O Outro Lado do Paraíso (As Vinganças de Clara) – O julgamento de Sophia e a guarda de Tomaz
“EU
NÃO ESTOU ACREDITANDO. EU VOU TER O MEU FILHO DE VOLTA!”
Sophia
se safou de mais uma. Ela conseguiu escapar de ser presa em flagrante quando
estava prestes a assassinar Caetana a tesouradas. E vale a pena destacar a
incompetência da polícia durante a armadilha preparada para a vilã. Agora, ela
podia responder o processo movido contra ela em liberdade, e com um excelente
advogado para sua defesa, o Dr. Maurício, “um grande vencedor de casos difíceis”.
Sophia lhe conta, com detalhes, sobre o crime que cometeu contra o Agenor, para
que Maurício possa defendê-la melhor durante o julgamento – “Foi há muito tempo
atrás. Eu tinha um amante, o Agenor. Eu matei esse homem”. Depois, é hora de
enfrentar um tribunal comandado por Raquel. E as coisas ficam tensas, quando
ela vê Clara entrando com Xodó e não entende muito bem o que seu ex-garimpeiro
está fazendo ali. Então, Maurício lhe diz que ele “é uma testemunha de
acusação”. Assim, Raquel dá início ao julgamento – “Sophia Montserrat, acusada
de quatro assassinatos. A saber, Laerte Rodrigues; Vanessa Moreira; Josimar
Flores, vulgo Rato, e Mariano de Assis”.
Logo,
Sophia teme, porque ela entende que Xodó é a testemunha-chave que Clara tem
contra ela. E Sophia percebe que ele sabe de coisas a respeito de seus crimes.
Então, quando Raquel pergunta se ela “se declara inocente ou culpada”, Sophia
passa mal e tem um AVC em pleno julgamento… e é aquele auê. Raquel, então, precisa dar um recesso, e o julgamento só
voltará quando a ré tiver “condições físicas e mentais” para responder ao
processo. Dessa maneira, Clara ainda não consegue se vingar de sua grande
inimiga. Mas ela já tem um outro problema pela frente: o processo de guarda de
Tomaz. E neste processo, Clara precisa enfrentar Lívia, que também decide lutar
pela guarda do garoto. E eu já perdi as contas de quantos processos “O Outro Lado do Paraíso” foi feita.
Haja processos nessa novela, hein? Na audiência, Raquel começa a julgar a de
guarda de Tomaz, e ela está em posse dos relatórios da Assistente Social sobre
como ele é tratado tanto no lar onde vive e como foi nos encontros que teve com
“a mãe biológica”, a Clara.
E
as coisas estão à flor da pele para ambos os lados. A Lívia tirou o Tomaz da
Clara quando ajudou Sophia a interná-la num hospício, e agora ela teme que
Clara arranque o menino dela. Seria justo, não? Mas a vingança de Clara é
deixada de lado nesse momento, porque agora ela está lutando por aquilo que a
fez ter forças para superar todos os obstáculos em sua vida: Tomaz, o seu
filho. E tudo que ela sempre quis, antes de qualquer história de vingança, era
recuperar o seu lugar de mãe na vida dele. E ao longo da novela nós vemos o
quanto ela batalhou para se aproximar de Tomaz. Primeiro ele a rejeitou,
depois, com a ajuda do Josafá, o "bisa", ele foi se deixando levar por uma
proximidade com Clara… mas ele nunca a viu como mãe. E por mais que isso doesse
nela, ela respeitou a vontade dele o tempo todo. E eu sempre a achei muito
sábia por isso. A Clara nunca quis forçar Tomaz a nada, porque ela sempre soube
que, apesar de tudo, a Lívia o tinha criado muito bem com todo o amor do mundo.
E querer competir com isso era perder de vez o amor do garoto.
Assim,
ela sabia que a ligação dos dois era muito forte, e que precisaria de muita
paciência para que um dia tivesse essa mesma ligação com ele… a Raquel, por sua
vez, deixa claro que vai fazer justiça, enquanto o Gael abre mão da guarda do
filho pela requente Clara Tavares. Porque ele sabe que Clara foi injustiçada
quando Sophia e Lívia tiraram Tomaz dela. Então, as duas estão desesperadas
pelo resultado daquela audiência. E Clara começa a atacar Lívia e a defender seus
motivos para vencer no processo de guarda, enquanto Lívia também usa seus argumentos para convencer Raquel. Ela fala sobre “ter visto Tomaz
crescer, e que é a mãe dele”, enquanto Clara se exalta ao falar sobre “Lívia e
Sophia a terem internado num hospício para lhe roubarem Tomaz” – e nós sabemos
bem quais eram os interesses tanto de Lívia quanto de Sophia com a guarda de
Tomaz. Então, Raquel intervém, para que a audiência não vire uma guerra
ainda maior entre Lívia e Clara pela guarda do garoto.
