele oceano. E essa era
toda a informação que eles tinham sobre o paradeiro daquele tesouro. Assim,
havia chegado a hora de contar com a sorte, e com a experiência do biólogo para
encontrarem as joias. E Cesária “botou
quente” em cima de Marino, como se fosse a patroa, e ele seu empregado
(Risos!). Mas era fácil entender seu sufoco e sua ansiedade, em querer tanto encontrar
o seu trabalho de uma vida, porque Cesária sabia que as joias significavam
muito para ela, além de ter entendido que seu tesouro era a sua garantia de
sobrevivência neste século, que não tinha mudado muito com a questão negra, apenas porque a Lei Áurea havia sido assinada (ainda há
muito o que ser mudado).
Quando
Marino conseguiu encontrar uma pulseira, depois de um mergulho a procura do
baú, Cesária ficou feliz! E ela já estava fazendo planos com aquela joia:
“comprar uma carruagem, para desfilar pelas ruas da Freguesia com os pretos tudo dentro (Risos!)”. Eu achei essa ideia
um máximo! E já fiquei imaginando a cena! Tal pensamento foi engraçado, mas
também foi emocionante! Porque Cesária estava pensando em seus amigos; os seus
irmãos da MÃE ÁFRICA, que ela tanto queria ver em boas condições de vida. Pois ela
tinha uma boa noção do quão difícil seria se estabilizar neste novo século…
Então, Cesária e Menelau levaram o maior susto durante aquela “expedição”: Marino havia saído para
mais um cansativo mergulho, porque Cesária insistia afrontosamente para que ele não parasse de procurar o baú com as
joias, pois ela já estava nervosa com tantos mergulhos e nada de seu tesouro
aparecer, e ele acabou não voltando mais.
Assim,
ela começou a se preocupar com o biólogo, principalmente depois que ela e
Menelau encontraram a máscara de mergulho dele, nas ondas do mar. Cesária
passou a se culpar pela “morte” de
Marino, e ela acabou achando que suas joias estavam amaldiçoadas, porque um bom
homem havia morrido, se arriscado para resgatá-las. Na verdade, Marino
realmente tinha sofrido um empecilho: ele havia ficado com seu pé preso em uma
rede velha, no fundo do mar. E depois que ele reapareceu, com o baú nas mãos,
nós tivemos aquela cômica cena de Cesária e Menelau pensando que ele era uma
“assombração”: “Vade retro alma penada! Não vem me atormentar!”. Como eu ri! E
foi assim, que ela se deu conta que Marino estava vivo, e depois do pavor ter
se transformado em alegria, ela e Menelau quase “morreram” de tanto agradecê-lo por ter encontrado suas joias, e
Cesária decidiu “que daria um jeito na vida de todo mundo”. Ah, Cesária, dá um
jeito na minha vida financeira também, vai! E eu quase me levantei para dançar
com ela e Menelau; aquela dança africana cheia de alegria, uma alegria que me
encheu de entusiasmo.
Logo,
Cesária conseguiu, com a ajuda de Marino e Carmen, vender suas joias de
crioula, que valiam uma fortuna, naquele leilão. E as joias foram parar nas
mãos de quem mais as queria desde o começo: Mariacarla. Porque Emílio resolveu
contratar Lalá e Vera Lúcia, para distraírem Amadeu, com a finalidade de que o
velho, com cara de buldogue, não desse nenhum lance. Assim, Emílio usou Lalá
para dar altos lances e comprar as joias, e, depois, presentear sua parceira de
vilanias com elas. Mas o melhor de toda essa trajetória de Cesária foi vê-la
constatando que agora era rica. E
melhor que isso foi vê-la chegando na pensão da Coronela gargalhando, e
dizendo: “Tô mais rica que a CHICA DA SILVA! (morri com ela dizendo isso!)”, e
agora ela estava só nos panos. Então,
ela protagonizou uma linda cena com Marocas, onde deu um presente para a
primogênita de Dom Sabino, e Marocas disse que “seu maior presente era ver sua
ama de leite realizada”. Dessa forma, as duas conversaram sobre as dificuldades
que Cesária teve para adquirir cada joia de crioula, e Marocas disse que ela
“era uma mulher forte, uma guerreira, que lutou contra tudo e contra todos”,
além de dizer que “tinha imenso orgulho dela, a sua segunda mãe”. Chorei!
Depois
de um momento de emoção, Cesária estava mesmo era a fim de jogar sua riqueza na
cara das inimigas, e de sambar também!
E ela fez questão de fazer isso, quando tirou Damásia daquele dia de escrava na
cozinha da Coronela, para dar a ela e Menelau um dia de granfino, naquela boutique do shopping. E Cesária ainda
bancou café da manhã, na Padoca, para
todos os hospedes da pensão, porque assim, ninguém ia ter que “engolir as
pelancas” que a Coronela servia como desjejum e, de quebra, ela levaria Damásia
para às compras. Amei! Então, eis que eles foram às compras, e eu adorei quando
a gerente da boutique quebrou a cara,
ao pensar que Miss Celine era a patroa que ia pagar as contas, porque era óbvio
que, na cabeça dela, os negros é que não seriam. Preconceituosa. (Infelizmente,
isso ainda é tão comum!).
Mas
daí veio a Cesária e deu aquele show: “A amarela quer saber quem vai pagar as
compras? Não vou pagar. Quer dizer, eu ia pagar com isso aqui ó, tá vendo?”, e
ela esfregou a bufunfa na cara da
mulher. E ainda disse: “Sente o cheiro! É tudo o que a Dona vai ter do meu
dinheiro! Pessoal, nós vamos fazer nossas compras em outra boutique”. Fala sério, gente! A Cesária é ou não é a MELHOR? Ela
merece muito toda essa OSTENTAÇÃO,
depois de anos de escravidão. É isso aí, Cesária, você agora é
RIIIIIIIIIICAAAAA!!! Cadê aquele sorriso com dente de ouro, hein? Manda aí que
a gente adora!
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