Sansão e Dalila – O casamento de Sansão com uma filisteia
“NUNCA
MAIS FALE DO MEU DEUS”
Amar
alguém do povo inimigo pode desencadear uma série de problemas. Sansão e Ieda
se apaixonaram, e eles estão dispostos a ficarem juntos. Acontece que ele é um
hebreu e ela uma filisteia… logo, ambos teriam alguns empecilhos pela frente. E
eles precisariam ser suficientemente fortes para lutar por esse sentimento. E eu
digo “lutar” no sentido literal da palavra, porque até duelo teve por esse amor
– só posso afirmar que gosto muito dessa ficção toda que criaram para dar mais
vida à história do casamento de Sansão com uma filisteia, porque na Bíblia,
como já sabemos, esses floreios não
estão descritos. E o roteiro da minissérie deu um jeito de transformar esse
romance em algo meio “Romeu e Julieta”,
com duas pessoas de povos inimigos se amando e enfrentando obstáculos para
viver o amor. Isso foi bem SENSACIONAL! Depois que Sansão demonstrou vontade em
ir falar com o pai de Ieda sobre eles, ela achou melhor ser a primeira a
conversar com Simas, para prepará-lo para a notícia de que havia outro
pretendente em sua vida além de Faruk.
A
conversa não é fácil, claro. Ieda fala de Sansão para o pai de forma
apaixonante, mas sem revelar seu nome, e Simas não gosta da ideia de um novo
pretendente, porque Ieda já tem Faruk que quer se casar com ela. Porém, ela o
enfrenta, argumentando que não ama Faruk, e que ele nunca fez nada por ela,
enquanto Sansão já salvou sua vida duas vezes. E eu gosto de sua postura,
porque ao mesmo tempo em que Ieda é doce, ela também é firme em demonstrar suas
vontades, ainda que não tenha a intenção de desobedecer ao pai em qualquer que
seja a decisão dele. Então, Simas quer saber quem é o novo pretendente dela, ao
que ela prefere que o mesmo se apresente, mas adianta que ele é um danita e que
usa tranças. Assim, fazer com que seu pai aceite um possível esposo do povo
inimigo fica mais complicado, porque Simas não quer sua filha se relacionando
com um hebreu. Dessa maneira, Ieda insiste, porque não será a primeira e nem a
última mulher a se casar com homem do povo inimigo, e implora para que seu pai
a deixe ter a chance de ser feliz, como ele um dia foi com sua mãe.
Ieda
acaba amolecendo o coração de seu pai, e Simas pede para que ela traga o
pretendente até ele para que se conheçam. Por outro lado, Sansão tenta
convencer seus pais de que não abandonará seu povo apenas porque vai se casar
com uma filisteia. Mas de nada adianta suas palavras, porque seus pais e seu
povo não aceitam que ele tenha escolhido uma mulher do povo inimigo por esposa,
e lamentam por isso… assim como Samara lamenta por Sansão nunca ter olhado para
ela com outros olhos. Assim, ele parte para tomar Ieda como esposa, e no
deserto temos a famosa luta de Sansão com um leão, quando ele está exausto e se
depara com a fera… para sobreviver, ele a enfrenta bravamente sem perder a fé,
abrindo a boca do leão com as mãos e rasgando sua mandíbula. E o Espírito do
Senhor estava com ele, na figura de um andarilho que o incentivava a vencer. Foi
a ÉPICA batalha de Sansão com o leão, um momento da história do personagem que
é descrita na Bíblia. Posteriormente, ele iria se deparar com a carcaça do
animal, e dela comeria mel. E dali sairia a ideia do enigma que ele lançaria
aos filisteus.
Em
Timna, Sansão esbarra na irmã de Ieda, Judi, e ela diz o seu nome dele ao notar
suas tranças. E ele acha estranho que ela saiba sua identidade. Então, Judi
finge aquela dor na perna e o induz a levá-la até sua casa, porque em breve ele
descobriria como ela sabe quem ele é. Àquela altura, a irmã travessa de Ieda
sabia que ela estava apaixonada por um hebreu chamado Sansão… assim como,
apaixonada por Faruk, Judi havia contado ao soldado sobre o novo pretendente da
irmã e o influenciado a duelar por ela, enquanto também tentava influenciar
Ieda a incentivar que seu novo pretendente lutasse por sua mão, porque isso
afastaria Faruk de uma vez por todas de sua vida caso ele perdesse – Eu gosto
dessa ardilosidade juvenil de Judi.
Ela ama Faruk, e vê nessa ideia de duelo a chance de tê-lo, já que a irmã nunca
o quis. Mas Ieda não concorda com nada disso, e lhe incomoda o fato de Simas
ter aceitado uma luta pela mão dela. E
é assim que Sansão vai parar na casa dela, carregando Judi nos braços. Lá, Ieda
e ele ficam felizes ao se reencontrarem, enquanto o pai dela se dá conta de
quem é o novo pretendente da filha.