E
eu gosto da Raquel impondo sua autoridade para chamar a atenção da Clara,
porque “não ia ser nenhuma relação de amizade que a faria tomar alguma decisão
errada”. E Clara precisa pedir desculpas pelo seu descontrole. Depois, Raquel
decide por aquilo que já sabíamos: ela dá a guarda de Tomaz para Clara, a mãe
biológica. E Clara está muito feliz por finalmente ter seu filho novamente –
“Eu não estou acreditando. Eu vou ter o meu filho de volta!”. E a verdade é que
ter Sophia, a atual responsável pela guarda, sob tratamento médico, facilitou
um pouco as coisas, porque a vilã não podia manter a guarda do garoto no estado
em que estava. E ainda tinha o fato de ela estar enfrentando um processo na
justiça. Assim, a guarda tinha que ser dada a pessoa com o laço de sangue mais
forte com o menor, a própria mãe. Dessa vez, Sophia não pode atrapalhar os
planos de Clara de conseguir ficar com o filho. E ela ainda perde o direito de
explorar as esmeraldas que estavam no nome de Tomaz. Agora, era Clara quem ia
tomar conta das minas, e as coisas iam mudar muito por lá, porque ela quer tudo
dentro da lei.
Mas
antes, Lívia ofende Raquel, dizendo que aquilo era uma “palhaçada”, e que por
ser amiga de Clara, ela já havia entrado na audiência com uma “decisão tomada”.
E Raquel só não a prende por desacato à autoridade em respeito ao seu “momento
de desespero”, e também porque “não decide processos movida por relações
pessoais ou por amizade”. Dessa forma, Lívia precisa se conter e aceitar sua
perda. E é muito difícil saber que Tomaz não viverá mais debaixo do mesmo teto
que ela, e que eles não vão estar mais juntos como antes. E Lívia realmente
sente que lhe tiraram o que ela mais ama no mundo. Quando Clara vai buscar
Tomaz, a despedida é difícil para os dois, e eu sinto pena da Lívia. Ela fez as
coisas da forma errada, mas suas intenções eram as melhores possíveis com
Tomaz… ele era o filho que ela nunca teve, enquanto para ele, ela era sua mãe.
E isso parece que nunca vai mudar. Ele não quer ir embora, mas precisa porque foi
assim que a justiça determinou, e é contra sua vontade que ele se muda para a
casa de Clara.
Então,
antes de levar Tomaz de vez, Clara tem uma conversa franca com Lívia. E
enquanto Lívia pensa que ela lhe tirou Tomaz como parte de sua vingança, Clara
deixa evidente que até poderia ter sido, sim, por vingança, porque Lívia ajudou
Sophia a interditá-la no hospício. Mas ela também sabe que Lívia não fez o que
fez pelas esmeraldas, ela fez porque queria Tomaz. Então, Lívia fala sobre tudo
o que viveu com Tomaz, e não acha justo que por “um plano de vingança” Clara o
tire dela. Mas Clara, mesmo “com todos os motivos para querer se vingar”, esclarece
que Tomaz não é uma “moeda de troca” – “Eu jamais trocaria a felicidade dele
por um sentimento mesquinho de vingança”. E ela fala que o que “procurou foi
justiça”, porque carregou o filho nove meses na barriga, e já o amava muito
antes dele nascer”. E eu concordo com ela, é uma questão de justiça, além de
ser também uma questão de amor. E eu gosto da sensatez de Clara, ela não quer
arrancar Tomaz de Lívia. Ela não quer que as coisas sejam bruscas.
Então,
ela faz questão de deixar claro que Tomaz e Lívia poderão se ver quando
quiserem, e que não vai proibir em nada a relação deles. E eu acho que ela está
certa, primeiro porque Tomaz é uma criança, e a Lívia, apesar de tudo, sempre
deu sua vida por ele, e Clara sabe muito bem disso… e eu enxergo a Lívia meio
que como eu enxergava a Nazaré em “Senhora
do Destino”. Eu não conseguia sentir raiva da Nazaré por ter roubado uma
filha da Maria do Carmo, porque ela a amava tanto, que era capaz de dar sua
vida pela Lindalva/Isabel. E era difícil odiar a Naza por conta disso, mesmo
não concordando com ela cometendo um crime ao sequestrar a filha da Maria do
Carmo ainda bebê. E depois, a relação da Nazaré com a Isabel era tão linda, que
aquilo confundia minha cabeça… mas eu tinha consciência de que ela precisava
pagar por aquele crime. E é dessa mesma forma que eu vejo a Lívia em toda essa
questão com Tomaz, embora tenha a diferença de que a Clara é mais sensata do
que a personagem da Susana Vieira na novela de Aguinaldo Silva.
Por
fim, Clara leva Tomaz para viver com ela. E ela também deixa claro que não está
querendo tirar ele de Lívia, e que poderão continuar se vendo quando quiser e
que terá liberdade para isso… mas Tomaz é uma criança, e por isso ele não
consegue assimilar muito bem a mudança repentina de vida que está sofrendo.
Então, ele é hostil e agressivo com Clara, dizendo que ela o traiu; que o tirou
de sua mãe; que está ali forçado, e que nunca a chamará de mãe. E o Gael o
repreende por essa atitude grosseira, porque a Lívia não é a mãe dele, é a tia,
e que o certo é ele chamar Clara de mãe. Mas Clara não quer forçar a barra, e
ela o deixa à vontade para chamá-la como quiser, e tenta fazê-lo entender que
com “o tempo pode descobrir que tem duas mães, a que criou e a que o gerou”.
Assim, Tomaz se acalma um pouco, e eu acho bonitinho quando ele dá a mão para a
Clara enquanto ela o leva para conhecer seu quarto novo. Ela está tão feliz em
ter seu filho com ela. E é tão inteligente e sábio da parte dela não sair
metendo os pés pelas mãos, que é óbvio que é uma questão de tempo até que eles
se deem bem…
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