Sansão e Dalila – O palácio de Gaza
“SEREI
UMA MULHER PODEROSA, MYRA. E POBRE DE QUEM TENTAR ME IMPEDIR”
Dalila
descobriu da pior maneira possível que viver em meio ao luxo do palácio de Gaza
não significava tanta estabilidade e prestígio. Ela teve a infelicidade de
contar com a inimizade de Tais, a cortesã que, ao sentir seu posto de
“preferida” do príncipe ameaçado, envenenou
Hannah contra Dalila, para que a chefe das cortesãs a castigasse cruelmente por
ter saído do palácio sem sua permissão. Hannah jogou Dalila em meio a vários
homens para que ela fosse obrigada a satisfazer o desejo de todos eles, ou
seja, ser violentada. E Dalila não teve escapatória em meio a todo aquele
horror. Foi triste vê-la, depois, jogada no chão do palácio, nua, como se sua
vida tivesse acabado pela segunda vez… afinal ela já havia sofrido um abuso
antes, de seu padrasto Rudiju. Seus sonhos pareciam ter acabado, mas ela ergue-se
novamente contando com a ajuda de Cário, o jardineiro do palácio de aspecto
medonho, mas de alma pura, que cuida dela depois de tudo.
Aliás,
ter colocado um personagem de aparência monstruosa, porém, com uma bondade
enorme, foi uma ideia genial que eu achei que super encaixou na história. Cário
presenciou o abuso que Dalila sofreu nas mãos daqueles homens, e embora não pudesse
fazer nada, ele transbordou ternura ao cuidou dela… quando lhe dá banho, por
exemplo, e lava o corpo dela na intenção de amenizar mais aquele sofrimento na
vida de Dalila. Ele havia se afeiçoado a ela, e ela havia ganhado um amigo. Mas
ter sofrido o castigo cruel de Hannah só fez Dalila se fortalecer dentro do palácio.
Agora, ela estava pronta para a guerra,
e sabia quais armas manejar para vencer. Eu gosto de como ela surge altiva
depois de tudo, como se o que tivesse sofrido na noite anterior não a tivesse
atingido em nada. Ela sabe que pode estar cercada de serpentes, mas não está disposta a dar a elas o gosto de vê-la
caída. As coisas começam a mudar para ela dentro do palácio, agora, de forma
positiva… Dalila estava se aproximando do príncipe de Gaza cada vez mais.
Quando
Hannah busca por Dalila no palácio, ela se depara com a nova cortesã na
companhia do príncipe Inárus, e não gosta nada de ver que Dalila está se tornando
a preferida do Soberano por conta própria. E aquele sorrisinho que Dalila lhe
dá com ar de superioridade é SENSACIONAL. Então, Hannah passa a engolir algumas
coisas, porque Dalila está se ascendendo em um ambiente onde era ela quem dava
a palavra final. E é maravilhoso quando ela vai falar com Dalila para tirar
satisfações sobre ela ter estado com o príncipe sem sua permissão, porque
Hannah enxerga aquilo como uma afronta. Quanto a Dalila, ela é propositalmente
calma em suas palavras, e sua “paciência”
velada provoca, quando ela diz a chefe das cortesãs que ela “não a afrontou,
que foi apenas atender a um chamado do príncipe”, e que não a “avisou porque
Hannah não estava por perto”. E é ainda mais delicioso ouvir Dalila dizer que vai se encontrar com o príncipe
novamente, porque sua companhia parece ter agradado o Soberano. MARAVILHOSA!
Assim,
enquanto Dalila vai usando seu poder de beleza para ganhar destaque, Hannah
precisa começar a aceitar que Dalila não é mais uma simples cortesã, e que
dominá-la está fugindo de seu controle. E isso fica evidente quando Dalila traz
sua amiga Myra, que Hannah já havia expulsado uma vez, para viver entre as
cortesãs… então, Tais vai mostrar à Hannah que Dalila foi capaz de
desobedecê-la, ao levar uma mulher sem sua autorização para dentro do palácio.
E quando as coisas estão prestes a explodir, Dalila revela que o fato de sua
amiga estar ali foi uma permissão do príncipe Inárus, porque ele permitiu que
ela fosse buscar Myra para morar ali. Logo, Hannah tem que suportar mais aquela
afronta, cheia de ódio por estar sendo desafiada. E ela sabe que Dalila está
passando de todos os limites. Influenciada por Tais, seu ódio por Dalila só
aumenta, e Hannah quer destruí-la antes que perca o controle sobre suas funções
no palácio, e Dalila passe a mandar mais do que ela.
