Salem 1x01 – The Vow


  
“WITCH AMONG US”
Falar sobre bruxas é comigo mesmo (rs). Eu amo essas personagens femininas tão instigantes, misteriosas, sedutoras e cheias de magia, que aguçam a nossa curiosidade há séculos! A história das Bruxas de Salem é uma das mais complexas de toda a historiografia norte-americana. Será que um dia vamos de fato saber o que aconteceu na Salem do final do século XVII? Acho pouco provável! Historiadores e cientistas têm as mais variadas hipóteses do que realmente poderia ter levado mulheres e também homens a serem julgados, condenados e mortos por supostas práticas de bruxaria e possessões demoníacas. Dentre as hipóteses, devemos levar em conta o contexto político e religioso da época, sem descartar que a histeria coletiva provavelmente foi causada por um fungo encontrado nos alimentos, o que teria causado convulsões e alucinações nos intoxicados.
Verdade ou não, o fato é que NÃO ESTAMOS AQUI PARA DAR NENHUMA AULA DE HISTÓRIA, NÉ? E sim para falarmos do esplêndido e maravilhoso episódio piloto de Salem. A série da WGN America contou apenas com três temporadas – o que eu considero um número ótimo em se tratando de séries –, totalizando 36 episódios, e deixando com certeza muitos fãs com saudades da série. Somente agora estou tendo a oportunidade de acompanhar Salem… e o que dizer desse primeiro episódio: simplesmente sensacional! O piloto me cativou de imediato, com atuações brilhantes, um enredo peculiar, cenários belíssimos, um tom deliciosamente soturno, além de um figurino impecável – Ah, Deus sabe como eu preso por bons figurinos numa série de época. Eles deixam o elenco bem mais interessante em sua atuação.
Encontramos neste primeiro episódio “velhos conhecidos” da história original da Caça às Bruxas em que a série foi inspirada, como Cotton Mather, um pregador que acreditava na existência de bruxas, e Tituba, uma escrava que foi considerada uma das precursoras da bruxaria em Salem. Na série, eles são livremente adaptados, é claro, para trazer mais veracidade ao misticismo em que a produção se enquadra… afinal, estamos falando de uma produção de terror, suspense, drama e fantasia, e não de mais um documentário sobre as bruxas mais famosas do imaginário da humanidade. E eu gosto muito de como Tituba é colocada literalmente como uma serva do reino das trevas, enquanto Cotton Mather é um falso moralista pregador da palavra divina que mantém relações sexuais com prostitutas de um bordel. Aliás, o que dizer daquela cena HOT dele transando com uma prostituta, hein? Fenomenal! Very, very, very sexy!
Começamos o episódio na Salem de 1685, com Sibley, um carrasco líder, obrigando Isaac a confessar seus pecados sexuais diante de toda a vila... E ele é cruel quando marca a testa de Isaac com o “F de Fornicador”, usando um ferro em brasa. Ali conhecemos John, e percebemos que ele é alguém que não concorda com os métodos de Sibley quando o confronta com um “Não julgueis… e não sereis julgado”, e que eles possuem uma rixa antiga. Então, Sibley envia John para a guerra contra os franceses e índios selvagens que ameaçavam a ordem e a reputação em Salem. E John parte para a guerra se despedindo de Mary, a mulher a quem ama e a quem promete voltar. Mas Mary encontra-se em uma situação delicada: ela está grávida de John, e não é casada com ele. Diante de uma situação que pode levá-la a um castigo pior do que o de Isaac, ela aceita a ajuda de Tituba para se livrar da criança.
Embora em alguns momentos Mary hesite sobre o que está fazendo, Tituba a incentiva a prosseguir com o ritual, afinal, se Sibley foi capaz de enviar John para morrer na guerra, o que ele não faria se descobrisse que Mary estava grávida? E ali temos a primeira cena macabra do piloto, com Tituba fazendo um ritual satânico para ajudar Mary a tirar a criança. E não é um simples ritual para abortar uma criança, é um pacto! A cena é bem sinistra, com direito a gritos perturbadores de Mary, insetos cobrindo seu corpo, e alucinações com o Diabo e Jonh, até que ela volte do transe e não exista mais uma criança em seu ventre… então, Tituba a consola, dizendo algo como “o mundo ser de Mary em troca daquilo”. SETE ANOS SE PASSAM, e John está de volta, encontrando uma Salem ainda pior do que a deixou. A população está amedrontada com a presença de bruxas na vila. E Salem agora tem um novo líder, Mather!
Com Mather no comando, os habitantes de Salem são levados cada vez mais a uma paranoia de Caça às Bruxas. Porque Mather quer encontrá-las para destruí-las. Logo, temos também outra personagem interessante do piloto da série, Mercy, a filha de um reverendo, que está possuída pelo demônio, atribuindo seu estado aos poderes de uma bruxa que aparentemente apenas ela vê. E quando Mather busca por alguém que possa ajudá-lo a contê-la, é John quem aceita um pagamento por isso. Mas ele não acredita muito nas coisas sobrenaturais que andam acontecendo com Mercy quando ele e Mather a visitam e ela os ataca ferozmente. E John acha que tudo o que a garota precisa é “de um médico e não de orações”. Então, tudo o que ele quer é ir embora de Salem, porque a vila está cada vez mais incontrolável com toda essa história de bruxas à solta. E ainda tem o fato de sua Mary não ser mais a mesma, e ter se casado com o seu pior inimigo, Sibley.
