Hoje é dia de 300 – Cinco novelas que marcaram época!
OBRIGADO
POR ME ACOMPANHAR ATÉ AQUI!
É
dia de comemorar. O “Hoje é dia de
NOVELA” está completando 300 postagens! E é com uma enorme satisfação que
venho celebrar esse momento, falando um pouquinho de cinco grandes novelas que
marcaram a minha vida e a história da dramaturgia brasileira. E eu devo dizer
que é bem difícil escolher um TOP FIVE
dentre tantas obras que amamos – se você é um noveleiro como eu, deve saber o
quanto é complicado apontar àquela que mais gostamos, não é mesmo? Mas os
folhetins escolhidos para serem comentados nesta postagem de comemoração
tiveram seu enorme destaque na história das novelas brasileiras, foram campeãs
em audiência e conquistaram os telespectadores com suas tramas incríveis,
revolucionárias, comoventes e impactantes. Então, vamos relembrar algumas
dessas histórias inesquecíveis?
ESCRAVA ISAURA (1976):
Com uma belíssima adaptação do romance de Bernardo Guimarães para a televisão,
Gilberto Braga conseguiu fazer de “Escrava
Isaura” um clássico! A novela é uma das mais exportadas da Globo, fazendo sucesso por onde passou,
principalmente na China, onde o êxito foi estrondoso. Lucélia Santos fazia sua
estreia naquele ano, um rosto desconhecido que rapidamente se tornou um dos
mais queridinhos do país. Eu não era nascido quando a novela estreou, mas como
bom noveleiro, não perdi a oportunidade de acompanhar essa grande história de
amor, e luta pela abolição da escravatura, através do compacto lançado pela
emissora carioca. E o que mais me chamou a atenção em “Escrava Isaura” foi o seu roteiro simples e delicado, sem grandes pretensões,
acho que esse foi o grande trunfo do Gilberto Braga, que deu ao público o que
ele tanto queria em uma novela: a eterna luta do bem contra o mal, com o bem
vencendo no final. A trama da escrava branca, criada em meio ao luxo, mas que
sofre com o desejo e a perseguição doentia de seu senhor – Leôncio – será
sempre inesquecível. Uma novela linda, que eu recomendo a todo noveleiro que
ainda não a tenha visto. Vale a pena!
MULHERES DE AREIA (1993):
Essa não é uma simples história de gêmeas. E a história das gêmeas mais famosas
e amadas do Brasil: Ruth e Raquel! É muito fácil falar sobre os motivos pelos
quais este remake de Ivani Ribeiro deu
tão certo: um elenco de peso; uma sensacional trama envolvendo a rivalidade
entre irmãs gêmeas pelo amor de um mesmo homem; personagens inesquecíveis, como
Tonho da Lua (Marcos Frota), Malu (Vivianne Pasmanter) e Alaor (Humberto
Martins), entre outros… além, é claro, do magnífico desempenho de Glória Pires em
cena, se desdobrando para nos presentear com uma interpretação maravilhosa de
uma gêmea boa e outra má. “Mulheres de
Areia” foi outro fenômeno de audiência, e essa versão de 1993, que mescla
outro sucesso de Ivani – “O Espantalho”
–, também já pode ser considerada um clássico! As cenas de Ruth e Raquel
traziam o melhor que a tecnologia da época tinha a disposição. E eu me lembro o
quanto ficava fascinado em ver as duas personagens em cena. Um trabalho
primoroso, com destaque também para o figurino das gêmeas e a grande química
entre Glória Pires e Guilherme Fontes, os grandes protagonistas dessa história
que sempre dá saudade.
