O Outro Lado do Paraíso – Último Capítulo (11 de Maio de 2018)
“TUDO
O QUE VOCÊ FAZ, UM DIA VOLTA PRA VOCÊ”

Grande
parte do último capítulo da novela centrou-se no desfecho da vilã Sophia Montserrat,
brilhantemente interpretada por Marieta Severo – já podemos dizer que a malvada
também entrou para a galeria de vilãs icônicas como Sophia “mãos de tesoura”,
virando meme e sendo aclamada pelos
fãs da novela! E esse apelido faz jus à personagem, não? (eu o acho
sensacional!) Começamos a vislumbrar seu fim, e sua decadência total, quando
são incluídas duas importantes testemunhas em seu julgamento: a Grande Mãe do
Quilombo e Mariano. Logo, Sophia tinha muito o que temer ao saber que o
ex-amante que ela tentou assassinar estava vivo. O Mariano parecia ser a única
pessoa por quem Sophia sentiu algo durante toda a trama, e o único pelo qual
ela teve remorso por ter assassinado, como ela pensava… afinal de contas, ela o
desejava descontroladamente. Mas a chantagem dele a levou a cometer o crime.
Depois do depoimento da Grande Mãe, que consistiu em contar como ela encontrou
Mariano ferido e de como cuidou dele, temos o testemunho do próprio.
Abel
pede para que ele relate “em que circunstâncias se deu o seu desaparecimento”.
Então, Mariano começa falando sobre sua relação de anos com Sophia, uma relação
que ela nunca assumiu publicamente como ele sempre quis quando estava com ela –
e vale a pena relembrar rapidamente das inúmeras cenas de pegação entre a vilã e o garimpeiro nas minas de esmeraldas (a vilã
tinha um apelo sexual que eu amava ver em cena). Depois, ele fala sobre a
chantagem que fez a ela quando descobriu os “podres” de seu passado e tudo o
que ela “já tinha nas costas”, e que para não contar nada pediu uma “casinha em
Pedra Santa e dinheiro”. E ela aceitou lhe dar tudo o que queria. Assim, o
relato da tentativa de assassinato não demora para chegar ao conhecimento de
todos no julgamento, quando Mariano confronta Sophia falando sobre ela ter lhe
pedido um “abraço de despedida”, o momento que ela aproveitou para dar as tesouradas.
Mariano, então, revela como conseguiu sair da cova que foi enterrado, depois de
acusar Zé Victor de ter ajudado Sophia a enterrá-lo…

Assim,
ela chega na chantagem de Laerte, dizendo que seu mundo ia desmoronar; que
perdeu a cabeça; que todos começaram a chantageá-la, e que tinha que se
defender. Então, sem saída, ela banca a vítima – “Eu é que sou a vítima” – e
confessa que foi por chantagem que matou, e que cometeu os crimes para
defender-se delas… então, o júri faz sua votação, e Sophia é considerada
culpada por unanimidade. Mas antes de dar a sentença, Raquel decreta a prisão
de Zé Victor por “falso testemunho e cumplicidade em tentativa de homicídio”.
Adorei! Só que a vingança de Clara ainda não estava completa, ela queria algo a
mais que uma simples penitenciária para Sophia pagar por tudo que lhe fez no
passado… logo, Abel apresenta uma moção à Raquel, e o julgamento é suspenso. Na
cadeia, Sophia começa a provar da Lei do
Retorno com mais intensidade, quando Samuel lhe faz uma visita profissional
com uma junta médica para uma avaliação psiquiátrica de Sophia, conforme pedida
na moção. E isso ia pesar ainda mais na sentença da assassina.
De
volta ao tribunal, Samuel fala sobre a avaliação psiquiátrica de Sophia,
dizendo que “a ré não demonstra nenhum sentimento de remorso pelos crimes que
cometeu e nem pelas vidas que ceifou”. E ele apresenta o laudo que atesta que
Sophia é psicopata, e, mais que isso, que ela “tem uma personalidade impulsiva
e transtorno de controle dos impulsos assassinos”… e que sua orientação, e a de
seus colegas psiquiatras, é que ela seja levada a um Manicômio Judiciário”.
