O Tempo Não Para – Os erros de Carmen e Dom Sabino
Todo
mundo já sabia que mais cedo ou mais tarde o romance entre Dom Sabino e Carmen vingaria. E a história deles é bem
antiga: Carmen ainda era namorada de Lalá, enquanto Dom Sabino era um ex-congelado, que havia acabado de
despertar, e já tinha aprontado todas neste novo século; se impressionando com
as modernidades e, por vezes, ficando inconformado com algumas atitudes humanas
que só haviam piorado com o tempo. Quantas vezes nós choramos com Dom Sabino,
diante das injustiças deste mundo, não é mesmo? Mas também gargalhamos muito
com ele, redescobrindo o mundo e o modo de viver das mulheres! Quem não se
lembra daquele álbum de fotografias de Carmen, contendo fotos dela de biquíni, que
ele acabou encontrando e se deliciando com as imagens, hein? E frases, como: “Que
PEIXÃO! Que OMBROS! Que pele mais ALVA!”, saíram de forma cômica da boca dele.
Carmen
também não ficou para trás, e logo se encantou por Dom Sabino, e pela forma
como ele a tratava; sempre com muita cordialidade, gentileza, galanteios e
elogios: atitudes raras em um homem do século XXI. Ali nascia uma atração entre
os dois; uma atração que se tornaria uma paixão, e que com o tempo se transformaria
em uma relação “entre tapas e beijos” (no
bom sentido da frase)! Porque Dom Sabino é um machista, e ao mesmo tempo em que
pensa que uma mulher deve ser tratada como uma rosa, ele também pensa que ela
deve somente se dedicar aos afazeres do lar, aos filhos e ao marido (tá
precisando se atualizar, hein, Dom Sabino! Esse tipo de vida está mais
ultrapassado que o século em que o senhor nasceu!). E em se tratando de Carmen,
é claro que ela não ia tolerar tamanho absurdo: um homem machista! Por isso, o
motivo daquelas discussões e ao mesmo tempo carícias entre eles, cenas que nós
amamos assistir.
Mas
mesmo diante de tal pensamento machista, Dom Sabino nunca deixou de admirar a
valentia e a coragem de Carmen: em criar um filho sozinha e ser uma mulher
independente. E ele sempre a respeitou por tudo o que ela conquistou! Porém, no
meio de tudo isso estava a D. Agustina, que havia despertado e ficado horrorizada
com os novos tempos! E foi aí que os
dois se lembraram que havia um empecilho para que eles ficassem juntos: Dom
Sabino era casado! E parecia que o próprio tinha se esquecido disso. Então,
Carmen tentou tirá-lo de sua cabeça, porque sua nova paixão tinha uma família,
e continuar apaixonada por ele não daria muito certo. Isso era verdade! Ainda
mais com uma mulher como D. Agustina entre eles. E a mamã nos presenteou com deleitosos instantes de discussão com
Carmen, onde os “adjetivos” dirigidos
à mãe de Samuca era o que havia de melhor nas cenas: “aquela messalina, Salomé, cortesã,
mulher de Potifar!”. Como eu amava esses momentos! D. Agustina ficou escandalizada
com o fato de Carmen ser uma mãe solteira, provedora do próprio lar, e uma
mulher que já teve mais de um homem. Este século significava muita MUDANÇA para
ela, e de uma só vez, o que era pior! Pobre mamã!
Logo,
Carmen resolveu que precisava tirar Dom Sabino de seu coração. E, então, ela
decidiu cometer um ERRO: se envolver com Marino! E eu realmente achei essa
atitude dela muito errônea, porque ela estava apaixonada por outro homem, e é
claro que usar a velha tática de colocar um novo amor no lugar do antigo não ia
dar certo. Carmen estava usando Marino, e isso não era justo! Porque isso só
poderia terminar em uma coisa: com alguém de coração partido. E Marino era um
homem que estava quieto em seu canto, não querendo se envolver com ninguém,
pois seu casamento com Monalisa havia acabado de fracassar. Mas Carmen acabou
insistindo, e ele terminou aceitando se relacionar com ela, mesmo sabendo que
ela ainda nutria todo e qualquer tipo de bons sentimentos por Dom Sabino. Isso
foi realmente um grande passo ERRADO
da parte dela! Pois ele se apaixonou por ela, enquanto ela apenas estava
gostando dele.
Mesmo
não podendo levar sua história com Carmen adiante, Dom Sabino jamais deixou de
estar ao lado dela, principalmente em momentos difíceis, em que ele fazia
questão de estar presente para prestar sua solidariedade; como foi o caso do
acidente de Samuca e da rasteira que Emílio havia dado nela, com aquela
história de Carmen ter dado um desfalque na SamVita: momentos difíceis que só
os aproximavam ainda mais! E quando Marocas teve aquela ideia de realizar um
jantar em solidariedade à Carmen, Dom Sabino teve uma atitude muito FEIA: na
hora da despedida, a sós, ele se deixou levar por aquele momento com Carmen, e
os dois acabaram se beijando, debaixo do mesmo teto de sua esposa enferma. E D.
Agustina acabou dando aquele flagra neles! E eu digo que isso não se faz, Dom
Sabino, porque mesmo que você estivesse apaixonado por Carmen, havia uma pessoa
que você precisava respeitar: sua própria esposa. Mãe de suas filhas! E ele
ainda teve a coragem de usar a frase mais clichê para esses momentos: “Não é o que você está pensando”. Me poupe, né!
Então,
Dona Agustina, que já tinha aguentado as humilhações pessoais de saber que seu
marido amava outra, porque Dom Sabino até a havia chamado de Carmen, na cama, acabou
magoada. E com toda razão! Porque mesmo sendo uma mulher do século XIX, que
sabia abertamente que traições costumavam fazer parte dos casamentos, isso não significava
que ela teria que aceitar essa atitude no século XXI. E em se tratando de Dom
Sabino, esse comportamento é ainda mais inaceitável, pois ele é sempre tão
nobre com o próximo, tão amigável, solícito, gentil e cheio do combate às
injustiças, logo ele, um homem respeitador, estava cometendo a maior das
injustiças contra alguém com quem já havia compartilhado tantos momentos de sua
vida; tenham sido eles bons ou não. Ele e Carmen foram desrespeitosos! Eu nunca
fui contra o romance dos dois, mas se quisessem vivê-lo, que ao menos ele
tivesse a decência de se separar antes de D. Agustina… Assim, só existia uma alternativa para Dom Sabino: aceitar que D. Agustina não queria mais conviver
com ele, e decidir qual seria seu futuro com Carmen.
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