O Outro Lado do Paraíso – O final feliz de Elizabeth



“VOCÊ É TÃO GENEROSA, MÃE! EU TE AMO CADA VEZ MAIS”
Com a reta final da novela, os problemas de Elizabeth começam a se dissipar, para que a personagem consiga encontrar o seu final feliz. Mas os capítulos finais ainda são dolorosos para ela, e a Beth não seria feliz antes que a sua última gota de sofrimento lhe fosse sugada – Haja sofrimento! Com todo o problema da Adriana estar entre a vida e a morte, e precisando urgentemente de um transplante de rim, Elizabeth fez tudo o que podia para salvar sua filha… e a decepção maior foi saber que não poderia doar seu rim para Adriana por conta de seu problema de alcoolismo. E mesmo aceitando se tratar, as chances de ser uma doadora eram mínimas, porque ela corria um risco grande de um pós-operatório complicado. Então, a única alternativa era ir se humilhar para a Jô, e implorar que ela doasse o órgão para a enteada. A Jô sempre bancou a boadrasta com a "Dri", mas era a única que não tinha se oferecido para submeter-se a um exame de compatibilidade para saber se era compatível…
E depois de perceber que não tinha escapatória, porque o Henrique e a Beth não entendiam o porquê de ela nunca ter se prontificado, já que criou a Adriana com tanto carinho e a tinha como uma filha, Jô faz o exame. E não é que a desgraçada era compatível. Então, Beth e Henrique têm a esperança de que Adriana se salve… mas a máscara de Jô cai em seguida. E ela se recusa a doar um rim para a enteada porque não quer submeter-se a nenhuma cirurgia, e também por pura maldade. Assim, a Beth vai falar com a rival, se despindo de todo o orgulho para implorar a Jô que doe um rim para sua filha. E a Jô é cínica, querendo saber “como está a Dri”, e dizendo que “sente muito”, enquanto a Beth pede que ela faça alguma coisa. E ela está disposta a perdoar tudo o que a vilã lhe fez no passado, sendo eternamente grata a ela se doar um rim para Adriana. Mas Jô se recusa, porque não quer arriscar sua vida em uma cirurgia. E ela tripudia em cima da Beth e do Henrique, porque é a única esperança para salvar Adriana da morte.
Eu choro com a Beth implorando, de joelhos, para que a Jô doe o rim – “Doa o seu rim para a Adriana, por favor” / “Nunca!”. Então, Henrique percebe, de uma vez por todas, que a Jô nunca prestou, e que ela só esteve casada com ele por interesse, e quanto ela é perversa. E ela aproveita para jogar na cara dele os inúmeros amantes que teve, e dizer que ele era “péssimo” de cama… e também para dizer o quanto a Adriana era “mimada e chata”, e que “nunca a suportou”. E a Beth não se aguenta e lhe dá uma bela bofetada – “Sua ordinária”. E isso só faz com que Jô tripudie e deboche ainda mais em cima deles, porque sabe que sua rival e seu ex-marido precisam dela mais do que tudo naquele momento. E ela é cruel ao nível máximo – Eu só queria dizer o quanto eu gosto da atuação da Bárbara Paz. Ela foi maravilhosa interpretando a Jô. E foi uma pena o seu talento ter sido tão mal aproveitado na novela, a personagem não era muito regular na história. E a Jô é o tipo de vilã que nós amamos odiar. Eu só queria ter tido um pouco mais dela em cena… mas não rolou.
Por fim, sem a ajuda da Jô, Beth enfrenta a junta médica do hospital, porque ela não vai deixar que sua filha morra sem que arrisque a própria vida para salvá-la. Mas antes disso, o Henrique vai contar para a Adriana, daquela forma diplomata dele, que a querida madrasta dela não quis ser sua doadora. E eu só digo uma coisa: se eu estivesse no lugar dele, teria jogado na lata o quanto a Jô nunca a amou e o quanto a Beth estava fazendo de tudo para salvá-la. E tudo só para que a Adriana se sentisse péssima por ter rejeitado tanto a própria mãe por motivos mesquinhos. Garota insuportável! Então, ela fica desapontada com a Jô, porque a tinha como uma “mãe”. E ela chora, porque quer muito “viver”. Assim, voltando a Beth, é hora de sofremos mais um pouco com ela em uma cena forte. Ela vai dizer para um dos médicos, que se recusa a aceitá-la como doadora por suas condições de saúde, que “não está brincando”, porque “ou ele aceita a sua doação, ou ela se atira no primeiro carro que passar na frente do hospital”… assim, eles terão “o rim para fazer o transplante”. E ela realmente está disposta a isso. Por Adriana, ela está disposta a tudo.