Realmente Mary não é a mesma. Ela agora é uma mulher respeitada e quase que temida em Salem por sua influência e status social, além de ter se tornado uma poderosa bruxa líder de um Coven. Então, entendemos por que ela se casou com Sibley, naquela cena bizarra em que ela expele um demônio em forma de sapo de dentro dele para alimentar o animal com seu sangue e depois enfiá-lo novamente goela abaixo no velho, com a simples intenção de que o sapo/demônio o devore lentamente por dentro, afinal, como Mather já havia comentado, em uma de suas visitas a Mercy quando busca por sinais de bruxaria: os espíritos de bruxas são como demônios nas mais variadas formas de animais, e realizam qualquer tarefa quando bem alimentados. E Mary faz isso por vingança, porque Sibley tirou qualquer possibilidade de felicidade dela ao enviar John propositalmente para a guerra. E ele meio que merece isso. Sibley está morrendo lentamente, e sem poder pedir socorro.
Agora, parece impossível que Mary e John sejam felizes algum dia. E eles conversam sobre as mudanças na vida de ambos enquanto ele esteve fora: ela pensava que ele havia morrido na guerra, porque disseram isso a ela. E John passou anos sem dar notícias. E ele fala sobre os motivos de não ter voltado antes… ele foi capturado. Porém, John ainda quer uma chance com Mary, quando propõe que eles se mudem de Salem. Mas as coisas não são tão simples assim, porque mesmo com Mary sendo uma bruxa que pode tudo, ela não pode mais sair dali. Ela tem uma missão em Salem, além de um pacto com o Diabo. E é uma cena triste, porque ela simplesmente precisa ignorar essa ideia, e nós percebemos que ela não está totalmente dominada pelo mal. Ainda existe sentimentos nela para com ele. Então, John decide partir sozinho de Salem.
Caminhamos para perto do fim do piloto, mas muita coisa ainda aconteceria. Coisas sensacionais! Mercy é impedida por forças ocultas de dizer quem está por detrás de toda a bruxaria em Salem a Mather. E o sofrimento perturbador dela é agoniante. Então, ele a leva presa a uma coleira e uma focinheira até a vila, para que Mercy, já que não consegue falar, aponte quem é o líder daquelas ações demoníacas. E é uma cena horripilantemente maravilhosa! Porque Mercy está possuída, e busca de forma feroz, andando de quatro, pelo culpado em meio às pessoas até chegar em Mary, que manipula a mente da garota para que ela acuse Corey. E Mercy o faz, arrancando com os dentes o topo de seu indicador e o apontando ensanguentado para Corey diante de todos. Mary tinha motivos para ter escolhido o amigo de John como culpado: ele estava ameaçando contar a John, caso Mary não contasse, o que ela e Tituba fizeram na floresta na noite do ritual do aborto.
Assim, Corey é morto por um dos métodos de tortura mais usados na época para extrair confissões de alguém, o esmagamento por rochas, quando ele se recusa a confessar que é um bruxo e confronta Mather pedindo que coloquem mais pedras em cima dele. E John não consegue chegar a tempo de salvar seu amigo. Ainda teríamos mais uma cena incrível pela frente – uma que eu considerei como a mais bem elaborada do episódio. Estava na hora de Mary invocar mais uma vez o Diabo e entrar em contato com o Coven na floresta, e Tituba a ajuda a fazer isso iniciando o ritual. E eu gostei de Mary entrando em transe, ficando paralisada com pernas e braços no ar como uma estátua. Então, ela consegue fazer sua conexão, enquanto corpos surgem de uma lama negra como num dark balé entrelaçando-se entre si, na floresta… uma cena estética e visualmente maravilhosa!
Logo, outras bruxas surgem com seus corpos nus e suas cabeças cobertas por de outros animais, para mais um contato com as trevas. Àquela altura, Isaac havia impedido John de sair de Salem, porque de alguma forma ele pensa que John pode ser a salvação da vila… Isaac sabe das coisas sobrenaturais que andam acontecendo, e finalmente John passa a acreditar, quando é levado pelo “Fornicador” até a floresta. E eles presenciam mais uma reunião macabra do Coven. Mas o círculo é quebrado, porque Isaac se assusta com um lagarto de olhos costurados e grita, chamando a atenção. Por muito pouco eles não são pegos, quando o Cabeça de Porco que guardava o Coven vem até eles e John o atinge com uma bala de raspão. Logo, Mary percebe que alguém viu demais, e ela precisa saber quem é. Porque ela não vai permitir que seu plano de jogar os puritanos uns contra os outros, até que não sobre um, e as bruxas assumam o controle em Salem, seja interrompido. E Mary está disposta a tudo!
Um verdadeiro SHOW de episódio piloto. AMEI!
NEXT!

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