Chocolate com Pimenta – A chegada de Ana Francisca ao sítio Arco-Íris
Estava
na hora de Ana Francisca conhecer de verdade aqueles parentes que ela apenas
tinha visto por fotografia. E depois daquela chegada tumultuada em Ventura, em
que ela praticamente acabou com a festa da cidade, com aquela divertida cena dela
não conseguindo conter o cavalo da carroça em que estava, o que quase causou o
atropelamento de meio mundo, era o momento de chegar ao seu novo lar: o
acolhedor sítio Arco-Íris. E Aninha teve a melhor recepção que alguém poderia
ter; aquela cheia de amor, carinho e ternura. Porque, mesmo seus parentes também
não a conhecendo muito bem, eles estavam ansiosos para recebê-la da melhor
maneira possível, como aquele abraço caloroso da vó Carmem. Ah, um abraço de
vovó é sempre tão gostoso!
Como
eu gostaria de passar umas férias naquele sítio aconchegante, tomando aquele leite
quentinho direto da teta da Estrela, como fez Ana Francisca (Risos)! Além de
comer aquela maravilhosa comida feita em fogão à lenha, e passar uma boa temporada
ao lado de Timóteo, Márcia, tio Margarido, Dália e daquela fofa da vó Carmem.
Eu amo um clima rural! E o sítio Arco-Íris é um bom lugar para tudo isso, não é
mesmo? Enfim… Aninha recebeu toda a atenção merecida, e todos queriam dar
aquela paparicada na parente que tinha acabado de chegar. E foi tão bonitinho
ver a vó Carmem apresentar cada um deles à Ana Francisca, porque afinal de
contas, eles só se conheciam através de fotos, e, mesmo assim, todos a estavam
tratando como se ela fosse alguém que eles estavam acostumados a ter por perto
todos os dias. E Ana Francisca precisava de toda aquele aconchego e carinho
deles, porque ela já estava sofrendo demais com a morte de seu pai. E se sentir
acolhida era tudo o que ela necessitava naquele momento.
Mas
depois de todo aquele instante cheio de euforia e curiosidade, com a visita de
Aninha, e daquelas boas-vindas
carregada de calor humano, uma notícia nada agradável estava por ser dada. E
como eu fiquei triste e comovido, mais uma vez, com Ana Francisca, porque
depois que ela disse: “É tão bom estar
aqui com vocês! Saber que tenho uma família. Ser recebida de braços abertos!”,
todos queriam saber como estava o pai dela. Aninha teve que dizer o motivo
daquela visita tão repentina à família. E foi com aquele nó na garganta que ela
revelou que seu pai não estava mais entre eles. Tudo aquilo foi muito doloroso
para todos, principalmente para vó Carmem, que tinha perdido mais um filho, e
para Aninha que reviveu em sua mente todo aquele horror da noite dos grileiros
invadindo suas terras para tomar posse. Vó Carmem veio às lágrimas, e Aninha
caiu em prantos! E aquele abraço coletivo nas duas foi emocionante, e cheio de
sinceridade. Porque aquele gesto era amor de verdade.
Eles
lamentam muito não poderem ajudá-la, porque eles vivem com muita dificuldade e
infelizmente aquilo não seria possível. Estudar não era só uma vontade de
Aninha, era o sonho de seu pai também. Porque ele queria que ela fosse alguém na
vida, e ela havia jurado perante seu túmulo que “ele, ainda, sentiria muito
orgulho dela”. Mas a vó Carmem é porreta demais! E ela prometeu que Ana
Francisca ia estudar “nem que fosse a última coisa que ela fizesse em sua vida”.
Pois Aninha era responsabilidade deles agora, além de ser a lembrança viva de
seu filho que não estava mais entre eles. A surpresa veio pela manhã, quando
ela deu a Aninha a notícia de que havia “ido ao colégio, conversado com a
Madre, e que tinha conseguido uma vaga para ela estudar, de graça, no Instituto”.
Aquela era uma agradável notícia que Aninha não estava esperando receber. E ela
ficou eufórica ao saber que sua avó conseguiu aquela oportunidade de ouro para
ela. Que família incrível! Aninha estava em boas mãos. E com uma família como
aquela, ela poderia enfrentar qualquer obstáculo que a vida lhe apresentasse,
porque com amor e carinho tudo se supera (S2!).
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