Então, o jogo vira completamente, e Clara consegue concluir sua vingança
completa contra sua arqui-inimiga, como sempre quis. Raquel dá a sentença de
Sophia, declarando que o júri decidiu seguir a avaliação psiquiátrica, e que
segundo ele, “a ré não está em plena posse de suas faculdades mentais, sendo
incapaz de controlar seus impulsos assassinos… e diante disso, o tribunal
determina que Sophia seja transferida imediatamente para um Manicômio
Judiciário, e que só saia quando tiver alta médica dada por uma junta de psiquiatras”.
É o fim de assassina da tesoura!

CLARA, GAEL, RENATO E
PATRICK
Como
eu disse no início, minhas críticas estão espalhadas pelos muitos textos que
escrevi sobre a novela. Mas uma delas eu reservei para este texto de
encerramento da trama. E essa crítica envolve os grandes personagens citados
neste subtítulo. Primeiro, eu gostaria de destacar o mal desenvolvimento do
roteiro em relação a vida amorosa de Clara. A protagonista passou a novela
inteira pensando tanto em vingança, que acabaram esquecendo de construir um
romance crível para ela. Apesar de ter torcido por um romance entre Clara e
Renato no comecinho da novela – e que fique claro que foi bem no comecinho
mesmo, muito antes de descobrirmos que, na verdade, ele era um vilão (rs) –,
quando Renato teve uma chance com Clara, e ainda não sabendo que ele era do mal, não rolou vontade nenhuma de torcer
pelo casal, porque ela não o amava e só o enxergava como um amigo. Logo,
descartemos essa história como sendo uma possibilidade de romance na vida da
protagonista.
Já
no que diz respeito ao romance de Clara com Patrick, quando eles finalmente
tiveram a oportunidade de ficarem juntos, tudo foi interrompido pela doença da
insuportável da Adriana… e a Clara abriu mão do maravilhoso advogado porque a
irmã chata o amava, e ela não queria ficar entre os dois. Inaceitável essa
parte do roteiro! Simplesmente porque Patrick não amava Adriana, e seria forçar
demais a barra se do nada decidissem unir a mimada com o cara mais legal da
novela. E depois veio aquela bobagem do Walcyr
querer fazer suspense sobre Clara estar em dúvida entre ficar com Patrick ou
Gael, depois que ela se aproxima do ex- marido espancador para fingir um
romance com ele a fim de fazer com que Patrick acreditasse que ela não o amava
mais. Ridículo! Principalmente pelo fato de uma possível volta de Clara com o
homem que a agredia… apenas com essa possibilidade sem noção, o Walcyr jogou fora toda a campanha contra
violência doméstica que a novela abordou no início.
Quanto
a Gael, ele passa por uma transformação aceitável na novela: a tal redenção. Eu
deixei de repudiar o personagem pelas atrocidades que ele fez contra Clara na
primeira fase do folhetim. E eu achei que ele merecia uma segunda chance na
vida… menos com a Clara – Isso não. Isso nunca. Pelo amor de Deus! Porém, mesmo
aceitando a mudança de Gael, uma coisa me incomodou bastante nessa “redenção”
dele: o fato de Gael recusar uma ajuda terapêutica para se apegar somente a
ajuda espiritual que veio através da vidente Mercedes. Nada contra o espiritual
fazer parte da recuperação do caráter de uma pessoa, eu até acho que isso seja
válido, desde que seja em conjunto com a ciência… e no caso do Gael, com muita
terapia. Eu sei que o Walcyr é um
autor muito espiritualista, e eu até
aceito que ele resolva algumas questões em suas novelas usando a
espiritualidade. Mas quando abordamos um tema polêmico, que envolve a realidade
da nossa sociedade, como é o caso da violência doméstica, é inadmissível
sugerir ou querer dar a entender que a solução para esse problema venha do além.
