Chocolate com Pimenta (15 anos) – Primeiro Capítulo




Há exatos 15 anos, estreava na nossa telinha uma novela deliciosa e cheia de sabor, que transformou os nossos fins de tarde em algo mais leve e divertido, Chocolate com Pimenta. Durante 209 capítulos, nós acompanhamos a sofrível saga de Ana Francisca em busca da vingança daqueles que a humilharam no passado, e sua tentativa de readequar seu coração na trilha do amor depois de passar anos longe de Danilo, o grande amor de sua vida, por quem ela se apaixonou, mas que por força do destino acabou se separando ao pensar que ele a abandonou grávida no passado, depois de um plano forjado para separá-los ter dado certo. Aninha se tornou nossa amiga íntima de todas as tardes, aquela pessoa cuja trajetória nós amávamos acompanhar para saber por quais caminhos sua vida ia seguir, e aonde aquilo tudo ia dar. Com ela nós choramos, rimos, sentimos raiva e desejo de vingança, não é mesmo? E quantas emoções nossos corações sentiram! Está mais do que na hora de regressarmos a Ventura e revivermos tudo isso novamente, afinal de contas; um novelão como esse não deve jamais ser apagado de nossas memórias. Vamos lá?
A história de Ana Francisca não começa nada bem. Em uma noite de 1922, no sul do Brasil, nossa linda patinho feio precisou se separar do homem mais importante de sua vida, seu pai, quando os dois foram surpreendidos perto da madrugada pelo Coronel Leitão e seus homens, um grileiro que roubava terras nas redondezas e que naquela ocasião queria as terras de Ana Francisca e de seu pai. De cara, nós já tivemos aquela emocionante cena em que ela tenta lutar ao lado de seu ente querido pelo que é deles. E é muito tocante vê-la pegando, cheia de coragem, uma espingarda, porque ela estava decidida a enfrentar aquela legião de homens armados do lado de fora da casa deles. Mas seu pai não permite que ela se exponha daquela maneira, e depois de uma rápida conversa, ele consegue convencê-la a fugir antes que seja tarde demais, porque ele quer que ela tenha um futuro, e, no fundo, ele sabia que aquela noite seria a última de sua vida, e como pai não permitiria que nada de mal acontecesse à sua princesinha.
Depois de muito resistir, Ana Francisca resolveu obedecer às ordens de seu pai e fugir de sua casa o mais rápido possível, infelizmente tendo que deixá-lo para trás. E eu logo me emocionei com aquela despedida entre os dois, porque ambos não queriam se separar um do outro, e a partir daquele momento, eles não iriam nunca mais ter um momento de carinho entre pai e filha. Aninha não teve o tempo suficiente de uma despedida calorosa, porque, depois de cercarem por completo sua humilde casa, os grileiros também a queriam. E ela precisou correr sem olhar para trás. Dali em diante, nós tivemos aquela eletrizante sequência de cenas em que ela tenta escapar daqueles homens cruéis se embrenhando por entre a mata, e ela quase foi capturada por eles algumas vezes, como naquele momento em que eles a cercam com seus cavalos, ou então quando ela precisa se pendurar nas tábuas de uma ponte, para se esconder de seus perseguidores, mas acaba caindo nas águas do rio e sendo levada por elas e quase morrendo afogada. Ufa, quanta agonia!
Após passar por momentos aterrorizantes, Ana Francisca consegue ajuda em um sítio de amigos vizinhos, e, com o dia já nascido, eles a acompanham de volta à sua casa, onde encontra seu antigo lar em cinzas e o corpo de seu pai assassinado ao chão. E mais uma vez eu me emocionei com ela chorando sobre o corpo de seu pai-herói (Chorei litros com Aninha! Como Mariana Ximenes já era boa desde aquela época!). E ela prometeu perante o túmulo dele que um dia ele se orgulharia dela. Era hora de iniciar uma nova vida, e depois de receber a ajuda financeira de seus amigos, Ana Francisca parte rumo ao sítio de sua família. E, por fim, eu tive um momento de risos, depois de tanto sofrimento, quando um dos marrecos dela escapa da gaiola e causa o maior alvoroço dentro do trem. Aninha quase foi expulsa de dentro dele, porque o marreco havia se embrenhado por entre as pernas do presidente da companhia deixando aquele vagão em estado de calamidade ao subir por cima de todos, criando aquele caos (Risos!).
