Sansão e Dalila – Sansão se apaixona por uma filisteia
“VOCÊ
PODE NÃO ACREDITAR, MAS EU VENHO AQUI QUASE TODA SEMANA EM BUSCA DE ALGO QUE
NÃO SE COMPRA”
A
paixão de Sansão por uma filisteia é uma parte bíblica da história deste
personagem tão marcante. Segundo a Bíblia, o envolvimento do hebreu mais forte
de todos os tempos com uma mulher do povo inimigo realmente aconteceu… mas o
relato desse romance, assim como quase tudo sobre a descrição da vida de
Sansão, é um tanto quanto vago e raso demais para entendermos como tudo
realmente aconteceu. Na minissérie, temos toda essa trama se desenvolvendo de
uma forma romântica, delicada e linda, que, por sinal, me agradou muito. E essa
história nos é apresentada com elementos que a tornam mais interessante, como os
obstáculos que Sansão tem que enfrentar para viver esse amor: a não aceitação
de seus pais por ele ter escolhido uma filisteia para esposa; a falta de
compreensão de seu povo com essa decisão tomada por ele; a convivência com a
idolatria e a cultura de um povo inimigo, e sua luta com um rival que também
está disposto a ter a filisteia como mulher – tudo isso mesclando ficção com
relatos bíblicos, sem desviar da essência da fascinante história de Sansão. E
eu acho isso tão genial!
A
história de Sansão com a filisteia Ieda começa quando eles se apaixonam à
primeira vista ao se verem na feira de Timna, depois que ele estende sua mão
para ajudá-la a se levantar de uma queda e seus olhares se cruzam. É tudo tão
romântico, que você até esquece que se trata de uma história conhecida, da qual
você já sabe o desfecho, e passa a querer torcer pelo casal. A Ieda que
conhecemos na trama é doce, amável e sensível, por isso é tão fácil nos encantarmos
facilmente por ela… e eu gosto bastante de como o roteiro coloca os personagens
filisteus de forma bastante humanizada. Eles e os hebreus tinham suas sérias
divergências, e eram vistos pelo povo do “Deus do invisível” como idolatras de
práticas abomináveis. A Bíblia, consequentemente, os relata de forma negativa,
quase sempre em oposição aos israelitas. Mas isso não quer dizer que entre os
filisteus não havia amor, carinho, compaixão, sentimentos comuns em qualquer
pessoa, afinal, eles também eram humanos. E eram capazes de amar.
Assim,
Sansão fica perdidamente apaixonado pela filisteia que ele nem sequer sabe o
nome. E ele insiste em voltar a Timna em busca dessa mulher que já não sai mais
de sua mente. E enquanto Héber tenta convencê-lo a buscar uma esposa entre os
hebreus, Sansão acredita que essa pode ser a “chance de trazer a paz entre os
dois povos”. Mas seu amigo discorda, até porque, Sansão derrotou os filisteus
que tentaram ocupar as terras de seu povo, e eles podem querer “vingança”.
Aliás, não foi nada difícil para Sansão derrotar a tropa que Faruk estava
comandando, naquela batalha que teve início no fim do primeiro capítulo e ficou
como um gancho perfeito para o seguinte… Sansão usou apenas de sua força física
para acabar com aqueles soldados filisteus. E eu adorei a sequência em que ele
vence Faruk sem grandes esforços, quebrando sua espada com as mãos, o erguendo
no ar pelo pescoço e ordenando, com fúria, que seu oponente voltasse para o seu
povo e dissesse ao seu Príncipe que ele não voltasse a atentar contra eles…
E
quando Faruk declara que Sansão “se arrependerá de não o ter matado”, o hebreu
diz que é ele quem vai se arrepender se não disser o que ele ordenou ao seu
superior, e que “não terá piedade de se vingar de um povo que tanto oprime os
verdadeiros donos daquela terra”. Ali, começava a se cumprir o que o Mensageiro
de Deus havia dito a Zilá no passado, “que ela daria à luz a um filho, e que
ele libertaria o povo hebreu de seus inimigos filisteus”. E os pais de Sansão
sabiam que as palavras do Mensageiro começavam a se cumprir. Depois de derrotar
Faruk, e ainda ordenar que ele entregasse um pedaço da espada quebrada ao
Príncipe, como uma lembrança dele e dos herdeiros de Dã, Sansão é aclamado pelo
seu povo por conta de sua vitória, e Jidafe passa a querer que ele fique mais
junto dos hebreus e que ocupe um lugar de liderança entre eles, afinal, ele já
conquistou o povo, e isso é o que esperam dele. Mas a mente e o coração de
Sansão estão em outro lugar, ou melhor, em outra pessoa: na filisteia.