São momentos tensos. E numa reunião com os médicos, o Samuel se comove com a Beth e autoriza o transplante. Mas ela não quer, como sempre não quis desde o princípio, que Adriana saiba tudo o que está fazendo por ela, porque teme que o sentimento de rejeição que a filha sente por ela complique o recebimento do órgão, e também porque não quer que Adriana pense que está doando um rim para forçar uma reaproximação entre elas. É até compreensível no ponto de vista de uma mãe, mas francamente falando, a Adriana não merecia esse sacrifício todo. Mas a Beth é mãe, né? E mãe é mãe! E eu concordo com a Clara quando ela acha “injusto” que a Adriana não saiba quem está lhe doando o órgão… afinal, todo mundo se mobilizou para ajudá-la, inclusive a Clara, que abriu mão do Patrick por causa da irmã que era apaixonada por ele. E ela acha Adriana “egoísta” (concordo, e muito). Por favor, tudo tem limite, né!? E todo mundo ao redor de Adriana praticamente parou a vida para viver o drama dela. Enfim! O transplante acontece, e é um sucesso. A Beth consegue salvar a filha…
Só que com isso acontece o que já temíamos: um pós-operatório que não começa nada bem. E isso começa a deixar Clara desesperada, porque ela não quer perder a mãe que reencontrou a tão pouco tempo. Então, ela vai pedir a ajuda de Mercedes, que já estava preparando suas ervas para ajudar na cura de Beth a mando “d’Eles”. Assim, a vidente vai dar seu preparo para Beth, e ter uma conversa com ela. E a Beth acha que já pode partir desse mundo, porque já cumpriu sua missão de mãe: ajudando Clara quando fugiu do hospício, sem nem saber que era sua mãe, e, depois, Adriana, lhe doando um rim. E ela está mergulhada na depressão, porque Adriana não a perdoou por tê-la abandonado e por ter sido dona de um bordel, e ainda a culpa pela morte do avô. Logo, Mercedes tenta dar ânimo para Beth, mas a verdade é que ela pensa que não há mais motivos para estar viva. Então, Mercedes a benze, e depois diz a Clara que a alma de Beth está “pronta para partir, porque perdeu a vontade de viver”. E seu remédio ajuda o corpo, mas “para curar o corpo tem que ter uma alma viva e cheia de luz”. E Clara fica ainda mais desesperada.
E ela quer saber o que precisa fazer para ajudar sua mãe a ter vontade de viver – “Sua mãe precisa do amor da sua irmã. Sem esse amor, a vida dela vai se apagar como uma chama”. E a Clara vai fazer o que todos deveriam ter feito, mas não fizeram: contar para Adriana que foi Beth quem lhe doou um rim. E a Adriana não quer conversar com Clara quando sabe que o assunto é a mãe delas. E eu adoro ver a Clara impondo a irmã aquela conversa – “A gente vai falar dela, sim. Da sua mãe. Da Elizabeth” / “Eu não quero discutir com você” / “Eu também não quero discutir com você. Mas antes você vai ouvir o que eu tenho pra falar” – Meu Deus, que garota mimada, birrenta, e chata! Então, a Clara lhe conta tudo – “A mãe que você não suporta te doou um rim. Não teve doador anônimo nenhum. Foi a sua mãe quem te salvou”. E a Adriana se nega a crer que a Beth tenha sido capaz de fazer isso por ela, acreditando que recebeu o rim de um doador anônimo, porque sabe que Clara quer reaproximá-las, embora, para ela, aquele não seja o melhor caminho. E o Henrique teria lhe dito a verdade.
Daí é todo um processo para Clara explicar que não contar a verdade foi uma vontade da Beth, porque ela achava que se Adriana soubesse que seria a doadora, “poderia ter um abalo emocional muito grande e rejeitar o órgão”. E todo o problema de alcoolismo da Beth é contado para ela, para que Adriana entenda que foi um sacrifício enorme para a mãe ter arriscado a própria vida por ela, com todos os riscos que corria com um pós-operatório delicado. E, por fim, a chata da Adriana leva um choque de realidade, quando Clara lhe conta sobre a realidade emocional de Beth e sua vontade de morrer… sobre o quanto ela se arriscou por Adriana, e o quanto ela precisa do amor da filha que a rejeita para recuperar a vontade de viver – “Agora ela está precisando de você. Está precisando do seu amor”. Depois de cair na real (finalmente), Adriana vai falar com Beth… e a visita dela é uma surpresa. Então, Adriana lhe pede perdão, e reconhece o quanto foi injusta com Beth todo esse tempo. Assim, elas se acertam de uma vez por todas. E aquilo é um bálsamo para a alma da Beth, que aos poucos vai se recuperando.