E mais uma vez Aninha nos emocionou. Ela acabou convencendo o comandante do trem a não expulsá-la quando lhe conta a triste história de sua vida, e lhe diz que aqueles marrecos eram a única lembrança que havia sobrado de sua mãe, que ela havia perdido muito cedo, e de seu pai. E não teve quem não se comovesse com aquela história tão dramática e triste demais para uma garota tão jovem. Aninha seguiu viagem, e ao chegar na estação de Ventura, ela foi recebida com muita alegria pelo tio Margarido. A cena dos dois foi linda, porque ambos só se conheciam por fotografia, mas tio Margarido estava tão ansioso para recebê-la que aquele abraço, que Aninha tanto estava precisando, foi o mais puro, sincero e verdadeiro, depois que eles se reconheceram e ela se jogou nos braços dele. Era um momento de alívio, porque Ana Francisca estava certa de que estava em casa, e com pessoas que aprenderiam a amá-la ainda mais com o tempo de convivência. Aninha estava segura novamente.
A chegada dela em Ventura foi um verdadeiro acontecimento, mas não porque Aninha era a sensação do lugar, e, sim, por conta de um episódio que ela estava prestes a protagonizar. Depois de termos conhecido a galera da fanfarra, com Olga, Danilo, o garanhão da cidade, e sua turma, naquela cena em que eles precisaram aguardar debaixo de um sol escaldante pela apresentação deles no aniversário de Ventura, havia chegado o momento de Aninha se tornar um “marco” naquele dia especial para a cidade. Jezebel, que seria homenageada com a entrega das chaves da cidade, por ser uma cidadã honorária, estava hiper atrasada, e depois da chegada dela ao palanque e dos xavecos de Danilo entre um momento e outro com Olga, a popular do colégio, a fanfarra pode seguir com a apresentação. E aquele instante não terminaria nada bem, porque Margarido e Aninha chegaram de carroça no meio da cidade em festa, e tudo poderia acabar mal. Como eu adorei assistir o que estava prestes a acontecer!
Ana Francisca estava fascinada com a comemoração. Mas enquanto Margarido tentava desempacar o cavalo que resolveu parar diante de tanta agitação, Aninha, que ficou tomando conta das rédeas, acabou perdendo o controle e a carroça saiu desembestada, com ela em desespero, rumo ao palanque da homenagem, causando o maior tumulto entre os cidadãos. Mas Danilo resolve salvar a festa depois de decidir conter a agitação do cavalo. E é quando ele pula dentro da carroça e contém o animal, que Aninha passa a sentir um outro tipo de fascínio: o fascínio de ver o “príncipe encantado” salvar sua vida e a de todos. Enquanto Danilo só queria se aparecer como herói e receber os aplausos de todos por sua valentia, Ana Francisca sentia o seu coração palpitar mais forte com ele ao seu lado. E aquele clima de amor à primeira vista fez o primeiro capítulo da novela terminar de forma romântica e cheia de encantamento, com aquele olhar profundo de Aninha para o belo rapaz ao seu lado, e eu ansioso por rever mais dessa deliciosa história (linda! Aninha é a patinho feio mais fofa do horário das seis!).



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Comentários

  1. Essa novela é mesmo maravilhosa! <3 E o seu texto, como sempre, está ótimo, meu amor! *-* Muito ansioso para ver os próximos textos de "Chocolate com Pimenta", chegar a momentos como o de Carrie, ou sobre a Bernadette! Essa novela é UM SUCESSO, não podia mesmo faltar por aqui... ESTOU MUITO FELIZ! \o/ Parabéns pelo texto, e que venham os próximos!

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    1. Minha vida, muito obrigado por tudo! É muito bom ter você por aqui, porque você é minha inspiração, meu orgulho, meu amor e a pessoa que me incentivou a me divertir de maneira tão agradável: criando este Blog e deixando registrado os momentos inesquecíveis das minhas novelas favoritas! Este Blog tem um pedacinho de você, e isso me alegra muito. Dividir os nossos hobbies juntos são sempre momentos maravilhosos. Te amo!

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