Mas
ele nem imagina que Ieda já tem um pretendente, e que esse homem é
justamente Faruk. Logo, teríamos problemas vindouros quanto a isso, embora,
talvez, um ponto estivesse a favor de Sansão, porque a fama da derrota de Faruk
para um hebreu já corria entre os filisteus, e o pai de Ieda não está disposto
a entregar a mão de sua filha a alguém que não pode protegê-la, o que para ele
é o caso de Faruk. Mas o soldado não se dá por vencido, argumentando que o que
andam falando dele não é verdade. E ele não desiste de tomar Ieda por esposa.
Enquanto isso, o romance de Sansão com Ieda vai se desenvolvendo. Eles se
encontram novamente em Timna, em uma cena linda: entre tecidos esvoaçantes e
seus olhares buscando um ao outro. A estética da cena é maravilhosa, dando um
encanto para mais um momento dos dois. Só que mais uma vez eles não conseguem
conversar… mais tarde, um novo encontro acontece, e, dessa vez, eles finalmente
podem trocar palavras. Ieda busca por ele na feira, e Sansão a surpreende.
Ela
fica assustada com a forma como ele a leva rapidamente para um lugar reservado
– “Por favor, não grite” / “É o que eu vou fazer se você não me soltar”. Então,
ele explica que só está fazendo aquilo para não chamar a atenção dos soldados.
E quando ele pergunta se ela se lembra dele, Ieda percebe que ele é hebreu, e
aquilo a deixa com um certo receio, afinal, a rivalidade entre seu povo e os
hebreus é grande. Mas a conversa vai tomando um caminho mais tranquilo e
romântico, quando ela quer saber o que ele faz naquele lugar, e Sansão lhe diz
que tem ido até ali “toda semana em busca de algo que não se pode comprar” –
“Além de hebreu é louco?”. Ieda gosta daquelas palavras, enquanto ele fala que
“procura por uma mulher que nem sabe o nome, mas que tem o sorriso mais doce
que o mel”. Assim, ela espera, sabendo que é ela, “que ele encontre essa mulher
sem nome ”, ao que Sansão lhe diz já ter encontrado, e que “se não é uma
ilusão, está a um passo de descobrir seu nome”. Então, eles quase se beijam,
mas Ieda se desvencilha, dizendo que precisa ir. Parece que as filisteias não
eram nada fáceis, não?
Mas
um acontecimento a faz revelar seu nome, quando Sansão impede que um bloco de
pedra gigante, caindo acidentalmente de uma em construção, atinja Ieda. E ele é
forte o suficiente, e como sempre, para segurar a pedra antes que Ieda morra
com o impacto do peso sobre si. Assim, é ele quem precisa ir embora agora,
porque se expôs demais. Então, depois de ajudá-la a levantar-se e saber que ela
está bem, Ieda segura forte sua mão, o agradece, e revela quem é – “Ieda. Eu me
chamo Ieda”. E Sansão gosta de saber a identidade da mulher por quem já está
apaixonado, e ele diz, feliz, que voltará em alguns dias. É quase uma cena de
conto de fadas, onde o herói salva a mocinha e se torna um príncipe para ela.
No reencontro, e ela quem brinca, ao dizer a ele que “procura por um homem sem
nome” – “Eu me chamo Sansão”. Logo, o inevitável acontece: eles se beijam de
forma romântica, e Ieda fica apaixonadamente
constrangida após o beijo (linda).
Logo,
ele pede para que ela não se envergonhe, e pergunta a ela se não lhe agrada –
“É claro que sim!” / “Então acredite em mim. Será minha esposa. E eu farei de
você a mulher mais feliz de todas”. E Ieda acredita naquelas palavras, porque
são verdadeiras… depois, eles são surpreendidos por Ama, e ela precisa ir
embora com Ieda às pressas porque viu Faruk na feira, e se ele flagrar Ieda com
outro homem, com certeza haverá problemas. Assim, eles se despedem rapidamente,
enquanto Sansão fala sobre ir conhecer o pai dela. Mas Ieda prefere que ele espere
um tempo, para que ela tenha a oportunidade de falar com ele primeiro. Agora,
ela terá a difícil missão de dizer a seu pai que tem um novo pretendente por
quem está interessada, diferente de Faruk a quem não ama. Porém, o mais difícil
não será revelar que tem um novo pretendente, e, sim, que ele é um danita que
usa tranças, ou seja, um hebreu…
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