A VIAGEM (1994):
Este é outro remake de Ivani Ribeiro que
vale a pena ser comentado, tanto pelo seu sucesso quanto pela qualidade. Particularmente,
eu não tenho uma ligação muito intensa com a novela – acho que eu tinha medo do
Alexandre (rs) –, mas eu preciso reconhecer o mérito que ela tem. E acho que
hoje em dia eu até a assistiria com mais atenção. “A Viagem” foi aquela novela que sempre fez sucesso, tendo mais de
uma reprise no “Vale a Pena Ver de Novo”,
e uma outra, na íntegra, pelo Canal Viva… e falando dessa história, uma das
coisas que eu mais gostei no roteiro foi a forma delicada e respeitosa com que
trataram a Doutrina Espírita de Kardec. Na novela, toda a questão da
reencarnação e vida após a morte, tratada com clareza, alimentou o imaginário dos
telespectadores, e eu confesso que era gostoso assistir as cenas do Paraíso. Também
tínhamos o “Vale dos Suicidas”, onde Alexandre vagou por alguns capítulos até
ganhar sua redenção espiritual. E falando nele, hoje posso enxergar, sem medo,
a composição maravilhosa do personagem de Guilherme Fontes como o espírito
obsessor que atormentava metade do elenco. Com certeza, o trabalho de maior
destaque na carreira do ator. E a novela, como um todo, é outro grande clássico
da nossa dramaturgia.
O CRAVO E A ROSA (2000):
Uma das melhores novelas de Walcyr Carrasco! E o que era para ser apenas 90
capítulos, acabou virando 221 – Haja criatividade para sustentar tanta trama,
hein? Mas o Walcyr deu conta, e a história da feminista que não queria se casar,
e do brutamonte ignorante e rude, rendeu ótimas gargalhadas. Inspirada na obra “A Megera Domada”, de William
Shakespeare, “O Cravo e a Rosa” tinha
aquele tom teatral maravilhoso, o que
nos dava a sensação de estarmos assistindo a uma peça de teatro em tempo real. As
inúmeras cenas de briga entre os personagens centrais eram sensacionais!
Catarina e Petruchio eram garantia de sucesso, e precisamos sempre aplaudir Adriana
Esteves e Eduardo Moscovis pela química espetacular dada aos personagens, que
viviam em pé de guerra, mas que se amavam como nunca. Um outro destaque da
novela era Bianca, interpretada por Leandra Leal. A personagem era uma contradição
da irmã Catarina, a mal-humorada. Bianca era uma jovem doce e romântica, que
conquistou o público ao som de “Olha o
que o amor me faz”, de Sandy e Junior. Graças a um roteiro pra lá de
engraçado, com a genialidade de Walcyr Carrasco para a comédia, “O Cravo e a Rosa” se tornou uma das
novelas mais lembradas do horário das seis. Merecido!
O CLONE (2001):
Uma novela OUSADA, e com uma difícil missão para a época: convencer o público
de que a cultura islâmica não tinha nada a ver com o atentado terrorista ao World Trade Center em 11 de setembro de
2001, pouquíssimas semanas antes da estreia da novela. Mas o amor proibido da
muçulmana Jade e do brasileiro Lucas venceram todas as barreiras e preconceitos
contra uma tradição que estava sendo odiada naquele momento da história,
conquistando o Brasil e garantindo o sucesso da novela. Eu gosto de muitas
coisas em “O Clone”: a forma como a
cultura muçulmana foi retratada; a abordagem sobre a clonagem humana; o forte
apelo da campanha antidrogas, com destaque para os personagens Mel e Nando,
brilhantemente interpretados por Débora Falabella e Thiago Fragoso; os bordões maravilhosos
– “Cada mergulho é um flash” / Não é brinquedo, não” –, e os maravilhosos
protagonistas, Jade e Lucas (mais a Jade, claro!). A novela lançou moda, nos
fez refletir sobre os muitos temas abordados, e nos encantou com uma linda
história de amor, mesclando uma tradição “intocável” com a modernidade. Há muito
o que comentar sobre esse NOVELÃO, mas esse texto ficaria extenso demais.
Então, tudo que ainda posso dizer é que Glória Perez sempre foi uma autora
visionária, e que “O Clone” é uma
novela inesquecível demais! “SOMENTE POR AMOR / A GENTE PÕE A MÃO…” (rs)
Ficamos
por aqui, galera. Muito obrigado por tudo, e vamos que vamos... rumo ao “Hoje é dia de 400”. Até mais!
Para
mais Postagens Especiais, clique
aqui.
Comentários
Postar um comentário