O
Gael precisava muito daquela ajuda terapêutica, era essencial para a redenção
do personagem… mas não rolou. Também não estou afirmando que a Mercedes o curou
com seus “poderes”, ela apenas o fez lembrar de onde veio aquela personalidade
violenta que o dominava. E é como eu li em uma certa crítica que compartilhava
do mesmo ponto de vista que o meu a respeito deste mesmo tema: Gael ter
descoberto a raiz do seu mal não justificava ele ter sido um espancador, mas
talvez explicasse o porquê ele era. E isso é um tanto complexo. Enfim! Ele
encontra sua segunda chance neste último capítulo, quando abre mão de lutar
pelo amor de Clara para deixá-la ser feliz com Patrick e vai para o Rio de
Janeiro refazer a vida. Aliás, essa cena dos dois é muito linda. E sempre
concordei que eles deveriam ser amigos, até porque, eles tiveram um filho juntos,
e mesmo com tudo o que Gael fez contra ela no passado, o que ela inclusive
perdoou, não seria legal manterem uma relação negativa diante de Tomaz. De
certa forma, ele até que pagou por sua violência contra Clara quando ela se
vingou dele o colocando na cadeia e, lá, ele foi espancado.
No
Rio de Janeiro, Gael se depara com Taís (Vanessa Giácomo), uma mulher vítima de
violência doméstica… e ele quase a atropela quando ela está fugindo de mais uma
agressão do marido. Então, ele a ajuda a perder o medo e a criar coragem para
denunciar seu agressor. Depois, ele a protege quando ela quer buscar suas
coisas em casa, e a defende de uma tentativa de agressão do já ex-marido –
“Experimenta bater nela de novo”. Gael se identifica com aquela situação,
porque um dia ele já foi dessa maneira. Assim, ele fala para Taís sobre seu
passado de homem agressivo e que perdeu seu amor
por conta disso, mas que mudou… e ela acredita. Logo, ele quer uma chance
com ela, mas Taís tem medo de se relacionar novamente depois de tudo o que
viveu. Então, eles concordam em ir com calma, aos poucos, e no tempo dela… e é
assim que a redenção de Gael lhe rende frutos.

OUTRAS TRAMAS
Neste
último capítulo, temos a concretização da felicidade de Lívia e Mariano,
finalmente sem Sophia para perturbá-los. Eu nunca gostei muito desse personagem
do Cazarré, mas como eu torcia por um final feliz para Lívia, e se esse final
consistia em ela estar com Mariano, eu acabei aceitando os dois juntos no fim
das contas. Para completar a felicidade do casal, Lívia ia ter o filho que
sempre sonhou, e que pensava nunca poder ter por achar que era estéril. Quanto
a Estela, essa foi uma trama bem mal desenvolvida. A novela começou com a
promessa de que o nanismo seria abordado no folhetim, mostrando os obstáculos que
os anões enfrentam na sociedade em vários sentidos. Mas dentro de poucos
capítulos, o nanismo foi ignorado, e tudo o que tínhamos de Estela eram cenas
sem graça da anã com a empregada, ambas esquecidas em uma casa no interior do
Tocantins porque Sophia não queria a filha anã, da qual tinha vergonha,
convivendo com ela na sociedade de Palmas. E para complicar ainda mais a trama
de Estela, inventou-se um triangulo amoroso desinteressante entre ela, Juvenal
e Amaro. E eu preciso dizer que a personagem de Juliana Caldas se tornou mais
uma chatinha na novela por conta disso.