Depois, Adriana quer saber os motivos pelos quais Beth odiava tanto seu avô, aquela peste do Natanael. E ela escuta toda a história que a mãe lhe conta – Bem, se tivesse escutado antes, teria evitado tanto martírio. A Adriana é culpada, sim, por grande parte do sofrimento da Beth. E eu fico feliz por elas terem se acertado, só que é mais pela Beth do que pela Adriana propriamente dito. Então, a Beth lhe conta sobre todas as armações de Natanael e Jô contra ela, inclusive a ideia dele, de forjar a própria morte dela para não ir parar na cadeia pelo suposto assassinato do Renan, e assim conseguir afastá-la de Adriana e Henrique… e ela também fala sobre todas as vezes em que Natanael tentou matá-la. Mas a Beth ainda diz a Adriana que é grata a Natanael, porque ele criou muito bem a neta – “Você é tão generosa, mãe. Eu te amo cada vez mais”. Realmente é mesmo! E a Adriana tinha era que erguer as mãos para o céu pela mãe que tem. Agora, elas estão felizes juntas, e cada vez mais próximas uma da outra… e toda a mágoa e ressentimento já não existem mais. A relação entre mãe e filha é a mais saldável possível. E é um alívio saber que Elizabeth não sofrerá mais.

Elizabeth e Renan

Eu fiquei bem feliz com o desfecho amoroso de Elizabeth. Eu nunca torci por ela com Henrique. Sempre achei que ele não merecia o amor da ex-mulher. E uma possível reconciliação entre os dois me deixava sem paciência para o roteiro. E não é que o Henrique não fosse uma boa pessoa, ele até era, mas eu via muito mais química entre a Beth e o Renan. E depois, o que mais me chateou no Henrique foi ver que ele preferiu preservar a memória do Natanael, sabendo tudo o que o pai fez com a Beth, a ajudá-la a limpar sua reputação. E ainda tinha o fato de ele continuar preservando seu casamento com a Jô, mesmo sabendo das tramoias dela com Natanael para separá-lo da Beth no passado. Resumindo, o Henrique nunca teve uma postura de homem diante das injustiças que pessoas próximas cometeram contra a Beth. Já o Renan, mesmo tendo começado a trama como amante dela, sempre esteve ao lado da Beth, a apoiando e fazendo ela sentir vontade de realizar seus sonhos. Ela se sentia mais viva com ele. E o Renan sempre a amou muito.
Ele teve seu momento de deslize também, claro. Depois que reaparece para ajudá-la a não ser condenada no julgamento, como uma testemunha-chave, ele volta a insistir num relacionamento com ela, e aceita se aliar a Jô para deixar Beth longe do Henrique, recebendo dinheiro da vilã para manter as aparências de homem rico, e suscitar na Beth seu antigo sonho de ser estilista, com aquela história de ajudá-la a montar uma grife. É bem verdade que ele sairia ganhando com isso. Renan conseguiria se reerguer financeiramente através do talento dela se tudo desse certo. Mas daí o Patrick desconfia que ele esteja mentindo sobre sua situação financeira, descobre que ele está falido e mostra para Beth que ele estava mentindo, quando a leva, juntamente com a Clara, para flagrar Renan trabalhando num Food Truck. Então, ela se sente enganada e a relação deles sofre um abalo. Mas com o problema de alcoolismo da Beth, eles voltam a ficar juntos.
E ele fica ao lado dela o tempo todo. E a verdade é que o Renan nunca quis enganá-la de fato. Ele apenas queria impressioná-la, a fazendo pensar que ainda era rico e que podia proporcioná-la a realização do sonho de ser uma grande estilista. O Renan sempre foi muito mais parceiro do que o Henrique. Eu confesso que não sabia muito bem no que o personagem ia se transformar depois que se aliou a Jô para que Henrique não tivesse nenhuma chance. Eu temia que a Beth sofresse mais um golpe na vida. Porém, depois da verdade vir à tona, tudo se resolve entre eles. E quando o Henrique aceita que perdeu a ex-mulher para o rival, ele dá entrada no divórcio e deixa o caminho livre para o Renan, se separando da Beth numa boa e reconhecendo os erros que cometeu com ela. Então, a Beth também pode ser feliz no amor. O Renan a pede em casamento, e eles planejam uma união mais adiante.
Depois de todos os seus problemas resolvidos na novela, Elizabeth ainda realiza o seu sonho de ser uma grande estilista. E faz uma estreia brilhante no SÃO PAULO FASHION WEEK (É pouco ou quer mais?)Nada mais justo do que um completo final feliz para essa personagem que sofreu tanto, e que foi uma das minhas favoritas no folhetim. Parabéns à Glória Pires por nos emocionar muito com a Elizabeth.

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