O Tempo Não Para – Muitas coisas acontecem durante um passeio de helicóptero


  
Marocas aceitou o pedido de namoro de Samuca, mas antes do “eu consinto que o senhor… que você me faça a corte”, eles tiveram uma conversa bem séria, onde ela colocou muitas coisas em pratos limpos e expos seus sentimentos. Não estava sendo fácil para ela se adaptar aos novos modos de um relacionamento, e ela foi bem sincera quando disse que gostaria de ver Samuca no tempo dela, porque ela queria que ele entendesse como as coisas funcionavam em sua época, pois nada era assim tão prático, rápido e simples como ele pensa que é quando se trata de compromissos amorosos. Marocas explicou que em seu tempo as mulheres eram apresentadas aos pretendentes e tinham que se casar, e ela falou sobre as dificultosas mudanças a qual está tendo que se adaptar neste século, o que estava sendo bem complicado de encarar. Ela queria que Samuca refletisse, que se imaginasse tendo que arar a terra, carregar baldes de água na cabeça, suportar sofrimentos, ver escravos sendo castigados ou ver os filhos deles serem arrancados de seus braços, além de serem vendidos como animais. Marocas queria que ele entrasse um pouco no universo dela para compreendê-la melhor.
Samuca nunca presenciou nada daquilo, e toda aquela “retrospectiva” era necessária naquela conversa, porque ele precisava entender que apesar dela estar em um novo século, onde as pessoas acham certos comportamentos da parte dela ultrapassados, ela ainda pertencia a uma outra época, e precisava ser compreendida antes de tudo. Marocas necessitava que ele entendesse seu modo de agir, pensar e se comportar. Ela queria ser respeitada como fora criada, aquilo era fundamental para que o relacionamento deles fosse adiante, porque ela havia presenciado todas as dificuldades de seu século e estava se sentindo arrancada dele, e trazida para um novo mundo onde as vezes se sentia hostilizada, e foi bem sensato da parte de Samuca, que já vinha tentando compreendê-la, tentar se colocar no lugar dela e controlar um pouco sua forma acelerada de querer ver tudo acontecer tão rapidamente. Só depois de entender como sua amada se sente diante de muitas situações do século atual, é que ele conseguiu passar mais confiança a ela quando pede desculpas por seu comportamento, por vezes afoito, e garante que a última coisa que quer é magoá-la, porque a ama.
Prometendo fazê-la feliz, Samuca estava mais entusiasmado do que nunca, porque finalmente havia conquistado, depois de tantas formalidades para lidar com Marocas, o amor de sua ice girl, pois tudo o que ele mais queria naquele momento era surpreendê-la cada vez mais, e aquele episódio do passeio de helicóptero foi um capítulo à parte, ele foi todo fofo tapando os olhos dela e a levando para aquele heliporto onde um passeio pela cidade, nos ares, a esperava. Depois de ser convencida a subir na aeronave, Marocas nos presenteou com aquele momento de medo total de estar sobrevoando a atual São Paulo, e Samuca teve mais uma missão: tranquilizá-la e fazer ela abrir os olhos para não perder aquela visão maravilhosa. Aos poucos, depois de chamar a aeronave de “invenção diabólica” (como os Sabino Machado amam atribuir a tecnologia ao Diabo. Risos!) ela passa a desfrutar daquele passeio pra lá de romântico e fica encantada e emocionada com a nova SAMPA, cheia de arranha-céus e muitas outras novidades onde antes, em sua época, só havia aquela bela natureza. Isso faz falta. O passeio passa a ser um deleite, e Samuca adora ver os olhinhos de Marocas brilhando com aquela surpresa (S2).
Mas o que era para ser um momento romântico acaba virando um pequeno instante de terror, porque o helicóptero sofre uma pane e eles acabam fazendo um pouso forçado em uma clareira no meio da mata. Só que Marocas é uma “mina” esperta, e é ela quem cuida de Samuca ao vê-lo desmaiado e ferido, ela limpa seu ferimento e até uma tala ela improvisa para seu pulso machucado (garota esperta!). Marocas é um máximo! E eu até gostaria de lhe pedir uns truques de sobrevivência na selva, porque, gente, o que foi ela acendendo aquela fogueira ao melhor estilo tempo das cavernas, batendo uma pedra na outra liberando faíscas, e causando aquele fogaréu, para impedir a aproximação de possíveis animais selvagens. Gênia! O susto logo passou, e eu digo que eles aproveitaram bem aquele acidente que não estava nos planos, porque os dois passaram a ficar ainda mais próximos, e aproveitaram o momento para conhecer melhor um ao outro, como quando Samuca pede para que ela lhe conte sobre como era sua vida, e acaba se surpreendendo com o “Não” que Marocas deu no altar para Bento. Encantado, com o jeitinho meigo dela de falar, ele constata que Marocas é uma mulher à frente do seu tempo.
A “expedição” pela floresta serviu para mostrar que Marocas é muito mais entendida de natureza do que Samuca, e ele foi obrigado a concordar, porque se tem algo que ela entende muito bem é viver em meio a natureza, afinal de contas, ela cresceu em uma fazenda. Mas Samuca quer aproveitar mais daquele momento com sua garota, e ele dá uma de espertinho para fazer Marocas entrar naquele rio quando a convida para nadar e ela se recusa, porque não vai ficar despida na frente dele. Samuca finge aquele sumiço debaixo d’água a deixando preocupada, e ela não pensa duas vezes em tirar suas roupas para salvá-lo, mas tudo não passou de uma brincadeira, o que a deixou bem nervosa, e aquele “Meu Deus, como você é linda” quando ele a vê só de roupa íntima a deixa constrangida. E é muito engraçado e agoniante ao mesmo tempo, quando ela veste suas roupas cheias de formigas saúvas, e ela arranca às pressas as roupas e começa a passar lama no corpo para ajudar com os ferimentos que as formigas deixaram em seu corpo, e ele a ajuda com a lama, mas tem que ser cauteloso com suas mãos no corpo dela, do contrário, ai dele se der uma de atrevido. E ele estava amando vê-la daquele jeito (safadinho!).
Já deu pra perceber que esse passeio de helicóptero rendeu, né? E enquanto todos se preocupavam com o sumiço dos dois, Dom Sabino, que havia exigido ajudar nas buscas por sua filha, já se encontrava na mata. Samuca e Marocas, em meio a briguinhas de casal, por conta dos “atrevimentos” dele em querer vê-la “nua” (Amo!), pelo menos era assim que ela estava vendo a situação, pareciam estar se divertindo despreocupadamente, porque até beijo rolou depois que Samuca prometeu pedir a mão dela para Dom Sabino quando voltassem para a cidade. O que um momento de perdidos na floresta não faz, hein? Briguinhas e beijinhos fazem parte! Dom Sabino acabou flagrando aquele beijo, e eu pensei que o couro de Samuca seria arrancado. O pai de Marocas pediu uma explicação sobre o que ela estava fazendo nua, coberta de lama e beijocando Samuca, e ela teve que lhe relatar todo o ocorrido para que ele não pensasse mais besteiras, porque Dom Sabino já queria usar seus métodos de lavação de honra, mais uma vez, com Samuca. E estava na hora dele enfrentar o sogrão, porque o pai de Marocas lhe exigiu uma explicação.
Eita!


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