O Tempo Não Para – O emocionante reencontro de Marocas e Dom Sabino
Marocas
parecia estar se saindo bem, diante das novidades do século XXI. Ela até tinha dado
um show de inteligência em Carmen, quando a mãe se Samuca não conseguia
manusear direito aquela máquina de café
expresso. E a jovem, apenas ao ler o manual em inglês, tirou de letra o
manuseio daquele moderno aparelho cuspidor
de café, porque a educação que Marocas recebeu no século retrasado é bem melhor que a atual (verdade, não?).
E outras coisas acabaram chamando sua atenção também, como, por exemplo: o
semáforo, quando ela sai pelas ruas de São Paulo com Camen e Samuca rumo a
Criotec, para reencontrar sua família. E é contagiante o seu encanto pelo objeto que muda de cores. Samuca é
paciente em lhe explicar coisas simples, que para Marocas é novidade, como: para
que servem as cores do semáforo. Mas é Carmem quem lhe explica qual a função da
cor amarela, que para alguns significa, “corre
que ainda dá tempo”. E a garota do século retrasado acaba entendendo o
motivo pelo qual Samuca a vendou, quando a tirou do hospital, e ela achou
aquilo uma sábia decisão da parte dele, afinal de contas, seria muita novidade
para alguém que não sabia nada do que a esperava.
Mas
tudo o que Marocas mais queria desde que acordou era encontrar sua família.
Nada era mais importante do que rever os seus,
e isso estava prestes a acontecer, mas não da forma como ela pensava. A emoção passou
a tomar conta dela quando chegou à Criotec, e viu as pessoas que ela amava
dentro das cápsulas criogênicas. Depois de receber a confirmação da Dra. Petra
de que todos estavam bem, faltava algo para completar sua alegria: Dom Sabino. Marocas
acabou se revoltando ao saber que seu pai, com quem sempre foi muito apegada, não
se encontrava no centro científíco. E
uma busca apressada e desenfreada por Dom Sabino começou pelas ruas da megalópole,
porque Marocas não queria nem saber se estava em um lugar que ela não conhecia,
e em uma atualidade que ela desconhecia, pois, o mais importante era encontrar
seu pai. E ela saiu feito louca a procura dele, cheia de coragem e
determinação, porque ela estava preocupada demais com seu ente querido, que
devia estar bastante assustado diante das novidades que ela também se assustou.
E
realmente Dom Sabino acabou se apavorando, mas não foi com as novidades que ele
já tinha presenciado, como, a eletricidade e tantas outras modernidades. O pai
de Marocas ficou atordoado mesmo foi com a notícia de que estava em 2018,
quando Eliseu, depois de ouvir tantas histórias do século XIX, contadas por
ele, pediu para que ele lesse a data de um jornal. E ao ver que o periódico estava datado em 06/08/2018, Dom Sabino pensou que aquilo
era uma brincadeira, e ainda perguntou a Eliseu onde ele conseguiu imprimir um periódico
com uma data falsa. Mas seu novo amigo, que só queria vê-lo bem, e consciente
da verdade sobre a época em que se encontrava, acabou fazendo Dom Sabino surtar
com a notícia, ao afirmar a ele que realmente se encontravam em 2018. Tadinho!
Foi bem doloroso ver o pai de Marocas atordoado e sem rumo, ao achar que Eliseu
e as outras pessoas estavam a “gozar”
de sua cara. Mas quando ele enxerga uma placa na rua escrita Freguesia do Ó, ele constata que seu
amigo estava falando a verdade, e que aquele lugar é o local que um dia fez
parte de sua vida, e que, agora, está mais diferente do que nunca. E vê-lo
naquele estado foi de cortar o coração.
Depois
de se acalmar, Dom Sabino começa a assimilar a atualidade, mas ainda meio
perturbado, com tanta novidade, ele acaba arrumando confusão com um policial
local. E nós tivemos uma cena muito divertida dele. Dom Sabino começa a dizer
coisas, como: “O mundo está de pernas
para o ar! O relógio do tempo foi adiantado! Os ponteiros enlouqueceram. Nada
mais faz sentido!”. Até aí tudo bem! O hilário problema começou, quando o
policial achou que ele estava bêbado, e Dom Sabino achou um absurdo tal ofensa,
os dois começam a discutir, e frases divertidíssimas estavam por vir, pois, quando
a autoridade decide prendê-lo por desacato, Dom Sabino solta umas, do tipo: “Eu sou um homem de bem. A temperança é o
meu sobrenome. Isso é abuso de autoridade! Como ousa? Eu sou um súdito fiel de
sua Majestade!”. Mas o policial estava convicto de que ele não dizia coisa
com coisa, e quando ele dá voz de prisão por desacato, ameaçando Dom Sabino com
um cassetete, o pai de Marocas toma a arma das mãos da autoridade e a joga
longe, sobre os dizeres: “Mas ousa me ameaçar
com um porrete, como se eu fora um reles ladrão! Eu sou um veterano da guerra
do Paraguai!”. Pronto. A confusão estava armada.
Mas
o momento de comédia foi substituído pelo de emoção total. Marocas reconheceu
seu pai no meio daquela confusão toda, e a saudade era tão grande, que ela
saltou do carro de Samuca e correu para os braços de seu amado ente querido. E
aquela cena derreteu meu coração! A emoção daquele reencontro tomou conta de
mim! Sem falar naquele caloroso abraço entre os dois, que eu acabei sentindo daqui,
do outro lado da tela. Que cena maravilhosa! Não tive como conter as lágrimas. Que
atuação maravilhosa! Que troca de olhares sinceros entre os personagens! Haja coração!
Estou cada vez mais encantado com a atuação de Juliana Paiva e Edson
Celulari. Eu chorei! Chorei mesmo. Porque aquele momento me tocou
profundamente, principalmente, quando ambos trocam palavras, como: “Minha filha, como eu procurei por você!”. E Marocas lhe diz: “Que saudades, meu pai!”. Dom Sabino não parou de me emocionar quando,
com lágrimas nos olhos, ainda declarou: “Eu
senti sua falta, minha Marocas!”. (Que cena!).
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