A
sós, Simas e Sansão conversam, porque é hora de uma conversa sobre o futuro de
Ieda. E logo surge um atrito entre eles, quando ambos falam sobre deuses, e
Sansão, de certa forma, ofende a religiosidade dos filisteus por adorarem uma
imagem dura e fria. Então, Simas revela suas reais intenções com aquela
conversa, depois que percebe que os pais de Sansão não estão ali com ele e
conclui que seja porque eles também não concordam com aquela união. E ele
oferece dinheiro para que Sansão desista de Ieda… e a história do duelo surge.
Obviamente, Sansão recusa aquela proposta, porque ele não é por dinheiro que
ele quer se casar com a filisteia. E ele ainda declara que não teme enfrentar
nenhum outro pretendente, mas que “acha ofensivo para Ieda que a espada
determine o seu futuro”. Porém, Sansão estava prestes a mudar de ideia quanto
ao duelo. Judi vai atiçar Faruk, quando o procura para dizer que o noivo de
Ieda está em sua casa, e o soldado quer saber quem é seu rival… e ele descobre
que é o danita de tranças o novo pretendente de Ieda.
Assim,
as coisas se complicam, porque Faruk e Sansão já se enfrentaram uma vez, quando
o soldado invadiu o povoado dos danitas e Sansão o derrotou facilmente com sua
força para defender seu povo do domínio filisteu. Logo, eles já eram inimigos
mortais, e Sansão volta atrás em sua decisão de não querer lutar – “Esqueça o
que eu disse sobre o duelo. Terei o maior gosto em lutar por sua filha”. Dessa
maneira, Ieda teme que aconteça o pior, enquanto todos descobrem que Sansão foi
o homem que humilhou Faruk nesta mesma luta no povoado. Faruk sabe que tem
muito o que temer em relação a Sansão: ele praticamente não tem chances contra
a força do hebreu. Mas ele não demonstra temor, e, cheio de orgulho, decide enfrentar
Sansão no dia do duelo, mas não sem antes elaborar um plano para derrotá-lo,
como conseguir veneno com um feirante para envenenar sua espada, na intenção de
fazer Sansão perder os sentidos quando a espada entrar em contato com o seu
corpo através de um ferimento durante o duelo. E ele está confiante de que seu
plano dará certo.
O
dia do duelo chega, e Sansão e Faruk se enfrentam bravamente pela mão de Ieda. Há muita tensão durante a
luta… e todos estão aflitos com o destino que aquilo tudo pode tomar. Faruk usa
seu truque baixo para derrotar Sansão, e ele consegue ferir o hebreu com a
espada envenenada algumas vezes, enquanto Sansão começa a dar sinais de que
está perdendo os sentidos, para o desespero de Ieda. Então, Faruk zomba dele e
de seu Deus, o humilha, dizendo que seu lugar não é ali e que Ieda será sua
esposa. E toda a construção da cena é maravilhosa, porque Sansão é um homem
forte, mas nem por isso invencível. Ele também tem suas fragilidades. Mas
quando Faruk parece ter vencido a luta e se prepara para matar Sansão com um
último golpe de espada, o hebreu ainda tem forças para segurar a mão de seu
inimigo e impedi-lo de concluir o ato – “Nunca mais fale do meu Deus”. É de
arrepiar! Assim, Sansão desarma Faruk e o derrota usando sua força, e quase mata-o com a própria espada de seu inimigo… mas Simas o impede de fazer isso,
concedendo a mão de Ieda a Sansão por
conta de sua vitória.
Assim,
Ieda e Sansão têm motivos para celebrar a vitória, ele venceu o duelo, e agora
eles podem se casar. E os preparativos para o casamento começam, com Ieda feliz
por finalmente se casar com quem ama. E Sansão promete a Simas fazer de sua
filha uma mulher muito feliz. A cerimônia é linda, e o vestido e os adornos de
Ieda são deslumbrantes. Temos uma cena primorosa. E eu gosto bastante daquela
chuva de pétalas que cai sobre eles, indicando, por um momento, que tudo será
uma felicidade eterna. Há danças, alegria, e muito amor envolvendo os dois. Mas
nem tudo são flores, porque Faruk praticamente invade a festa com sua
petulância e disposto a provocar Sansão. Ele ainda não aceitou muito bem uma
segunda derrota para o hebreu, e quer causar mais uma rivalidade com sua
presença inoportuna. E ele quase consegue. Mas Simas impede que a festa termine
com uma briga, e já que Faruk e seus amigos estão em sua casa, ele permite que
eles fiquem, porque são seus “convidados de honra”. Assim, percebemos que os
dias das bodas poderá não terminar muito bem…
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