Uma
suposta oportunidade de derrubar Dalila surge para Hannah, quando ela escuta
uma conversa entre Dalila e Myra sobre a possibilidade de os soldados
descobrirem o que elas fizeram com Rudiju e virem atrás delas para prendê-las.
Logo, Hannah vai pedir a ajuda do Comandante Abbas, seu amante de anos que já
não se importa mais com ela para nada, a não ser usá-la para seus prazeres
sexuais quando lhe convém… Hannah quer que ele averigue o fato de Dalila ser
uma criminosa infiltrada dentro do palácio, mas Abbas não acha que lidar com
cortesãs seja uma tarefa para ele, e Hannah já fez um trabalho melhor quanto a
isso, enquanto ela diz o mesmo a ele, que em outros tempos não deixaria o
príncipe correr riscos. E ela insiste que Dalila e Myra são criminosas, e
coloca em questão o fato de Dalila ser diferente, porque ela seduziu o príncipe
Inárus, além de estar cada vez mais próxima a ele. Sem a ajuda de Abbas, Hanna,
então, precisa agir por conta própria, e empecilhos na vida de Dalila estavam
por aparecer.
Porém,
enquanto Hannah não consegue provas, Dalila se ausenta do palácio para ir ao
Vale do Soreque, a fim de ajudar sua mãe e levá-la para viver com ela em Gaza,
ela é rejeitada. E sua mãe lhe diz coisas horríveis, como pedir que ela não a
chame mais de mãe, acusando-a de ter desgraçado sua vida, enquanto Dalila lhe
fala sobre Rudiju ser o responsável por ter acabado com a família que elas duas
formavam. E em troca de seus argumentos, Dalila escuta as piores palavras que
uma filha poderia ouvir de uma mãe: “A nossa família acabou no dia em que você
veio ao mundo, Dalila”. E ela é expulsa por sua mãe, que a manda voltar de onde
veio, porque seu lugar não é mais ali. Então, Dalila vai chorar à beira das
águas do Vale, dando razão a sua mãe – “Tem razão, mãe. Sua filha não existe
mais. E aqui não é o meu lugar”. Assim, ela vai embora de vez do Vale do
Soreque para nunca mais voltar. Aliás, ela nem deveria ter ido, porque uma
mulher que prefere um homem à própria filha, sabendo que ele nunca prestou,
além de ser agredida diversas vezes, não merece mais o carinho e o amor de uma
filha.
Dessa
maneira, triste por ter sido rejeitada pela mãe, Dalila volta para Gaza, e as
coisas já não estão mais como ela deixou. Hannah aproveita a ausência de Dalila
para mandar Myra embora do palácio, porque ela não tem nenhum talento para ser
cortesã… Myra “não sabe dançar, não é bonita, e só serve para ser uma meretriz
de rua, do nível mais baixo que uma mulher pode chegar”. Mas ela implora para
que Hannah não a expulse, porque pode se esforçar. Assim, Hannah decide que ela
será melhor como criada, e humilha Myra, a rebaixando a cuidadora dos porcos.
Porém, com sua volta, Dalila a enfrenta pela amiga, e traz Myra de volta para
dentro do palácio. Só que Myra está com medo, porque Hannah deu indícios de que
sabe algo sobre o crime que elas cometeram contra Rudiju. Por outro lado,
Dalila a tranquiliza, garantindo que as coisas vão mudar dali em diante. Logo,
Dalila toca no ponto fraco de Hannah: a paixão que a chefe das cortesãs sente
pelo Comandante Abbas.
Dalila
já havia se insinuado para ele na frente de Hannah. E agora, ela o tinha seduzido
para que ele a tirasse do cargo de chefe das cortesãs para colocar Myra em seu
lugar. E é uma delícia ver Dalila anunciando que sua amiga é a nova chefe…
Hannah zomba das duas, não acreditando muito naquilo, porque, claramente, Myra
é uma desengonçada que não leva o menor jeito para liderar as cortesãs. Mas
quando Dalila revela que Abbas foi quem nomeou Myra, porque Hannah perdeu o
“frescor da juventude”, e já estava na hora de “substituí-la”, Hannah se
descontrola e ameaça Dalila. Então, o inesperado acontece quando ela vai à
cidade e descobre, através de uma antiga conhecida, que um “viajante foi
morto” no antigo prostíbulo onde ela trabalhava. Assim, Hannah segue as pistas
e chega até o criminoso que ajudou Dalila e Myra com o assassinato de Rudiju, e ela
consegue a arma do crime… e enquanto Dalila jura que será “uma mulher poderosa,
e pobre de quem tentar impedi-la”, Hannah pode frustrar seus planos com o que
descobriu. Agora, o poder e a influência de Dalila estão ameaçados pela
chantagem de sua inimiga…
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