A
cena em que Estela visita Sophia no manicômio, e escuta da vilã que é a “filha
que ela mais ama”, me lembrou o final de Félix e César em “Amor à Vida”. Porém, diferente da emoção que Mateus Solano e
Antônio Fagundes transmitiram na cena de reconciliação, a cena de mesmo teor
entre Estela e Sophia é, além de sem emoção, patética e mal formulada… a Sophia
estava lá, toda desgrenhada e com a cara sofrida por já estar há algum tempo no
Manicômio Judiciário, e ela parecia mais uma louca que não sabia o que estava
dizendo do que uma mãe que realmente reconhecia a filha que tanto rejeitou como
a mais amada. Não convenceu. Não passou verdade! E mudando de trama, preciso
comentar rapidamente sobre o final de Elizabeth, a personagem que mais sofreu
em toda a novela. Eu gosto bastante das últimas cenas da personagem. Realizada
na vida amorosa com Renan, e também na profissional, estreando em grande estilo
com sua grife no SÃO PAULO FASHION WEEK. Achei incrível a novela ter aproveitado a
semana de moda mais badalada do Brasil para encaixar cenas de Elizabeth como uma
grande estilista.
E
já que eu não escrevi textos sobre as tramas dos personagens de Fernanda
Montenegro, Lima Duarte e Laura Cardoso, também não poderia deixar de falar
sobre esse elenco de peso protagonizando cenas maravilhosas com o talento incontestável
de cada um. O romance na terceira idade entre Mercedes e Josafá convenceu
bastante, e era lindo de ver … inclusive, uma das cenas mais lindas e
emocionantes da novela foi o casamento da vidente com o avô de Clara, com um
texto muito bem escrito e uma interpretação maravilhosa de Fernanda Montenegro
e Laura Cardoso, onde Mercedes lhe entrega o primeiro pedaço de bolo e sela de
uma vez por todas o perdão e a amizade entre as duas, esquecendo as intrigas
que Caetana fez no passado para separá-la de Josafá. Mercedes entendendo que
tudo foi parte de um plano superior para que eles pudessem se casar na velhice.
É um momento lindo, emocionante e delicado. Esses três deram um show em cena. Foi um maravilhoso
presente para os telespectadores tê-los no mesmo núcleo da novela.

Depois
de se despedirem da grande Diva no caixão, o bordel entra em festa, após a
chegada de Pabllo Vittar no Love Chic para
fazer a homenagem final a grande Mentora das quengas, cantando o seu hit na trilha sonora da novela, “K.O.”. Eu amei a participação da Pabllo,
mas gostaria de frisar que foi bem
comédia ver o espírito da Caetana dançando enquanto subia para encontrar a luz…
aquilo foi hilário, divertido, cômico e um pouquinho bizarro também (kkkkkkk),
mesmo sendo a despedida ideal para a personagem de Laura Cardoso. A cena final
da novela é de Fernanda Montenegro. Uma cena que me emocionou e que foi um
verdadeiro presente para os fãs da história. Eu achei lindo ela declamando seu texto, que eram as
últimas palavras da novela. Achei maravilhosa a estética da cena, e a ideia de
irem desmontando o cenário com a personagem ainda em cena, enquanto a câmera se
afasta e depois volta fechando naquele close
no rosto e no olhar de Mercedes, a personagem vidente que sabia tudo sobre
o destino dos demais personagens da novela.
“Esta
é a história da Clara. É uma das muitas histórias que acontece no Jalapão, no
Tocantins. Quando o mundo acabar só vai restar o Tocantins. Surgirá uma nova
civilização, sem guerra, sem ódio, baseada no amor, na fraternidade. Até lá, a
luta continua. A luz contra a escuridão. É, e meu Deus, mesmo com sofrimento,
com dor… e porque não, com alegria? A gente vai alcançar a luz maior. A luz
maior! A luz maior!”
São
palavras lindas e poéticas, que comoveram através da interpretação de Fernanda
Montenego… Chorei! Ah, como eu vou sentir saudades dessa novela! Walcyr Carrasco, muito obrigado por mais
esse sucesso que eu tive o prazer de acompanhar!
FIM!
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Walcyr Carrasco vim despedir um favor eu sei escute eu Tiago Cruz de Brito cazeiro luta eu faço 40 anos em Abril eu gostava bianca Bin clara Tavares Sérgio Guizé gael eu gosto muito de ti eu posso ajudar-te fazer pedir clientes autógrafos faz por mim preciso de ti final será Sérgio Guizé bianca bin estamos juntos supressa para ti
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