O Outro Lado do Paraíso - Nádia descobre o romance de Bruno e Raquel
Após
ver Bruno e Raquel trocando carícias no show de Simone e Simaria, Ivanilda
(Telma Souza) acaba contando para Lorena (Sandra Corveloni), mulher do
delegado, ao melhor estilo fofoqueira de salão, que viu Bruno em momentos de intimidade
com a empregada de Nádia. Sem perder
tempo, Lorena logo convida a esposa do juiz para um encontro de “amigas” em sua casa. Nádia percebe de
imediato que Lorena quer lhe contar alguma fofoca. Só não esperava que algum
membro de sua família estivesse envolvido.
Lorena,
então, desenrola a língua fofoqueira de dentro da boca, e conta o que descobriu
sobre Bruno e Raquel no salão de Nicácio. Já desconfiada de que o filho
estivesse “pegando a empregada negra”, como ela diz, Nádia
sai da casa de Lorena e quase vê os dois aos beijos na sala de sua casa. Um
tempo depois, aconselhada pela amiga a chegar em casa às escondidas para flagrar
os dois, a patroa preconceituosa e racista consegue ver o filho com a jovem
doméstica se beijando em um local mais discreto da casa.
Sem que eles percebam que está por perto,
Nádia escuta Bruno falar com Raquel sobre casamento, e não gosta nada da ideia
do filho envolvido com uma “preta”. Ela
diz a si mesma que Bruno jamais se casará com uma negra de quilombo.
Quando
todos saem de casa, Nádia aproveita para expulsar e demitir a jovem doméstica.
A esposa do juiz humilha Raquel por ser negra e a chama de VAGABUNDA, a
ofendendo de várias maneiras. Nádia faz com que Raquel assine os papéis com
todos os seus direitos de funcionária acertados, e a escorraça de sua casa. A
moça, coagida e sem saída naquela ocasião, aceita os termos da patroa, mas diz
que Bruno e ela se amam, e que só está suportando as provocações da megera por amor a ele.
Antes de
sair da casa de Nádia para sempre como doméstica, Raquel promete para a
ex-patroa que ela se arrependerá por tê-la humilhado, e por seu racismo nada escondido. Mas Nádia nem se
importa com as palavras que a jovem diz, pois para ela, nada poderá atingir
alguém que tem prestígio e dinheiro na sociedade. Seu olhar é altivo para com a
moça, como se Raquel fosse menos que um animal por ser negra.
A jovem que até o momento havia segurado suas
lágrimas para não dar à Nádia o gostinho
de vê-la chorar, do lado de fora dos domínios da residência, não se aguenta, e
derrama suas lágrimas por conta das humilhações. Uma cena “paralela” nos é mostrada, onde Raquel corre em meio a uma estrada
de terra, vestida com roupas esfarrapadas e acorrentada pelos pés como se fosse
uma escrava, o que nos dá a entender
como o negro ainda é tratado no Brasil. Como ESCRAVO.
Opinião do Blogueiro
Eu chorei ao assistir a cena em que Raquel é
tratada como um lixo por ser negra, e por esta condição, a personagem Nádia já vinha
humilhando a moça em diversas cenas na novela, tratando sua funcionária de
forma humilhante, … “Aquela preta!…Negra
do Quilombo"…era uma das frases mais usadas pela personagem de Eliane Giardini, além de tentar provocar
Raquel sempre que podia, rebaixando a jovem por conta de suas raízes e origem
humilde, com piadinhas como se o Quilombo fosse um local onde a civilização não
tivesse chegado. Portanto, Raquel, ao seu ver, seria uma “preta” sem o menor conhecimento do mundo, embora a jovem sempre com
educação rebatesse as afrontas da patroa.
Falando
de Érika Januza, a atriz passou tanta
verdade na tela juntamente com Eliane,
que estava detestavelmente brilhante no papel da patroa preconceituosa, que parecia
algo real, e de fato era, e ainda é. Milhões de negros sofrem preconceito pelo
simples fato de serem negros, por não serem de uma classe social mais abastada
financeiramente, por serem pobres, entre tantos outros motivos. É de cortar o
coração! Um tema como o preconceito
contra os negros infelizmente ainda tem que ser mostrado nas telenovelas, na
tentativa de combater o CRIME. Um assunto que já poderia ter sido banido da
teledramaturgia se o nosso país tivesse vencido a discriminação. Abordar a temática é algo que Walcyr Carrasco está fazendo muito bem em O Outro Lado do Paraíso, pois o Brasil precisa se conscientizar que
todos nós temos uma grande dívida com os negros pelos séculos de escravidão que
os submetemos em nossa terra.
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